O Fiat Mobi foi lançado em abril do ano passado sem os dois itens mais interessantes do carro: o novo motor 1.0 Fire Fly, de três cilindros, e o sistema LiveOn. Ambos passaram a estar disponíveis nas lojas apenas há pouco mais de dois meses. Com os novos itens, o carro ganha mais apelo diante do seu principal rival, o Volkswagen Up!. Mas ainda não conta com um conjunto tão bem acertado quanto o do concorrente pelo o que constatamos na avaliação do modelo da marca italiana no dia a dia.
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Com o novo motor e o LiveOn, o Fiat Mobi Drive tem preço sugerido de R$ 45.401. É o suficiente para levar um VW Up! Move para casa, com um nível de equipamentos compatível com o do carro da Fiat. A única vantagem do modelo da marca italiana fica por conta do sistema que transforma o celular em uma espécie de central multimídia. Não há como negar que é uma boa sacada e funciona bem pelo o que notamos durante a avaliação. O único incoveniente é guardar o aparelho (bem) quente no bolso depois de ficar muito tempo ligado dentro do carro.
De resto, não há do que reclamar. O aplicativo para o Live On funcionar é fácil de ser baixado. Tudo funciona perfeitamente, de maneira fácil e intuitiva. Há até como usar o GPS e consultar como você se saiu ao volante quando o assunto é economia de combustível. Os botões principais são grandes e coloridos, o que facilita o acionamento. E voltar para o menu principal basta arrastar a página para o lado direito. Bem bolado.
Novo motor, mais fôlego ao pisar no acelerador
Na comparação com o motor Fire Evo, o novo 1.0 FireFly, de três cilindros tem mais fôlego, principalmente em baixa rotação, o que agrada bastante no trânsito do dia a dia, já que não exige ficar trocando de marcha o tempo todo para dar boa agilidade ao carro. Dependendo da situação, há como passar de terceira para quinta sem correr o risco de fazer o carro “engasgar”. São 77 cv e bons 10,9 a 3.250 rpm, mas a partir de 2.000 rpm boa parte dessa força já está disponível.
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O problema é que os engates do câmbio de cinco marchas nem sempre são fáceis e o curso da alavanca é bastante longo. Para se ter uma ideia, ao “espetar” a segunda, a avavanca vai parar a poucos milímetros da perna direita do motorista, que vai ouvindo claramente o ruído das engrenagens funcionando, sinal de que falta um pouco mais de refinamento ao Mobi. E é bom deixar o pé direito bem posicionado, porque o pedal do acelerador também vai longe.
Bom mesmo é o sistema de direção elétrica com opção de funcionar com mais assistência ao apertar o botão “City” no painel. Aí fica bem mais fácil manobrar na cidade, o que facilita a vida no dia a dia. Como o carro é bem compacto, com apenas 3,56 metros de comprimento, estaciona em vagas apertadas e se sai bem nas mudanças de faixa andando no congestionamento pesado. Em contrapartida, vão apenas 215 litros no porta-malas e o cargo box (compartimento para levar compras de supermercado) não se mostrou muito prático, já que restringe o espaço na área de carga por causa das divisórias, nem sempre do tamanho adequado.
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Nas curvas, porém, é bom ter cautela. A suspensão é mais voltada para absorver as irregularidades do piso e deixa a carroceria inclinar mais do que ideal, o que acaba prejudicando a estabilidade, bem como os estreitos pneus 175/65 R14 (Pirelli P1, na unidade avaliada). Falta também mais solidez à carroceria, o que contribuiria com a redução do nível de ruído em conjunto com mais isolamento acústico. Por outro lado, os freios funcionam a contento , mesmo porque o carro é bem leve, com apenas 945 kg em ordem de marcha. Toda essa leveza também favorece o baixo consumo, um dos principais atrubutos do Mobi Drive, que chega a fazer 16,1 km/l de gasolina na estrada e 13,7 km/l na cidade, segundo o Inmetro. Nada mau.
Não resta dúvida de que o Fiat Mobi com o novo motor 1.0, de três cilindros e o sistema LiveOn é a opção mais interessante como produto, embora o preço seja suficiente para levar um Volkswagen Up! Move, que tem um conjunto mais bem acertado e com nível de itens de série compatível. Pela falta de refinamento, fica a impressão que o subcompacto da Fiat foi feito para brigar apenas entre os modelos mais simples do mercado, na faixa dos R$ 35 mil.
Ficha Técnica
Preço: R$ 40.670 ( R$ 45.401 com sistema LiveOn)
Motor: 1.0, três cilindros, flex
Potência: 77 cv a 6.250 rpm
Torque: 10,9 kgfm a 3.250 rpm
Transmissão: Manual, de cinco marchas, tração dianteira
Suspensão:Independente (dianteira) / eixo de torção (traseira)
Freios: Discos ventilados na dianteira e tambores na traseira
Pneus: 175/65 R14
Dimensões: 3,56 m (comprimento) / 1,63 m (largura) / 1,50 m (altura), 2,31 m (entre-eixos)
Tanque : 47 litros
Consumo: 13,7 km/l (cidade) /16,1 km/l (estrada) com gasolina
0 a 100 km/h: 12 segundos
Vel. Max: 164 km/h