Para uma criança, certamente a data mais esperada do ano é o dia de seu aniversário. Está bem, tem o natal, dia das crianças etc, mas o seu aniversário é o mais importante, aquela data só sua, quando você é o centro de todas as atenções. Mas 115 anos, uma criança? Não mesmo. A Harley-Davidson vem comemorando seu aniversário durante todos esses anos com uma maturidade cada vez maior, só que a festa não é só dela, mas também dos centenas de milhares de harleyros, no mundo todo, que se transformam em crianças a olhos vistos quando o assunto é a sua marca de motocicletas mais querida. Acompanhe aqui a “festinha” dos 115 anos da marca.
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O mundo inteiro comemora o aniversário da Harley-Davidson , cuja data oficial de início das atividades é 28 de agosto de 1903. Foi quando os irmãos Arthur e Walter Davidson e o amigo William Harley fundaram a empresa que se tornaria um ícone americano e, depois, um ícone mundial.
As comemorações mais importantes, no entanto, acontecem na terra natal dos envolvidos, a cidade de Milwaukee, no estado norte-americano de Wiscosin. Foi lá que eu e um seleto grupo de jornalistas brasileiros, todos “crianças” de tudo quando o assunto é motocicletas, participamos da festa organizada pela matriz. Foram cinco dias de eventos, festas, shows, exposições e competições.
Nós chegamos em Milwaukee exatamente nesse dia, só que 115 anos após a fundação da Harley-Davidson, para acomodações, ambientação e credenciamento, este já nas dependências do Harley-Davidson Museum. Foi difícil resistir à tentação de dar uma olhadinha no espetacular acervo da casa, que conta, com seus próprios modelos, toda a saga da marca. É que a visita oficial ao museu seria apenas três dias depois.
O início oficial das comemorações de 2018, no entanto, foi no dia seguinte, quarta-feira, 29 de agosto, com um compromisso pra lá de oficial para os jornalistas de todas as partes do mundo que participaram do grande evento. Era uma coletiva de imprensa com executivos da empresa e também com as figuras das mais aguardadas, o neto e os bisnetos do co-fundador, Willian A. Davidson. Willian, também irmão de Arthur e Walter, entrou na empresa quatro anos após a sua fundação. Bill Davidson e sua irmã Karen, assim como seu pai, William Godfrey Davidson, mais conhecido como Willy “G”, participaram de todos os eventos, durante todos os dias.
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A coletiva de imprensa aconteceu no escritório central da Harley, o Juneau Avenue Global Headquarters, um grande edifício que foi a primeira fábrica de motocicletas da empresa. A visita ao local, por si só, já pode ser considerada um grande evento, uma vez que esse prédio guarda muitas histórias que podem ser vistas nas próprias instalações.
Atrações do aniversário da Harley-Davidson
Depois da visita ao prédio principal, fomos foi até a festa organizada pelo HOG , Harley Owners Group, que está comemorando seus 35 anos de atividades. Em um parque público à beira do lago Michigan, o Veteran’s Park, a festa estava à la Woodstock, devido à grama molhada pela proximidade do lago.
Mas as atrações compensavam: Wall Of Death, ou a “ parede da morte ”, onde Harleys circundam um círculo de paredes a 90º, uma roda gigante, barracas com comidas, bebidas e lojas de mercadorias alusivas ao 115º aniversário da Harley-Davidson. Passeios de helicóptero e shows de rock completavam as atrações. À noite, o encontro foi no Fuel Cafe, local descolado, logicamente com o tema motocicletas, que patrocina muitas das atividades motociclísticas em Milwaukee .
Com tantas atividades logo no primeiro dia, o segundo não foi menos agitado. Logo pela manhã foi feita uma apresentação oficial da maior sensação atual da marca, a motocicleta elétrica LiveWire . Com previsão de comercialização para daqui cerca de um ano, essa motocicleta representa um dos aspectos em que a empresa mais ousará mercadologicamente, já que a estratégia da marca para os próximos anos é diversificar seus produtos, produzindo modelos bastante diferentes das tradicionais custom a que todos estão acostumados.
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Após a apresentação, o ponto de encontro era uma das sete concessionárias da marca que também fazem sua festa quase que particular. Na revenda Milwaukee Harley-Davidson, além da loja oficial de mercadorias havia muitas barracas externas, com produtos de todos os tipos. O mais interessante é que a revenda estava com muitos itens oficiais em promoção, com descontos que chegavam a 75%. Foi ótimo poder comprar produtos com a marca H-D que não encontramos por aqui.
Você viu?
A revenda Harley ficava no meio do caminho para a fábrica de motores, a Pilgrim Road Powertrain Operations. Lá foi possível conhecermos um pouco da linha de montagem dos famosos V2 que equipam as Harley-Davidson. Na volta ainda houve tempo para voltar ao espaço principal da grande festa, em frente ao museu, para participar do Event Kick-Off, que é a abertura oficial das comemorações pelo 115º aniversário da Harley-Davidson. À noite, o encontro dos jornalistas foi o Stella Van Burren, um restaurante alemão.
