A reestilização de meia vida costuma trazer mais apelo. É quando as fabricantes escutam os pedidos dos clientes e aperfeiçoam alguns pontos chave de seus produtos. No caso do Renault Sandero, faltava um câmbio automático para aumentar as vendas de um dos hatches mais espaçosos do Brasil. Essa nova versão, enfim, já toma o caminho das concessionárias.
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Por fora, o hatchback ganhou o visual inspirado na nova identidade da marca francesa na Europa. Com isso, o Renault Sandero 2020 ganha filetes de LED nos faróis dianteiros - em formato de C - e as novas e grandes lanternas traseiras que invadem a tampa do porta-malas. O carro é bem mais ajeitado pessoalmente, logo, recomendamos uma visita à concessionária mesmo se a primeira impressão não for muito boa.
Por dentro, a principal novidade é o volante. Com boa empunhadura e design inédito, a simples integração do aparato rejuvenesceu o familiar painel do Sandero. Os comandos de áudio poderiam ter migrado para os controles multifuncionais da peça, mas continuam separados em um apêndice na coluna de direção.
A boa central multimídia mantém todos os atributos que gostamos no antigo sistema Nav. E recebe conectividade Android Auto e Apple CarPlay, capazes de fazer o espelhamento de recursos como Google Maps, Waze e Spotify diretamente do celular. As mudanças são simples, mas agradam bastante.
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De acordo com a Renault, a nova versão 1.6 Zen CVT (R$ 62.990) que aceleramos durante o lançamento corresponderá a 14% do mix de vendas do Sandero. Agora que o modelo finalmente recebeu a nova nomenclatura de Kwid e Captur, as versões ganham os sobrenomes Life 1.0 (16%), Zen 1.0 (50%), Zen 1.6 (9%), Zen 1.6 CVT, Intense (10%) e RS (1%).
A solução para o novo modelo automático partiu do próprio grupo Renault-Nissan. A transmissão continuamente variável da nova família Sandero, Logan e Stepway é a mesma que equipa os SUVs Kicks e Captur, além do pequeno March. Dessa forma, o hatch passa a simular seis marchas, sem qualquer tranco.
Na estrada, existem prós e contras. Apesar das retomadas indispostas, o Sandero é capaz de segurar 110 km/h nas 2.500 rpm. O motor 1.6 SCe funciona com suavidade, mas sentimos falta de um isolamento acústico um pouco mais caprichado em algumas situações, como em subidas, quando é preciso acelerar mais.
Como a transmissão CVT agrega mais peso ao compacto, a Renault elevou o vão livre das versões automáticas. É possível sentir o impacto da nova estrutura nas curvas, onde o Sandero pende seu corpo para o lado oposto da direção do volante. Mesmo com controle de estabilidade , é preciso aliviar o pé.
Também é bom ressaltar as boas características familiares dessa geração, como o ótimo porta-malas de 320 litros (o maior da categoria) e o entre-eixos de 2,59 metros. Do alto de meus 1,83 m, o Sandero é um dos poucos carros compactos em que posso me acomodar com total conforto.
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Por R$ 62.990, o novo Renault Sandero 1.6 Zen CVT mostra que ainda tem fôlego de sobra para enfrentar outros veículos compactos. Em uma categoria de disputas cada vez mais acirradas, os critérios de compra serão decididos nos detalhes. Agora que está ainda mais confortável e conectado, a briga será boa.
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Ficha Técnica
Renault Sandero Zen 1.6 CVT
Preço: R$ 62.990
Motor: 1.6, quatro cilindros, flex
Potência: 115 cv (G)/ 118 cv (E) a 5.500 rpm
Torque: 16 kgfm a 4.000 rpm
Transmissão: automática, CVT, simula 6 marchas, tração dianteira
Suspensão: Independente, McPherson (dianteira) / eixo de torção (traseira)
Freios: Discos ventilados (dianteiros) / discos sólidos (traseiros)
Pneus: 185/65 R15
Dimensões: 4,07 m (comprimento) / 1,73 m (largura) / 1,54 m (altura), 2,59 m (entre-eixos)
Tanque: 50 litros
Porta-malas: 320 litros
Consumo gasolina: 12,8 km/l (cidade) / 13,4 km/l (estrada) com gasolina
0 a 100 km/h: 9,8 segundos
Velocidade máxima: 185 km/h