Na manhã do último sábado (25), aconteceu em São Paulo o Dia da Mobilidade Elétrica, enaltecendo o debate sobre a sustentabilidade na utilização de nossos veículos no dia a dia. Fomos convidados pela Nissan para participar da passeata, que começou na Avenida 13 de Maio e foi até a Praça Charles Miller, na frente do Estádio do Pacaembu. E o nosso rolê, evidentemente, seria de Nissan Leaf.
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A marca japonesa levou as três primeiras unidades do Nissan Leaf já emplacadas no Brasil. Estes modelos, entretanto, foram trazidos dos Estados Unidos para o Salão do Automóvel, no ano passado, e foram utilizados em algumas outras poucas ocasiões. Como o nosso Leaf virá do Reino Unido, poderá ter algumas diferenças pontuais na parte de equipamentos.
Já havia andado no Leaf antes, em um pequeno percurso no Autódromo de Interlagos. Na mesma ocasião, também tive a oportunidade de testar o Note e-power, além do novo X-Trail híbrido. Nenhum deles está confirmado para o Brasil, mas o Leaf já pode ser encomendado nas concessionárias, por R$ 178.400.
O modelo chega ao nosso mercado com moral. Até hoje, nenhum elétrico vendeu mais que o Leaf. Quando foi lançado em 2010, era considerado transgressor e futurista demais para a época. Anos depois, todas as rivais correram atrás, e a Nissan acabou apostando em um design menos expressionista.
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Enquanto apreciava sua dirigibilidade na cidade, me lembrei do dia em que levei um Chevrolet Bolt para a casa. Em comparação com o crossover elétrico da GM, o Leaf está muito mais próximo de um hatchback. A posição de dirigir é mais baixa, e o volante com ajustes de altura e profundidade deixa o carro ainda mais confortável, independentemente da sua altura.
O cluster parcialmente digital possui um esquadro que mostra o reaproveitamento de energia. Tal como outros modelos elétricos, o Leaf possui o e-pedal como recurso regenerativo. Basta tirar o pé do acelerador que o elétrico inicia uma forte frenagem para recarregar a bateria. Este recurso deverá ser utilizado com o trânsito livre, pois acaba atrapalhando o deslocamento em um engarrafamento.
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Ao volante
Sem o e-pedal, o Leaf é ágil. Torque entregue a "zero rpm", como meu pai gosta de dizer. O ótimo centro de gravidade garante segurança em curvas rápidas, e retomadas no trânsito são feitas sem o menor esforço. Seu motor desenvolve 149 cv de potência e 32,6 kgfm de torque, capazes de levar o elétrico de 1.582 kg de 0 a 100 km/h em meros 7,9 segundos.
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Acelerar um carro elétrico é curioso. Ele emite um som agudo que parece ter saído de um filme de ficção científica. Pelo lado de fora, há um nível mínimo de ruído que precisa ser emitido para que os pedestres ainda percebam que há um automóvel nas proximidades.
Da mesma forma, o Leaf ainda continua sendo bem mais simples quando comparado ao Bolt, seu principal rival pela faixa de preço. O acabamento é honesto, com plásticos texturizados de boa qualidade no revestimento. Mas o painel traz um arranjo bem mais convencional. Talvez os apaixonados por tecnologia cresçam os olhos na grande central multimídia e no painel digital do Chevrolet.
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A autonomia do Leaf é de 390 km, perfeito para enfrentar percursos urbanos com louvor. Como moro a 22 km da redação do iG, poderia ir oito vezes para o trabalho (ida e volta), e ainda sobraria um pouco de carga extra.
Zoe, Leaf e Bolt são os primeiros modelos elétricos do mercado brasileiro. Como as pessoas ainda não estão acostumadas com este conceito, é normal que fiquem desconfiadas com a nova tecnologia. Estes modelos estão propondo um debate sobre o futuro, quase como uma campanha de conscientização.
Enquanto os carros elétricos estavam expostos na Praça Charles Miller, muitos curiosos se aproximaram do Leaf e pediram para dar uma olhada mais detalhada no Nissan Leaf . Pela expressão em seus rostos, deu para ver que as pessoas estão abertas para as novas tecnologias. Os próximos passos cabem aos fabricantes, bem como o Governo Federal.