Mal acabaram de chegar às concessionárias Triumph em todo o Brasil as novas big trail da família Tiger e nós já demos um rolê por aí com a Tiger 800 e a Tiger 1200. O passeio foi de São Paulo, do escritório da marca na zona sul da cidade, até a paradisíaca Ilhabela, município paulista no litoral norte do Estado. Com o nome oficial de Estância Balneária de Ilhabela, a ilha é muito propícia para ser desbravada com uma motocicleta, com caminhos naturais que levam a praias e destinos muito agradáveis e belos.
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Pelo caminho mais longo porém mais divertido, a nova Triumph Tiger 1200, que a partir de agora não leva mais o nome de Explorer, faz bonito em uma autoestrada como a Rodovia dos Imigrantes, larga e de excelente asfalto. Pena que a velocidade máxima permitida de 120 km/h seja pouco para sentir de verdade as aptidões da aventureira. Na descida da serra a contenção é ainda maior, uma vez que a velocidade máxima permitida é de 80 km/h.
Na estrada seguinte, a BR 101, também conhecida como Rio-Santos, a diversão melhorou, por ser uma estrada cheia de curvas, permitindo conhecer melhor a motocicleta sem abusar da velocidade. Boa ocasião para experimentar o sistema ABS otimizados dos freios, que permite frear em curvas com segurança, e sem que a motocicleta inclinada “tente” voltar à vertical. Caso fosse noite, eu poderia ver em funcionamento o sistema de iluminação adaptativa em curvas.
A diversão foi boa ainda no trecho das montanhas, mas ao chegar às praias e seus inúmeros condomínios residenciais, a estrada longa e reta se transforma em uma monótona avenida. Bom pretexto para rodar um pouco com a gigante Tiger 1200 pela areia da praia de Boracéia, logicamente devidamente autorizados. Mas a tecnologia aparentemente infindável da grande Tiger me pegou: esqueci de acionar um modo adequado do controle de tração e não me dei bem no areião. Melhor voltar para a estrada, só que desta vez na terra, em um dos poucos trechos originais da velha Rio-Santos que não foram asfaltados em 1982.
Era fim de rolê com a Tiger 1200. Passei para a Tiger 800, que é menos potente porém bem mais leve, com um compromisso muito mais adequado para esse tipo de piso. Não, não senti falta da potência extra da grandalhona.
Aquela região de Barra do Una, passando por Juqueí, é tentadora para uma parada mais demorada, que sabe de um dia inteiro, mas a viagem chegaria em Ilhabela, com ainda mais atrações naturais. À beira do Rio Una, só o almoço.
De volta ao asfalto, até daria para voltar à terra, passando pelas praias de Sahy, Baleia e Camburi, mas a expectativa de contornar a sinuosíssima serra de Maresias, logo após Boiçucanga, era grande. Com uma motocicleta um pouco mais ágil para esse tipo de estrada, a diversão foi garantida mais uma vez. O menor peso compensa alguns sistema eletrônicos da 1200 que não estão disponíveis na 800.
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Passando por um dos litorais mais belos do Brasil, que percorrem as praias de Paúba, Santiago, Toque-Toque Pequeno, Toque-Toque Grande e Barequeçaba, o passeio finaliza na balsa que leva à ilha, que por sua vez tem locais e praias que não cansa de ver. Mas eu ainda teria mais alguns momentos de fora de estrada com a Tiger 800, ido até a última praia que se pode chegar de moto ao norte da ilha, a do Jabaquara.
O papo de viagem estava bom, mas as novas Triumph Tiger têm novidades que precisam ser mencionadas. E são muitas: 100 inovações na Tiger 800 e 200 inovações na Tiger 1200.
A Triumph Tiger 1200 está 10 kg mais leve, na versão mais equipada XCA. A intermediária XCX ficou 5 kg mais leve e a de entrada XR perdeu 2 kg no peso total, com redução no motor, no chassi e no escapamento. Exemplificando, foram 2,5 kg no volante do motor, 2,1 kg no novo escapamento Arrow de titânio, 0,5 kg no virabrequim e, graças à adoção de iluminação de leds, a bateria é menor e pesa 2,6 kg a menos.
Fora da estrada?
A Tiger 1200 XCA tem ainda iluminação adaptativa para curvas, que vai acendendo leds extras de acordo com a inclinação da motocicleta, painel de instrumentos de TFT (tecnologia de tela de smartfones) com seis estilos de mostradores, à escolha do piloto, botões de punho iluminados e ignição sem chave, com trava de guidão automática, além de muitas outras novidades.
E para os realmente adeptos à pilotagem off road radical, um novo modo de pilotagem “Off-Road Pro”, que desliga ABS, controle de tração e põe as suspensões no modo off-road.
Dois pontos bem interessantes: o novo assistente de troca de marchas da XCA, que permite mudar marchas para cima ou para baixo de forma ultra rápida e mantendo a posição do acelerador, e o ajuste elétrico da altura do para-brisa.
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O motor da Triumph Tiger 1200 é um tricilíndrico de 1.215 cm3 de cilindrada, 141 cv de potência e 12,5 kgfm de torque. Já sobre a nova Triumph Tiger 800, ficaria difícil citar todas as suas 200 inovações. As principais são a primeira marcha mais curta, escapamento mais leve (o ronco engrossou um pouquinho), modo de pilotagem “Off-Road Pro” e novos difusores de ar. A XC tem novo para-brisa ajustável manualmente em 5 posições e, assim como na 1200, painel de instrumentação de TFT e interruptores iluminados.
O motor da Triumph Tiger 800 é um tricilíndrico de 800 cm3 de cilindrada, 95 cv de potência e 8,1 kgfm de torque.
O preços? Anotem aí:
Tiger 1200 XR: R$ 60.090
Tiger 1200 XCX: R$ 73.190
Tiger 1200 XCA: R$ 83.490
Tiger 800 XR: R$ 43.190
Tiger 800 XRX/Low R$ 48.890
Tiger 800 XCX R$ 51.390
Tiger 800 XCA: R$ 55.890
Tiger 800 XRT: R$ 54.890