Antes de falar do Maverick LDO, vale um retrospecto. Ele chegou ao Brasil em 1973. Naquela época a Ford havia realizado alguns laboratórios com clientes e o resultado, curiosamente, havia apontado para um modelo europeu com motor de seis cilindros em linha, o Taunus.

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De qualquer forma, a empresa resolveu apostar as fichas na versão norte-americana, que era um grande sucesso por lá. Com o passar do tempo, o esportivo GT dividiu espaço nos showrooms com versões mais simples e também mais luxuosas. O Maverick trazia uma fórmula simples, porém divertida. O motor de 302 polegadas cúbicas e 199 cv (brutos) empolgava nas acelerações, em especial pelo ronco borbulhante do motor V8 e seu comportamento mais agressivo. O Maverick LDO chegou no fim do ciclo de vida do modelo.

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Trazia requinte que não víamos no GT, aliás, este bem espartano para sua proposta frente aos rivais da Chevrolet e Chrysler, sem falar do Puma GTB . Algo interessante é que o padrão de acabamento LDO foi criado pela concessionária Caltabiano, de São Paulo.

O lendário Maverick LDO

Maverick LDO: o acabamento especial foi desenvolvido pela concessionária Caltabiano
Renato Bellote/iG
Maverick LDO: o acabamento especial foi desenvolvido pela concessionária Caltabiano

O exemplar da matéria é de 1977. Ele está com o mesmo dono há vários anos. Os detalhes fazem a diferença. Algo que gosto muito é o interior monocromático. Também vale observar o meio teto de vinil, que rivalizava perfeitamente com Dodge, em 1978, e o teto Las Vegas dos Opalas.

Guiar um V8 é sempre uma experiência divertida. Basta dar a partida e sentir aquele ronco onipresente todo ao qual me referi no terceiro parágrafo. O carro está equipado com transmissão automática C3, que dá conta do recado com tranquilidade no melhor estilo norte-americano.

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Esse carro tem ainda o ar-condicionado de série, outro opcional raro de se ver. Após algumas voltas devolvi o carro ao proprietário com uma certeza: preciso ter um desses. E como dizia o rei Elvis Presley: “ambição é um sonho com motor V8”.

Um dos principais rivais do Maverick LDO foi o Opala Gran Luxo , de 1972, que nós já aceleramos aqui na Garagem do Bellote. No começo, o clássico da GM também foi vendido apenas como sedã. A cor preta não é original, mas caiu como uma luva nesse cupê 1974. Destaque também para o teto de vinil, algo extremamente charmoso na época.

Entre os modelos requintados dos anos 70, o Chevrolet Opala Gran Luxo é lembrado ao lado do Maverick LDO
Renato Bellote/iG
Entre os modelos requintados dos anos 70, o Chevrolet Opala Gran Luxo é lembrado ao lado do Maverick LDO

Vale ressaltar ainda no aspecto externo as rodas de 15 polegadas com tala 7 na dianteira e 8 na traseira. O conjunto harmonioso garante um visual limpo e cheio de estilo para o veterano. Debaixo do capô, uma das coisas mais divertidas. O motor de 4,1 litros de cilindrada recebeu um veneno de época: o carburador Weber 40 de corpo duplo. Além disso o ronco é garantido pelo escapamento dimensionado 6x2. Música para os ouvidos.

Guiar o rival do Maverick LDO é algo ainda mais especial. O câmbio de apenas quatro marchas tem engates perfeitos. Além disso o ronco do motor deixa a tocada estimulante e cheia de nostalgia. Além disso tem torque de sobra para uma arrancada ou simplesmente curtir a sinfonia dos seis cilindros.

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