Dois dos novos SUVs que apareceram nas lojas nos últimos meses no Brasil, Hyundai Creta e Chevrolet Tracker estão entre os dez mais vendidos atualmente. O primeiro ocupa a quinta posição no ranking da Fenabrave (Federação dos Distribuidores de Veículos), com 3.513 unidades, ante as 1.374 do GM, que está em oitavo lugar na lista dos compactos, apesar de ter boa relação entre custo e benefício. Sai a partir de R$ 79.990 e pode chegar a R$ 89.990 na versão mais equipada, enquanto que o rival com motor 1.6 mais completo fica em R$ 85.240 e chega nos R$ 99.490 com motor 2.0 e todos os itens disponíveis.
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O Hyundai tem projeto mais atual, já que é um SUV completamente novo, feito com a mesma base do sedã Elantra. No caso da versão 2.0, o principal destaque do carro é o lado esportivo mais evidente, ajudado pela relação entre peso e potência de 8,4 kg/cv , contra 9,2 kg/cv do Chevrolet. O equilíbrio nas curvas também está entre as qualidades do Creta, que vem com suspensão bem calibrada como parte de uma receita que conseguiu aliar boa estabilidade sem prejudicar o conforto. Ponto positivo também para a direção com assistência elétrica, sempre leve em baixa velocidade e segura nas mais altas.
Depois que trocou o 1.8 aspirado pelo 1.4 turbo e ganhou retoques no desenho, (tanto por fora quanto por dentro) o Tracker voltou ao pareo no terreno dos SUVs custando menos que a maioria dos concorrentes e oferecendo um pacote interessante de equipamentos de série que inclui sistema stop-start (desliga o motor com o carro parado, tornando a ligá-lo assim que o pedal de freio deixar de ser acionado) e sistema multimídia Mylink desde a versão mais em conta LT. E com bancos de couro, câmera de ré, teto solar, entre outros, na LTZ. Mas faltou o controle eletrônico de estabilidade, que o Hyundai tem.
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Ambos têm bom desempenho. De acordo com os números das fabricantes, o Tracker 1.4 consegue até acelerar mais que o Creta 2.0 em linha reta. Pisando fundo no acelerador, o GM faz de 0 a 100 km/h em 9,4 segundos, ante 9,7 segundos do rival, que atinge 188 km/h, ante 198 km/h do GM. O problema é que o Chevrolet precisaria ter um câmbio mais ágil e com comando sequencial mais cômodo que o estranho botão na própria alavanca, além de perder um pouco de peso para se sair melhor nas curvas, situação que fica em grande desvantagem por não contar com controle eletrônico de estabilidade, algo que precisaria ser revisto pela GM.
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O Tracker vem com motor menor e mais eficiente. São 153 cv e 24,5 kgfm de torque a 2.000 rpm, ante 166 cv e 20,5 kgfm a altos 4.700 rpm do Creta. Apesar do Hyundai ser mais potente, o GM tem mais força que aparece bem antes que no caso do rival, o que favorece não apenas as retomadas, na hora das ultrapassagens, mas também o consumo. Conforme os dados do Inmetro, o Tracker faz 10,6 km/l de gasolina na cidade e 11,7 km/l na estrada, ante 10 km/l e 11,4 km/l do Creta, respectivamente. É uma diferença pequena, mas que acaba rendendo uns trocados no fim do mês.
Duelo equilibrado
Os dois têm direção com assistência elétrica, mas o sistema do Hyundai se mostra um pouco mais bem ajustado, assim como na parte de freios. Isso o deixa mais animado nas curvas que o rival da GM, que vem com o mesma carroceria da versão original, de seis anos atrás, o que acaba prejudicando na questão de rigidez torcional, importante para o trabalho da suspensão. Portanto, o Creta é mais agradável de dirigir, embora gaste mais e fique ligeiramente atrás do Tracker nas retomadas e acelerações pela menor força desde as primeiras marcações do contagiros.
Se os SUVs são carros familiares, o Hyundai leva vantagem do maior espaço interno, tanto para os ocupantes quanto para as respectivas bagagens, uma vez que o porta-malas do Creta leva 431 litros, ante apenas 306 litros do Tracker. O interior do modelo da marca corena também é um pouco mais caprichado, com ar-condicionado digital com regulagem de meio em meio grau e até refrigeração dos bancos na versão topo de linha Prestige. No GM mais equipado, o revestimento de couro pode ser de dois tons, mas há mais plástico aparente no painel do que deveria.
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Apesar do Hyundai Creta estar bem à frente do Chevrolet Tracker no acumulado dois dois primeiros meses de vendas, a diferenças entre os dois, no cômputo geral, é bem menor. O que prejudica bastante o GM como SUV é o porta-malas apertado e a falta de controle eletrônico de estabilidade. Se não fossem esses dois problemas, o Chevrolet poderia ser uma compra mais interessante que o rival, que custa quase R$ 10 mil a mais se formos considerar sempre as versões topo de linha.
Fichas técnicas
Chevrolet Tracker 1.4 Turbo LTZ
Preço: a partir de R$ 79.990
Motor: 1.4, turbo, quatro cilindros, flex
Potência: 153 cv a 5.200 rpm
Torque: 24,5 kgfm a 2.000 rpm
Transmissão: Automático, 6 marchas, tração dianteira
Suspensão:Independente (dianteira) e eixo de torção (traseira)
Freios: Discos ventilados na dianteira e sólidos na traseira
Pneus: 215/55 R18 (LTZ)
Dimensões: 4,26 m (comprimento) / 1,77 m (largura) / 1,68 m (altura), 2,56 m (entre-eixos)
Tanque : 53 litros
0 a 100 km/h: 9,4 segundos
Vel. Max: 198 km/h
Porta-malas: 306 litros
Consumo (E/G): 7,3 km/l / 10,6 km/l (cidade) e 8,2 km/l / 11,7 km/l (estrada)
Hyundai Creta 2.0 Prestige
Preço: R$ 99.490
Motor: 2.0, 16V, quatro cilindros em linha, flex
Potência: 166/156 cv (E/G) a 6.200 rpm
Torque: 20,5/19,1 kgfm a 4.700 rpm
Transmissão: Automática de seis marchas, tração dianteira
Suspensão: Independente, McPherson (dianteira)/ Independente, eixo de torção (traseira)
Freios: Discos ventilados (dianteiros) / tambores (traseiros)
Pneus: 215/60 R17
Dimensões: 4,27 m (comprimento) / 1,78 m (largura) / 1,64 m (altura), 2,59 m (entre-eixos)
Tanque : 55 litros
0 a 100 km/h: 9,7 segundos
Vel. Max: 188 km/h
Porta-malas: 431 litros
Consumo (E/G): 6,9 km/l / 10 km/l (cidade) e 8,2 km/l / 11,4 km/l (estrada)