Flagras do desembarque de carros entregam muitos modelos que estão chegando ao Brasil, e não foi diferente com o Honda Civic Type R . Unidades do esportivo foram flagradas ao desembarcar no porto de Vitória, Espírito Santo , onde vários automóveis fazem suas chegadas triunfais por aqui.
Os cliques foram publicados no perfil do Instagram lalocarbr, uma página de Vitória - não é coincidência - e também pela revista Fullpower . Os flagras da publicação especializada exibem o Civic Type R nas cores branca, azul, preta e vermelha, deixando antever as tonalidades que serão oferecidas no nosso mercado.
Equipado com motor 2.0 turbo de 330 cv - 10 cv a mais que a geração anterior - e 42,8 kgfm de torque , o modelo é tão rápido que poderia ter voado pela rampa de desembarque da embarcação do tipo RORO (Roll-on/Roll-off), nome que se dá aos navios em que os veículos embarcam e desembarcam rodando.
Vale lembrar que a versão americana tem 10 cv a menos, coisas do limite de emissões do mercado local. Como o carro trazido para o Brasil é importado do Japão, a maior chance é de que ele mantenha o ajuste de 330 cv.
Se você usar o câmbio manual de seis marchas direitinho, o esportivo vai de zero a 100 km/h em 5,4 segundos. A velocidade máxima de 275 km/h já basta para deixar os esportivos alemães para trás, desde que eles estejam limitados eletronicamente a 250 km/h.
Tem uma curiosidade a respeito da velocidade máxima. Ao contrário do que ocorre na Alemanha, o limite de velocidade dos esportivos japoneses é de 180 km/h . Caso você esteja no mercado nipônico, só é possível desbloquear o limitador se o carro for correr em um dos autódromos licenciados. Equipamentos de telemetria por app ajudam a liberar não apenas isso, como também acompanhar o desempenho do Type R.
Há um ponto que vai encucar os entusiastas mais tradicionais: a tração exclusivamente dianteira . Embora o esquema seja uma tradição da Honda, o fato é que os pneus tendem a destracionar mais com este arranjo, fenômeno conhecido como esterçamento por torque. A marca apelou para uma solução já usada por outros esportivos que se valem apenas do eixo frontal para repassar a força para o piso: elementos separados da suspensão e do mecanismo de tração . Somente os testes vão indicar o quanto isso pode mitigar esse comportamento. Seja como for, o fato é que o carro bateu o recorde de veículos do tipo em Nürburgring .
Com cinco portas e formato hatchback, a carroceria já será algo exótico por si só, uma vez que estamos habituados ao Civic sedã e cupê. Mas não é o único ponto que vai fazer procurar o médico para tratar a sua mandíbula deslocada.
O Type R ostenta vários elementos que deixam claro que ele não é somente um Si bombado. Os para-choques, arcos de rodas e spoiler exalam exclusividade, assim como os toques reforçados pela cantoria das três saídas de escape. Quatro quilos mais leve que as anteriores, as rodas aro 19 são envolvidas por pneus Michelin Pilot Sport 4S, algo que ajuda a ampliar a aderência do super hatch.
Quanto ao número de carros que serão trazidos para o Brasil, isso ainda é uma incógnita. Na verdade, o site da Honda no Japão avisa que as vendas do Type R estão suspensas no mercado local . O motivo é a incapacidade de suprir a demanda, tendo como razão o lockdown e a crise dos semicondutores. Aliada ao preço, a escassez deve limitar a quantidade dos esportivos no mercado nacional - o lote flagrado parece ser composto por algumas dezenas de unidades -, algo natural, pois o objetivo não é massificar as vendas. Somente isso é capaz de parar um carro assim.
Toyota GR Corolla
Falar de Civic e não falar de Corolla seria como pensar no Luke Skywalker e não associar ao Darth Vader . Só que aqui não há mocinhos e vilões, apenas rivais que se amam pelo avesso. Isso vale para todas as suas interações e versões, no entanto, o assunto aqui são suas facetas mais esportivas.
No Brasil, o Corolla receberá a sua versão GR ainda em 2023 , isso quer dizer que o embate já tem seu ringue e data aproximada. E será uma luta e tanto, já que o Toyota tem fortes argumentos ao seu favor.
E bota fortes nisso. O rival se diferencia por ter uma usina de força bem mais exótica, trata-se de um 1.6 turbo de três cilindros . É o mesmo motor do GR Yaris, modelo que só veio ao Brasil para dar uma palhinha, não tendo sido dirigido por jornalistas - fica aqui a reclamação da nossa classe profissional.
Seus 304 cv ultrapassam com facilidade os 272 cv do Yaris, porém, ainda representam 26 cv a menos que o Civic . Ele também perde nos 40,8 kgfm de torque. Só que há uma boa diferença na forma de colocar o que está no papel no solo.
O Corolla tem tração integral e, graças a isso, consegue garantir o tempo de 5,5 s no zero a 100 km/h. Em nome do purismo, ele também aposta no câmbio manual de seis marchas. O comportamento dinâmico pode dar uma vantagem em relação ao Honda, uma vez que ele usa um sistema de tração integral com repartição selecionável. Dá para manter o repasse neutro (50/50) ou até mais afiado - e dado a sair de traseira -, caso do ajuste para 30% à frente e 70% atrás. É só uma questão de escolher o que você prefere, dúvida que também vale para o Civic Type R ou o GR Corolla.
Quanto aos preços, ambos devem desembarcar por mais de R$ 350 mil , valores que podem deixá-los abaixo dos esportivos de países como a Alemanha.