Há cerca de dois meses a Harley-Davidson surpreendeu o mundo com a divulgação de seus projetos para os próximos anos. A surpresa não foi tanto por antecipar tanto suas pretensões, mas por apresentar modelos muito diferentes daqueles a que todos estão acostumados, que são as custom tradicionais.
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O plano “More Roads To Harley-Davidson ” – que significa “Mais Caminhos Para a Harley-Davidson” – é ousado e promete o lançamento de 100 novos modelos nos próximos 10 anos. Isso inclui a Pan America 1.250, uma big trail que compartilhará uma plataforma modular com outros modelos, como uma nova custom com o mesmo motor de 1.250 cm3 e uma naked streetfighter de 975 cm3.
Para alguns mercados, a marca norte-americana anunciou uma aliança estratégica com uma marca asiática de motocicletas, para produção de modelos de 250 a 500 cm3. Por fim, a mais ousada das motocicletas da nova fase da Harley-Davidson, a elétrica LiveWire, está prometida para lançamento global em agosto de 2019. Outras motocicletas elétricas da família LiveWire, de diversos tamanhos, virão em seguida.
Esses planos, no entanto, ainda não tiveram tanto impacto na linha 2019 da marca, que mantém o espírito dos modelos que já conhecemos, com exceção de uma nova motocicleta completamente nova. Por ocasião das comemorações do 115º aniversário da marca, cujas festividades eu tive a oportunidade de participar e mostrar aqui para vocês há um mês, notei que as novas motocicletas 2019 já estão rodando por lá. Agora é a vez dos brasileiros, que já a partir deste mês de outubro poderão comprar uma das 23 motocicletas que integram o line-up 2019 da Harley-Davidson.
Novidades da linha Harley-Davidson 2019
Entre as maiores novidades, e também o mais interessantes de todos os novos modelos, está a belíssima FXDR 114, pertencente ao conceito Power Cruise da marca, aquele mesmo que definia a extinta V-Rod. A Harley-Davidson FXDR tem o motor Milwaukee-Eight de 114 polegadas cúbicas, que corresponde à cilindrada de 1.868 cm3, com potência em torno dos 95 cv e torque de 16,1 kgfm. O quadro é o Softail, a suspensão dianteira é do tipo garfo invertido e rodas e balança traseira são de alumínio.
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Sendo a única motocicleta da marca a não adotar um nome próprio, ela será conhecida apenas como FXDR e é a mais cara da linha Softail: R$ 80.200. Entre as Sportster, uma nova motocicleta chama a atenção pela simplicidade e harmonia visual de seus componentes: é a H-D Sportster Iron 1.200. A Iron já era conhecida com o motor 883, que continua na linha 2019 como a mais barata das Harley, mas com o motor Evolution de 1.202 cm3 que já equipava a Forty-Eight, ela ganhou novo visual.
O guidão preto e alto é o que se nota mais rapidamente, mas um detalhe especial certamente atrairá os mais antigos na arte de admirar motocicletas, como eu. É o grafismo do tanque de combustível, que volta aos anos 70 e lembra imediatamente a Harley-Davidson 125 vendida no Brasil no início daquela década.
Fruto de uma cooperação entre a marca americana e a italiana Aermacchi, essa motocicleta de motor dois tempos levava o nome de AMF Harley-Davidson e aqui se chamava Motovi SS 125, montada em Manaus e vendida na rede de lojas populares Mesbla. Voltando à Harley-Davidson Iron 1200, ela tem ainda uma carenagem de farol minimalista, assento individual Café Racer e custa R$ 46.900.
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A outra novidade na linha 2019 é a Sport Glide, da família Softail porém com traços da família Touring, pois vem com carenagem e alforjes removíveis, podendo se transformar em poucos instantes em dois estilos de motocicletas. O pequeno para-brisa de 30 mm pode ser trocado por um maior, de 140 mm. A Harley-Davidson Sport Glide tem motor 107, suspensão dianteira invertida, rodas de alumínio Mantis e custa R$ 73.400.
As inovações na família Touring 2019 incluem o novo sistema de informação e lazer Boom! Box GTS, agora compatível com Apple CarPlay, e novos motores 114 para todas, com exceção da Road King Classic, que continua com o motor 107. No fim deste mês vou fazer um tour pela península de Yucatán, no México, com as novas Harley-Davidson Touring. Na volta, certamente terei muito o que contar sobre as motos, o local e a viagem.