A sexta-feira estava marcada como o dia mais “puxado” da agenda oficial. Isso porque chegaria a oportunidade de fazermos uma visita demorada e exclusiva ao Harley-Davidson Museum , antes que o local abrisse ao público pontualmente às 9h00 da manhã. Isso significava acordar por volta das 5h00, hora local (duas horas antes do horário de Brasília).
Mas valeu a pena, a quantidade e a qualidade das motocicletas expostas é tamanha que foi possível vivenciar, em poucas horas, a saga dos modelos, apenas acompanhando a sequência das motocicletas. Claro que, para conhecer todos os detalhes, seria necessário, no mínimo, um dia inteiro. Com os horários apertados, após o museu foi necessário pular uma programação, a competição de habilidades de policiais e civis em cima de uma Harley, no Miller Park. Fica para o próximo aniversário.
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Harley-Davidson para tudo quanto é gosto
Após o almoço, mais uma atração interessante. No Great Lakes Dragaway, motociclistas de todos os tipos, como todos os tipos de motocicletas, podem alinhar suas máquinas e participar de uma prova de arrancada, ao estilo dragster. O nome da atração é Run What You Brung e a pista é conhecida como “a maior pequena pista de arrancada do mundo”. Por US$ 35, qualquer um pode arrancar quantas vezes quiser. À sequência de luzes, os pilotos partem lado a lado, dois a dois, em uma disputa contra o cronômetro. Um pequeno show de acrobacia do Twin Stunts All-Harley Show entretem o público entre uma arrancada e outra.
Próxima atração: Panther Arena. Em um ginásio de esportes muito semelhante ao nosso Ginásio do Ibirapuera, o programa foi dos mais divertidos. Em meio ao campeonato indoor flat-track, o Flat Out Friday reuniu grupos de pilotos em busca da vitória na pista oval e também amadores e comediantes que faziam brincadeiras simulando provas. Esse é um interessante espetáculo que poderíamos ter por aqui.
O sábado amanheceu nublado e um pouco chuvoso. Tudo a ver com a atração que estava programada para aquela manhã, a subida de montanha na estação de ski Little Switzerland. Onde normalmente se desce a montanha coberta de neve, com esquis, as motocicletas se alinham ao pé do morro para subir a montanha, cujo piso estava bastante escorregadio devido à chuva. Para participar do Hill Climb, algumas motocicletas têm sua balança traseira alongada, para facilitar a subida, mas a maioria delas sobe com a mecânica original mesmo.
Para os expectadores da atração, o teleférico de cadeirinhas era a maneira mais confortável de subir até o topo, além de proporcionar uma visão privilegiada das provas. Ainda no sábado, ocorria o evento talvez o mais interessante de todos eles, o Bradford Beach Brawl, corrida de motocicletas na areia da praia de Bradford, à margem do Lago Michigan. Correram na praia motocicletas Harley-Davidson novas e antigas, algumas dos anos 20 e a muitas ainda com a alavanca de câmbio no tanque. Nessas motos, o piloto troca as marchas com a mão esquerda e aciona a embreagem com o pé esquerdo.
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Ufa! Quanta coisa! Mas isso foi apenas da quarta-feira até sábado, dia em que, logicamente, acontece a “esticadinha” para uma agitada noite. O passeio dessa vez foi até a famosa Brady Street, rua cheia de bares para a qual as pessoas vão justamente para curtir a noite. O agito é mesmo no meio da rua, fechada para automóveis pela polícia local. Motocicletas podem entrar e são guiadas por balizadores com lanternas que vão abrindo o caminho com bastante segurança. Os bares, para facilitar a venda das bebidas, montam balcões na calçada.
Para o domingo, último dia da grande festa do 115º aniversário da Harley-Davidson, estava programada a H-D 115th Anniversary Parade, com a participação de 6,5 mil pessoas com suas motocicletas em um percurso repleto de expectadores que garantiram seus lugares pelas calçadas da Wiscosin Avenue. Era motocicleta que não acabava mais, algumas delas realmente antigas e, aparentemente, rodando como se fossem novas.
Pelas bandeiras fincadas nas traseiras de cada motocicleta, foi possível reconhecer motociclistas do mundo todo, como México, Canadá, Reino Unido, Coréia, França, Indonésia, Japão e até do Brasil. Em uma das Harley, além da bandeira, a placa cinza do Brasil. Sim, Edinho, um carioca bastante corajoso, foi rodando com sua motocicleta até Milwaukee, para participar da festa.
E Flavio Villaça, gerente de marketing da Harley-Davidson para a América Latina, que acompanhou o grupo de jornalistas em todos os eventos, declarou para um jornal local que “é muito bom ver todas essas pessoas celebrando e relembrando as origens da companhia”.
A passagem das motos durou horas. No meio de todas as motos, uma quase passou despercebida: a Harley-Davidson elétrica
LiveWire, com um piloto para lá de especial, o CEO da Harley-Davidson Matt Levatich.
E o final, no Veteran’s Park, foi o momento em que todos os participantes dessa belíssima festa puderam se despedir, a maioria deles lotando com suas Harleys as estradas norte-americanas a caminho de suas casas e alguns deles voando de volta para seus países de origem.
Foram mais de 100 mil pessoas que participaram das comemorações em Milwaukee. Festa igual, só daqui a cinco anos, quando a Harley-Davidson
comemorará 120 anos de sua fundação.