Em 2003, apenas um ano depois do lançamento da segunda geração nacional do Fiesta, a Ford apresentou ao público brasileiro o EcoSport. O carro, um crossover que inaugurou o segmento de SUVs compactos no Brasil, vendeu mais de 27 mil unidades em sua temporada de estreia. E durante praticamente dez anos reinou sozinho no país, levantando a montadora estadunidense no mercado brasileiro, 16 anos antes do início das vendas do VW T-Cross.
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As respostas ao sucesso do EcoSport sempre foram tímidas: não passavam de versões aventureiras do VW Fox, do Fiat Palio e de outros modelos menos cotados. Nem CrossFox nem o Palio Adventure, porém, foram suficientes para barrar a escalada de vendas do Ford EcoSport. Agora, finalmente, a Volkswagen decidiu entrar para valer no jogo e apresentou o VW T-Cross .
O Volkswagen T-Cross estreia para o público no Salão de São Paulo, mas só começa a ser vendido no primeiro semestre de 2019, provavelmente em abril. Isso porque a montadora alemã acredita que o mercado de SUVs na América Latina chegará a 30% em 2022. No Brasil, por enquanto, está em 24%. Antes da reação da Volks, que durou inacreditáveis 16 anos, outros movimentos ocorreram no mercado.
Além do VW T-Cross, outros rivais do Eco
A primeira grande resposta ao EcoSport aconteceu somente no final de 2011, quando a Renault lançou no Brasil o Duster, um SUV robusto criado pela romena Dacia, do mesmo grupo. O sucesso foi imediato e o Duster chegou a ultrapassar o EcoSport nas vendas, perdendo, entretanto, quando surgiu a atual geração do Eco e outros modelos.
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Tudo já indicava que o mercado de SUVs compactos era uma realidade. Mas a Volkswagen acabou adiando seus planos, por acreditar que a onda seria passageira. Assim, focou seus esforços no Tiguan, um SUV médio, talvez escaldada pelo insucesso do Touareg, a versão da VW para o Porsche Cayenne (sucesso total).
Nessa indecisão da Volkswagen, os rivais aproveitaram e invadiram o mercado brasileiro: Honda HR-V, Jeep Renegade, Chevrolet Tracker e Peugeot 2008 chegaram praticamente juntos ao mercado. Logo depois vieram o Nissan Kicks, o Renault Captur e o Nissan Creta. Sem falar nos chineses JAC T40, Chery Tiggo e Lifan X60. Recentemente, surgiu o Citroën C4 Cactus.
Agora vem o T-Cross. Ele será o segundo de uma empreitada da Volkswagen para ocupar todos os espaços possíveis no segmento de SUVs. O T-Cross utiliza a plataforma do Polo/Virtus e contará só com motores turbo, 1.0 e 1.4 (batizados de 200 TSI e 250 TSI, devido ao torque em Newton Metros). O carro deverá fazer sucesso, abrindo as portas para um novo e ainda menor SUV, baseado na plataforma da nova geração do Gol, e que terá a carroceria cupê.
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Será um SUV-cupê, o que mostra que a Volks finalmente acordou para esse mercado. Não deveria ter esperado 16 anos para responder ao EcoSport, mas pelo menos a resposta será em grande estilo, com o VW T-Cross.