Na briga entre os sedãs compactos mais caprichados do mercado, o Chevrolet Prisma é o que conta com a relação entre custo e benefício mais favorável. Além disso, teve o visual atualizado no ano passado e ficou um pouco mais sofisticado com a inclusão de itens como luzes diurnas de LED embutidas nos faróis (no caso da versão topo de linha) e sistema multimídia Mylink 2 com On Star, que oferece uma série de serviços, inclusive de concierge , com ajuda de uma central de atendimento.
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Considerando as versões mais equipadas disponíveis hoje em dia, o Prisma LTZ completo, com câmbio automático de seis marchas e controlador da velocidade de cruzeiro (“piloto automático”), tem preço sugerido de R$ 65.990. Se formos considerar os modelos mais vendidos do segmento, de acordo com os números da Fenabrave (Federação dos Distribuidores de Veículos), o Volkswagen Voyage é o segundo colocado. Na versão mais equipada Highline, com câmbio automatizado (já que não conta com caixa automática disponível), o rival do GM sai por R$ 71.169.
Ainda entre os principais concorrentes do Prisma, temos o Hyundai HB20S, que com o nível de equipamentos compatível com o do GM, motor 1,6, de 128 cv e câmbio automático de seis marchas, fica em R$ 67.465 sem a central multimídia. Com ela, que faz parte de um pacote com bancos de couro, o carro passa a custar R$ 71.175. E um terceiro concorrente, o Honda City EXL, extrapola no preço, ao atingir nada menos que R$ 81.400.
Como anda o sedãzinho
Mas por que o Chevrolet tem um preço mais em conta? Já começa pelo motor com menor cilindrada. Vem com o 1.4 flex, de 106 cv e apenas razoáveis 13,9 kgfm de torque a altos 4.800 rpm. Recebeu melhorias recentemente para ficar mais econômico e leve, como novas bielas e pistões. Mas ainda falta um pouco de fôlego se você espera, pelo menos, por uma pitada de esportividade em um sedã compacto topo de linha que passa dos R$ 60 mil. Além disso, o câmbio de seis marchas prioriza a questão do baixo consumo, passando o máximo de marchas possível para manter o motor em baixa rotação, além de ser hesitante nas trocas.
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Como a máxima força do 1.4 aparece perto dos 5.000 rpm, se o ponteiro do contagiros não ficar na faixa dos 3.500 rpm, o carro perde agilidade. Uma alternativa para conseguir um pouco mais de fôlego seria selecionar o modo manual, mas aí é preciso usar o pequeno botão na própria alavanca, que fica numa posição incômoda, já que obriga tirar uma das mãos do volante para ser acionado. Além disso, com o giro mais alto, tanto o consumo quanto o nível de ruído aumentam, embora o isolamento acústico do Prisma seja adequado à proposta do carro.
Elogioável mesmo é o acerto da suspensão, que consegue absorver as irregularidades do piso, mantendo conforto, e sem deixar de manter o carro firme nas curvas. Pena que nenhum dos sedãs compactos mais vendidos atualmente vem com controle eletrônico de estabilidade. Entretanto, no caso do Prisma, a GM conseguiu um bom equilíbrio com novos amortecedores e molas. Os freios também funcionam a contento, a direcão elétrica facilita as manobras, a visibilidade é satisfatória, mas a posição de dirigir é mais alta que o ideal, mesmo na posição mais baixa possível.
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O que também causa certa estranheza é que o painel é baixo, o que acaba atrapalhando a ergonomia principalmente pela recuada posição da central multimídia e dos puxadores das portas traseiras, mal localizados. Bom é que o porta-malas é espaçoso, com 500 litros de capacidade. E que cinco ocupantes se acomodam com certa facilidade no interior. No caso da versão LTZ avaliada, os bancos têm revestimento parcial que imita couro. Mas faltou o encosto bipartido traseiro.
Conclusão
Com visual que agrada e boa relação entre custo e benefício, o Prisma segue como líder de vendas no segmento com uma boa vantagem em relação ao segundo colocado, o Volkswagen Voyage. Também conta com bom espaço interno, porta-malas grande e rodar confortável. Mas cumpre o papel de sedã compacto apenas para quem não espera ter uma pitada de prazer ao dirigir numa estrada siniosa, por exemplo.
Portanto, a falta um conjunto mecânico mais bem acertado e melhor posição de dirigir, o que um dos seus principais rivais, o HB20S, consegue ter. Em contrapartida, o carro é um dos mais econômicos no terreno dos sedãs compactos.
Ficha técnica
Preço: a partir de R$ 65.990
Motor: 1.4, quatro cilindros, flex
Potência: 106 cv a 6.000 rpm
Torque: 13,9 kgfm a 4.800 rpm
Transmissão: Automático, 6 marchas, tração dianteira
Suspensão:Independente (dianteira) e eixo de torção (traseira)
Freios: Discos ventilados na dianteira e tambores na traseira
Pneus: 185/65 R15 (LTZ)
Dimensões: 4,28 m (comprimento) / 1,71 m (largura) / 1,48 m (altura), 2,53 m (entre-eixos)
Tanque : 54 litros
Porta-malas: 500 litros
Consumo: 12,9 km/l (cidade) /15,4 km/l (estrada) com gasolina
0 a 100 km/h: 10,5 segundos
Vel. Max: 180 km/h