Já falei aqui na coluna sobre veículos customizados de diferentes marcas e propostas distintas. Porém, como proprietário de um Fusca customizado no estilo german look devo ressaltar que tenho uma “certa” preferência pelos modelos refrigerados a ar da Volkswagen. Hoje vou falar de Karmann-Ghia.
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Antes contar um pouco mais sobre o Karmann-Ghia, vale fazer um retrospecto. Como sabemos, a história do Fusca começou na década de 30 quando Ferdinand Porsche foi incumbido por Adolf Hitler para criar um veículo barato, resistente e que pudesse rodar pelas recém-inauguradas Autobahns e levar os alemães para todos os lugares.
Tivemos a Segunda Guerra Mundial, até 1945. Após o final do conflito, o "besouro" voltou a ser produzido com força total. Mas nesse novo cenário de reconstrução da Europa, já nos anos 50, a Volkswagen queria algo mais charmoso para dissociar a imagem da marca somente de carro popular com o Fusca e carro de trabalho com a Kombi. A perua começou a ser fabricada no Brasil em 1957, dois anos anos antes do Fusca.
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Nascia o novo modelo, feito em parceria com o estúdio Ghia e as carrocerias Karmann. No Brasil ele passou a ser produzido a partir de 1962 e logo ganhou as ruas e status de esportivo, para os padrões da época, porém com valor elevado. Algo realmente mais exclusivo, com desenho assinado pelo designer italiano Giacinto Ghia.
O exemplar da matéria de hoje é de 1969. Mas de original ele traz apenas o nome na tampa do porta-malas. A customização seguindo o padrão da época caprichou no bom gosto e também utilizou acessórios comuns ao período. Um dos destaques fica por conta dos detalhes pintados de preto fosco no lugar dos cromados originais.
German look
O estilo german look pode ser visto no jogo de rodas Fuchs, originais da Porsche, de 6 polegadas na dianteira e 7 polegadas na traseira, calçadas com pneus de perfil baixo. Outro detalhe especial é o painel do Porsche 914 (desenvolvido em parceria com a Volkswagen), bem como a chave de partida do lado esquerdo, o que começou a ser usado pela marca alemã sediada em Stuttgart por causa da época em que largada das 24 Horas em Le Mans acontecia com os carros parados. Assim, com a partida do lado esquerdo, os pilotos da Porsche conseguiam alguma vantagem por dar a partida com uma das mãos e engatar a primeira marcha com a outra.
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A cereja do bolo é o escapamento todo em inox, que produz um ronco bastante singular. Guiar o clássico Karmann-Ghia é uma volta no tempo com altas doses de diversão ao volante. O motor de 1,6 litro, de quatro cilindros contrapostos a 180º, dá conta do recado e traz a nostalgia típica dos motores refrigerados a ar. Nas próximas semanas trarei dois ícones alemães da década de 90. Até lá!