Na década de 80 tivemos grandes esportivos nacionais. Já falei aqui na coluna sobre alguns deles. E foi justamente no finalzinho do período que a briga ficou mais acirrada com a chegada do Kadett GS ao mercado nacional. O hatch esportivo foi lançado no Brasil como parte da linha de 1989 e logo chamou atenção pelo arrojo.

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 Esportivo com sangue europeu, o Kadett GS foi um dos grandes destaques da marca naquele período, especialmente se levarmos em conta o fato de que as importações eram fechadas por aqui e a tecnologia chegava a passos lentos na indústria automobilística.

 Sua missão foi substituir o Monza S/R, que havia se despedido com o motor de 2 litros e também tinha feito história entre os modelos nacionais divertidos da época. Aliás, o motor do Kadett GS era o mesmo do Monza, do qual a então novidade também herdou o câmbio fabricado pela marca japonesa Isuzu, de cinco marchas, com relações de marchas mais curtas que no restante da linha Kadett para dar mais agilidade ao esportivo, uma referência em termos de aerodinâmica, com Cx de 0.29.

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 Pareo duro para o GM

Chevrolet Kadett GS: raro exemplar do esportivo nacional foi restaurado com as características originais de 1989
Renato Bellote/iG
Chevrolet Kadett GS: raro exemplar do esportivo nacional foi restaurado com as características originais de 1989

A Volkswagen tinha três modelos nesse nicho: Gol GTS, GTI e Passat GTS Pointer. E as outras duas, Fiat e Ford, também apostavam as fichas nesse segmento concorrido, com o Uno 1.6 R e Escort XR3, respectivamente. Mas a inovação de estilo do hatch da Chevrolet chamou atenção logo de cara.

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 O GS segue o padrão de carro-esporte do período, ou seja, acabamento bem feito, bancos Recaro (nunca mais adotados pelas marcas nacionais) e diferenciais estéticos que não faziam com que passasse despercebido pela rua .

 A motorização era um dos pontos fortes. O bloco tinha 2 litros e 110 cv, com carburação dupla e álcool como único combustível no primeiro ano de vendas. O resultado, aliado ao câmbio curto, é um carro extremamente divertido de guiar, com o motor sempre cheio e muita disposição.

 O exemplar da matéria é único. Ele foi restaurado, parafuso por parafuso, e traz um estado de conservação digno de prêmio em encontro de antigos. A bordo dele dá para esquecer de toda a tecnologia e voltar ao ano de 1989, inclusive atraindo o mesmo tipo de olhares – merecidos – pela rua.

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