Pela primeira vez, o novo Porsche 718 Cayman GT4 RS é apresentado no Brasil. Além disso, durante a semana, a fabricante exibiu o esportivo em sua versão mais agressiva no Autódromo Velocitta (SP), onde também pudemos acelerar até mais de 9 mil rotações e 200 km/h.
Trata-se da última chance do entusiasta de testemunhar o Porsche Cayman , antes de se tornar eletrificado — algo já confirmado pela marca.
O Porsche 718 Cayman GT4 RS chega por R$ 1.157.000 e com a possibilidade de receber o pacote de desempenho Weissach , por R$ 278 mil adicionais.
Com isso, ganha componentes feitos de fibra de carbono para o chassi e componentes aerodinâmicos para o interior, bem como rodas de magnésio . Isso além das 115 opções de cores oferecidas de base.
O modelo adota um motor boxer 4.0 aspirado de seis cilindros, com disposição central-traseira. Tanto ele, quanto o câmbio PDK de sete marchas , e os demais componentes do trem de força, vieram do 911 GT3 e 911 GT3 Cup . Gera 500 cv de potência (9.000 rpm) e 46 kgfm de torque.
Com tudo isso, consegue ir de 0 a 100 km/h em 3,4 segundos e tem velocidade máxima de 315 km/h . Com volta cravada em 7:04.511, ele é 24 segundos mais rápido no circuito de Nürburgring (Alemanha) e 35 kg mais leve que o GT4 , com redução de 1.450 kg para 1.415.
A asa traseira é herdada do 911 GT3 . A suspensão, por sua vez, foi rebaixada em 30 mm e, agora, pode gerar mais de 180 kg de pressão aerodinâmica.
Experiência nua e crua
Na ocasião, pudemos testar a gama quase completa da Porsche . Quando vamos comparar o 911 GT3 (um dos que pudemos acelerar), com o GT4 RS (o outro que alegrou demais a nossa experiência no evento global do PWRS), vemos muitas similaridades, mas diferenças bem interessantes.
Enquanto o “irmão” maior passa muito a percepção de que foi aprimorado obsessivamente — ao longo das suas décadas de existência e incontáveis conquistas no automobilismo — o Cayman é mais arrojado e irreverente. Apesar de ambos encaixarem o piloto como fazem os verdadeiros carros de corrida. Até gaiola de proteção eles têm.
O fato de ter motor central e dimensões mais curtas faz com que o seu comportamento seja sempre o mais intenso. Ao volante, vemos muita agilidade e precisão. Ao passar do ponto, é mais repentino ao sair de dianteira ou de traseira do que os 911. De todo o modo, o Cayman é tão bem acertado que contorna curvas absurdamente rápido e corresponde às correções a toque de caixa.
Para quem é entusiasta e amante de carros aspirados (como eu sempre fui), nada supera o som de indução de ar pela admissão. Pelo fato de nos sentarmos logo adiante do motor, é possível acompanhar a progressividade da abertura do corpo de borboleta à medida que você modula o pedal do acelerador. O carro faz tudo muito junto do piloto, inclusive “respirar”. Nesse quesito, o 911 GT3 é um pouco mais discreto.
A própria atmosfera do carro já diz muito sobre ele. Principalmente pela forma como se posiciona no interior, com os seus bancos concha de fibra de carbono e couro Alcantara espalhado pelas superfícies. Além disso, tudo está muito próximo do piloto. É um carro que “veste o condutor” e nos possibilitou superar os 210 km/h no Velocitta.