Quando pensamos em gasolina, muitas dúvidas aparecem em nossa mente de consumidor, gasolina comum, gasolina aditivada, quais as diferenças? O que é melhor para o motor do meu carro? Por que pagar mais caro por uma gasolina aditivada? E a gasolina Premium, Podium, quais as diferenças?

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 Quando então sou proprietário ou colecionador de carros antigos, as dúvidas  sobre o tipo ideal de gasolina são mais circunstanciais ainda. Saio muito pouco com meu carro antigo, fica muito tempo parado, o que devo colocar no tanque de combustível? Quais as melhores práticas para deixar meu carro guardado e não ter problemas quando for colocá-lo em funcionamento?

 A primeira coisa que preciso entender são os tipos de gasolina comercializadas no Brasil e as diferenças que elas apresentam em termos de qualidade para então tomar a melhor decisão para nosso carro antigo. Para tanto a primeira e mais adequada informação vem da Resolução ANP nº 684/2017 que estabelece as especificações das gasolinas de uso automotivo a serem atendidas pelos diversos agentes econômicos em todo o território nacional.

 Em termos de especificação, tomemos inicialmente a nossa atenção para a nomenclatura definida pela resolução e o que ela significa. As distribuidoras como BR, Shell, Ipiranga e demais, recebem das Refinarias duas gasolinas, Tipo A Comum e Tipo A Premium. Estas gasolinas dentro das distribuidoras receberão a mistura com Etanol Anidro (EAC – Etanol Anidro Carburante) nas proporções especificadas pela Resolução ANP, 25%. A partir daí passam a se chamar gasolina Tipo C Comum e Tipo C Premium.

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Na própria base de distribuição da Distribuidora é adicionado aditivos exclusivos, quando do abastecimento dos caminhões que levam os combustíveis para os postos. Então poderíamos como consumidores eventualmente encontrar nas bombas de abastecimento das diversas bandeiras dos postos, Gasolina Tipo C Comum, Gasolina Tipo C Aditivada e Gasolina Tipo C Premium. A diferença fundamental entre as gasolinas Comum e Premium está no seu Índice de Octano, ou Octanagem como preferir.

Aditivos são diferentes

Os aditivos na gasolina variam conforme a bandeira do posto. Mas todos ajudam tanto na limpeza quanto na lubrificação
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Os aditivos na gasolina variam conforme a bandeira do posto. Mas todos ajudam tanto na limpeza quanto na lubrificação

O ANP especifica para as duas gasolinas um Índice chamado IAD – Índice Antidetonante, que em termos práticos é a média aritmética entre as medidas de Índice de Octano Motor (MON) e Índice de Octano Pesquisa (RON). Para a Gasolina Comum o IAD mínimo é de 87 e para a Premium é de 91 segundo a resolução ANP. Estas diferenças entre as duas gasolinas são obtidas a partir das propriedades intrínsecas das correntes de refino que se misturam nas refinarias para produzi-las.

 Como as tecnologias de aditivos e o teor de aditivação usados nestas gasolinas são exclusivas das Distribuidoras de Derivados de Petróleo, recebem então os chamados “brands”, ou seja, marcas que trazem diferenciações destas gasolinas aditivadas para um reconhecimento do consumidor, então vamos lá das mais conhecidas: Gasolina Tipo C Comum Aditivada – Petrobrás GRID, Shell V-Power NITRO, Ipiranga DTClean, AlePLUS, Gasolina Tipo C Premium Aditivada – Petrobrás PODIUM, Shell V-Power RACING, Ipiranga Original Premium, Ale PREMIUM.

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 Bem, aqui fica mais uma vez minha recomendação para os consumidores, sejam proprietários de carros antigos ou atuais, gasolinas aditivadas são as mais adequadas em função de sua maior resistência a deterioração química proporcionada pela aditivação e sua ação de limpeza e lubricidade do motor. Destas a Gasolina Podium, em função de sua composição molecular, normalmente apresenta uma maior resistência a oxidação que suas concorrentes, portanto um menor risco de formação de goma e laca no sistema de combustível do motor que fica muito tempo parado.

 Mais uma importante recomendação: a oxidação da gasolina ocorre pela reação do oxigênio do ar com componentes instáveis da gasolina, compostos Aromáticos e Olefínicos, portanto manter tanques de combustíveis cheios, principalmente quando parados evitam o contato da gasolina com ar e umidade, reduzindo esta tendência.

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Professor Eduardo Sala Polati, engenheiro mecânico, especialista em combustíveis e lubrificantes

Eduardo Sala Polati é Engenheiro Mecânico, Mestre em Energia e Propulsão, especialista em Combustíveis e Lubrificantes. Trabalhou em empresas do grupo Shell no Brasil, Shell Research e Shell Global Solutions na Inglaterra onde coordenou equipe de desenvolvimento de Produtos  e Serviços para a Escuderia Ferrari de Fórmula 1. Apaixonado por carros e por motores, adepto a preservação da história e arte veicular, faz parte do quadro de professores da Escola de Restauração de Veículos Antigos da Associação Clube do Carro Antigo – ACCASC


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