Sei que todos nós, que curtimos, usamos, amamos, adoramos, aproveitamos e idolatramos motocicletas, gostaríamos de ter a maior, a melhor e a mais potente delas para todos os nossos passeios. Mas para nem todos os deslocamentos que necessitamos esse tipo de moto é adequada. Estão aí para provar os scooteres, que repousam à noite nas garagens ao lado das melhores motos do mundo e que são absolutamente necessários para o uso estritamente urbano. Na impossibilidade de se ter, então, um tipo de veículo para cada necessidade, que tal uma pequena trail urbana, moderna e bonita, de porte superior, fácil de ser pilotada e de ser mantida, e que custa pouco? Essa motocicleta pode ser a Yamaha XTZ 150 Crosser.
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Lançada em 2014, há bem pouco tempo a Yamaha XTZ Crosser teve a sua primeira atualização – pouca coisa: lampejador de farol, cor de fundo do painel digital de instrumentos, amortecedor traseiro mais eficiente e novos grafismos – e continua uma excelente opção para o uso cotidiano.
No ambiente urbano, a Yamaha Crosser é bastante ágil e seu porte, apesar dos apenas 149,3 cm3 de cilindrada, impõe respeito. É versátil, tem um bom bagageiro e alças confortáveis para o garupa se apoiar. Mas falta uma trava de capacete, para rápidas paradas sem que se tenha que ficar carregando o “casco” por todos os lugares.
O painel de instrumentos é bacaninha, com um conta-giros analógico bem grandão e velocímetro digital com muitas informações, inclusive indicador de marcha engatada.
O lado treieiro dessa trail não é ruim, é possível se aventurar em locais de piso irregular, mas com restrições. O pneu dianteiro tem 19 polegadas de diâmetro, enquanto o ideal para essa tarefa seria um de 21 polegadas, mas aí estaria prejudicada a agilidade no asfalto. O para-lama dianteiro junto à roda ratifica essa propriedade da motocicleta.
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A estrada é outro ambiente que a Yamaha Crosser pode enfrentar, mas também com muita restrição. O fato é que ela não tem velocidade suficiente para acompanhar os outros veículos em todas as situações, em especial caminhões viajando vazios, que costumam manter a mesma velocidade da moto. Nesse caso uma ultrapassagem não seria aconselhável, restando em muitos momentos se resignar em viajar atrás dos brutos.
Selva de pedra
O motor da Crosser é um monocilindro bicombustível (Blueflex – gasolina e/ou etanol) refrigerado a ar com potência de 12,2 cv (com gasolina). Sendo uma motocicleta de preço acessível e predominantemente urbana, uma das principais preocupações de quem vai utilizá-la no dia a dia é sobre qual combustível usar para economizar mais. A diferença entre valores unitários do litro de cada um dos combustíveis praticamente é compensada pela diferença de consumo entre os dois, de forma que o custo por quilômetro é muito parecido nos dois casos. A vantagem da gasolina está na autonomia com um tanque, permitindo ir mais longe sem abastecer ou então parar menos vezes no posto. Para o etanol fica a vantagem de uma ligeira melhora no desempenho (12,4 cv) e da menor emissão de poluentes. O conjunto motor/câmbio da Crosser é bastante adequado, com funcionamento suave e trocas de marchas (5 marchas) precisas.
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Há duas versões da Yamaha XTZ 150 Crosser, a E, que tem partida elétrica e freio dianteiro a tambor, acionado mecanicamente, e a ED, que tem freio dianteiro a disco, acionado hidraulicamente. A Crosser ED tem ainda a possibilidade de regular a distância do guidão até o piloto, em duas posições. A Crosser não tem sistema eletrônico de auxílio à frenagem, como ABS ou CBS, este último já presente na sua principal concorrente, a Honda NXR 160 Bros.
As cores disponíveis são o azul oficial Yamaha (Competition Blue), cinza Rock e branco Sports. A Yamaha XTZ 150 Crosser E tem preço de R$ 10.190 e a Yamaha XTZ 150 Crosser ED custa R$ 1.000 a mais, com preço de R$ 11.190.