No dia mundial do off-road (4/4), uma legião de fãs dos modelos 4x4 se unem para promover atividades. E nós marcamos presença no evento da Jeep, na Hípica Santo Amaro (SP), com Compass e Renegade diesel, na lama. Mas a novidade mesmo foi o “irmão” maior da dupla de SUVs mais vendida do país, que é o carro mais aguardado para a linha: o Jeep Wrangler.
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Demos uma volta nas duas versões: Sport — com carroceria curta de duas portas — e a Rubicon — de carroceria longa e quatro portas — esperada para o segundo semestre, por R$ 274.990. Entretanto, a versão intermediária Sahara, também de duas portas, já está em pré-venda por R$ 259.990 e chegará no fim deste mês. Todos nós sabemos que o Jeep Wrangler é a última palavra da marca em robustez e tradição off-road, mas o que mais chamou atenção no test drive foi o seu conforto — enquanto que, para Compass e Renegade, foi a boa rigidez torcional que impressionou.
Em um trajeto de baixa velocidade, mas com sessões enlameadas, trechos marcados por valas, subidas e descidas íngremes e sinuosas, além da famosa cesta de ovos — com vários buracos profundos à esquerda e à direita em sequência — só faltou uma parede vertical para subir com os carros, além de um teste urbano. Mesmo que os assentos não ofereçam tanto envolvimento ao corpo, não houve sacolejos e nem pancadas secas. O sistema de suspensão — que será melhor detalhado mais adiante — fez o dever de casa.
Desde que apareceu ao mundo em 1987, é lembrado pela herança que mais se aproxima do Willys CJ original. Entretanto, recebeu atributos de conforto e praticidade do Cherokee para atender ao público que não queria um Jeep apenas para “rolar” na lama.
Desse modo, a nova geração do Jeep Wrangler é o produto mais puro dessa filosofia, com nova carroceria de alumínio, equipamentos de conectividade, controles de tração, estabilidade, assistência de subida e descida em ladeiras, faróis e luzes de LED, piloto automático, diversas áreas emborrachadas no acabamento interno — para não haver rangidos em terrenos acidentados e não estragar em lavagens internas — e outros.
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Falando em lavagens, é nesse aspecto que se observa um dos seus lados verdadeiramente off-road. Possui um sistema de drenagem de água no interior, logo, pode jatear água à vontade (mas sempre com cuidado, por favor). Algo que não testamos foi a remoção do teto rígido e o rebatimento do para brisa, que devem proporcionar um passeio digno de safári pelas estreitas matas.
Detalhando mais os seus equipamentos de conectividade e tecnologias o novo Wrangler traz central multimídia de 8,4 polegadas com Apple Car Play e Android Auto, cluster digital de 7 polegadas, monitoramento da pressão dos pneus, ar-condicionado que se regula automaticamente, aquecimento dos bancos, volante multifuncional, sistema de som Alpine com 8 alto falantes e subwoffer.
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Mecânica e desempenho
Apesar do novo motor 2.0 turbo, de 274 cv e 40,8 kgfm, e do câmbio automático, de 8 marchas, com seletor de tração nas quatro rodas, funções de auto-blocante e reduzida serem as principais novidades por baixo do capô, se tivesse que eleger um aspecto chave para o conjunto, esse definitivamente seria o acerto de suspensão.
Mesmo com bom torque entregues desde as primeiras marcações do contagiros e sistema de tração inteligente, a valentia e o conforto no off-road que marcam o Wrangler dependem dos eixos rígidos e das molas helicoidais, respectivamente. Estas têm um curso mais alongado, e por isso permitem um assentamento mais suave da carroceria, bem como os 41,4 graus de ângulo de entrada, 35,9 graus de saída e 246 mm de vão livre do solo. Para se ter uma ideia, representando os carros “comuns”, um Fiat Argo Drive tem 149 mm de distância para o solo.
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Tudo bem que o Jeep Wrangler ainda não é um primor em conforto — mesmo que tenha esse diferencial ante os rivais pensados para o off-road — mas se mostrou recheado de atributos para uma opção polivalente, não só pelos equipamentos, como também pelo desempenho. Segundo a fabricante, a versão de duas portas do jipe é capaz de acelerar de 0 até 100 km/h em 6,8 segundos e atingir os 199 km/h, enquanto que o Inmetro certifica que faz 7 km/l na cidade e 9 km/l em rodovias (apenas gasolina).