A Fiat acertou em vários pontos com o lançamento da Toro . A picape tem desenho arrojado e a marca encontrou o público que queria uma caminhonete mais espaçosa do que uma Strada , mas não tão grande quanto um modelo médio. Para quem não quer gastar com a configuração a diesel, surge a Fiat Toro 2.4 Flex, por R$ 98.730.
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Felizmente, a Fiat Toro 2.4 apaga todos os defeitos do 1.8, sendo mais rápida e, acredite se quiser, até um pouco mais econômica. Oferecida apenas na versão Freedom, a Toro 2.4 custa R$ 98.730. São R$ 14.140 a mais do que os R$ 84.590 cobrados pela mesma configuração da picape, mas com o motor 1.8.
A lista de equipamentos é quase a mesma, vindo com ar-condicionado, computador de bordo com tela TFT de 3,5 polegadas, assistente de partida em rampa, direção elétrica, volante multifuncional, controle de cruzeiro, luzes diurnas em LED, rádio com conexão Bluetooth, sistema start-stop e paddle-shift atrás do volante para trocas manuais. A versão 2.4 só ganha retrovisores com função tilt-down, capota marítima, sensor de pressão dos pneus e iluminação do chão com as portas abertas.
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Todo esse valor a mais vai direto para a mecânica. Sob o capô está o 2.4 Tigershark de 186 cv e 24,8 kgfm de torque a 4.000 rpm, com 91% desse torque disponível a 2.000 rpm. Para comparar, o 1.8 E.torQ gera 139 cv e 19,3 kgfm. São 47 cv e 5,5 kgfm a mais. Com o aumento, tiveram que trocar a transmissão. Sai a caixa automática de seis marchas para entrar o mesmo câmbio de nove marchas usado nos modelo a diesel.
Aumentou a potência e o torque, o que deveria significar que irá consumir ainda mais combustível e exigir que seja sócio de um posto. Não é o caso. Segundo os dados do Inmetro-Conpet, a Fiat Toro 2.4 faz 10,8 km/l na estrada e 8,6 km/l na cidade, quando abastecido com gasolina. Com o motor 1.8, o rendimento é de 10,5 km/l no ciclo rodoviário e 8,3 km/l no urbano – ou seja, menor do que com o 2.4.
Nova versão, mesmos defeitos
Parece até que tudo é melhor na Fiat Toro 2.4. Infelizmente, não é bem assim. O novo motor com certeza é muito melhor e deveria eliminar qualquer motivo para comprar a versão 1.8. Só que a diferença de R$ 14.140 é muito alta, que a marca justifica por ser um motor importado do México. Para piorar, por mais R$ 1.970, dá para levar a picape com o 2.0 turbodiesel com os mesmos equipamentos, embora seja com câmbio manual. O salto da 2.4 para a configuração diesel com transmissão automática é de R$ 10.560.
O motor 2.4 é ótimo e, aliado ao comportamento da picape nas curvas, faz com que a Toro seja bem divertida de dirigir. É uma pena que o câmbio não consiga acompanhar o desempenho, ficando confuso sobre quando deve trocar de marcha – às vezes, sobe uma marcha para descer de novo logo em seguida. Consequência do ajuste feito pensando em diminuir o consumo de combustível.
Há um botão no painel que liga o modo Sport, algo que também foi utilizado no Jeep Renegade com motor 1.8 atualizado. Ao ativar a função, o câmbio passa a funcionar de forma a priorizar desempenho sobre consumo. É bom para ultrapassagens e melhor ainda para diminuir a indecisão da transmissão, já que ele vai segurar a marcha ao invés de trocar para melhorar o rendimento do veículo.
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Além disso, vem com todos os deslizes que a Toro já apresenta nas outras configurações. O diâmetro de giro é muito pequeno, aumentando a quantidade de manobras feitas em um estacionamento apertado. Além disso, o acabamento do interior é estiloso, mas tem qualidade duvidosa, já que, pela segunda vez, pegamos um modelo onde era possível notar desgaste.
Faltou cuidado com alguns detalhes de concepção. A alavanca da seta, por exemplo, é bem mole. Em um movimento rápido para dar sinal antes de virar, pode acabar indo para frente, acendendo o farol alto ao mesmo tempo. Não seria problema se fosse algo isolado, mas aconteceu com certa frequência em todas as versões que avaliamos da picape.
A caçamba de 683 litros tem boa capacidade, mas tem duas portas que acabam atrapalhando o acesso à área de carga se você for levar objetos mais largos. Além disso, as caixas de rodas invadem parte da lateral, reduzindo ainda mais a área útil. Um extensor de caçamba deveria resolver o problema, só que o item, ainda está em fase final de homologação. E ainda não consta no configurador do site da Fiat. Quem tiver interesse precisa encomendá-lo na hora do pedido do carro na concessionária, já que é montado na fábrica.
A Fiat Toro 2.4 tem muitos bons atributos que fazem esquecer quase que completamente da versão 1.8. Mais econômica, muito mais rápida e agradável de dirigir, só perde argumentos pelo preço e por causa dos poucos itens extras em relação à versão correspondente com motor 1.8. Também vale lembrar que, ao adicionar quase R$ 2 mil, é possível levar a mesma picape com motor diesel, que é bem melhor em economia de combustível. Se você faz questão da versão flex e pode gastar mais, nem pense na 1.8 e vá direto para a 2.4.
Ficha Técnica
Preço: R$ 98.730
Motor: 2.4, 16V, quatro cilindros em linha, flex
Potência: 186/174 cv (E/G) a 6.250 rpm
Torque: 24,9/23,5 kgfm a 4.000 rpm
Transmissão: Automática de nove marchas, tração dianteira
Suspensão: Independente, McPherson (dianteira)/ Independente, multibraço (traseira)
Freios: Discos ventilados (dianteiros) / tambores (traseiros)
Pneus: 215/65 R16
Dimensões: 4,91 m (comprimento) / 1,84 m (largura) / 1,68 m (altura), 2,99 m (entre-eixos)
Tanque : 60 litros
Caçamba: 683 litros
Consumo (E/G): 5,9 km/l / 8,6 km/l (cidade) e 7,4 km/l / 10,8 km/l (estrada)