No início da década passada os SUVs ainda eram minoria no Brasil e as versões com apelo aventureiro se espalhavam entre os hatches e peruas de um jeito, digamos, de gosto duvidoso.... Eram tempos do malfadado "para-choque de impulsão", que acabou caindo em desuso. Agora, a história é outra.
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As versões aventureiras estão voltando ao mercado, porém mais discretas. No caso do Toyota Yaris X-Way (R$ 80.290), entre as únicas diferenças em relação ao XS (R$ 77.190), em que se baseia, ficam por conta de detalhes como rodas pintadas de preto brilhante, proteções emborachadas nos para-lamas e anteparos nos para-choques.
Mesmo com certa discrição, o Yaris X-Way põe em dúvida se vale mesmo a pena parecer ser descolado ao volante do hatch que queria ser SUV. Exceto pelos detalhes visuais, a novidade é igual ao XS em todos os aspectos, inclusive distância livre do solo (15 cm).
No dia a dia no trânsito caótico de São Paulo e passando por obstáculos urbanos, o X-Way mostrou que viverá mesmo apenas de aparências. Não foram poucas as vezes que, mesmo indo devagar com o andor, a parte de baixo da frente do carro acabou raspando em valetas e lombadas.
Ao volante do Toyota Yaris X-Way
Dirigir o X-Way é o mesmo que estar ao volante de um Yaris XS, o que inclui a nada empolgante sensação de acelerar um carro com câmbio CVT. Pise no pedal da direita e tudo o que terá é um aumento considerável do nível de ruído com a subida de giro do motor, com quase nenhuma oscilação de rotação, e o ganho de velocidade não diretamente proporcional a toda essa gritaria.
Em compensação, se for pisando de leve no acelerador, o Yaris X-Way se torna um carro bem econômico e que estimula ser dirigido assim por mostrar o consumo no final de cada trajeto, por meio do computador de bordo. Também indica o quanto você economizou e o coloca em um ranking, com direito à medália virtual se for para o pódio.
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De acordo com os números do Inmetro, o Toyota Yaris X-Way pode fazer 12,6 kmn/l na cidade e 13,8 km/l na estrada com gasolina, números que mudam para 8,8 km/l e 10 km/l com apenas etanol no tanque. Sem exagerar no acelerador, o carro também roda em silêncio. E se quiser, as hastes atrás do volante simulam até 7 marchas.
Assim como a versão XS, o X-Way vem com direção com assistência elétrica, mas sem regulagem de profundidade do volante, apenas de altura. A central multimídia funciona bem, mas poderia ser um pouco mais prática , uma vez que apenas para sintonizar uma rádio, logo depois de ligar o carro, é preciso apertar três botões na tela. Além disso, ainda não é compatível com Apple Car Play.
O espaço interno é suficiente para cinco ocupantes e o nível de acabamento é razoável, positivo pelo bom gosto do revestimento de couro dos bancos mas negativo pelo plástico duro de todo o painel. Para um hatch compacto, o porta-malas de 310 litros fica um pouco acima da média dos rivais.
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Conclusão
Você viu?
A menos que você faça questão de parecer descolado a bordo de uma versão com apelo aventureiro, vale mais a pena levar o XS 1.5, que tem a mesma estrutura e conjunto mecânico e custa R$ 3,1 mil mais em conta.
Ficha Técnica
Preço: a partir de R$ 80.290
Motor: 1.5, quatro cilindros, flex
Potência: 110 cv (E) / 105 cv (G) a 5.600 rpm
Torque: 14,9 kgfm (E) / 14,3 (G) a 4.000 rpm
Transmissão: Automático, CVT, tração dianteira
Suspensão: Independente, McPherson (dianteira) / eixo de torção (traseira)
Freios: Discos ventilados (dianteiros) / tambor (traseiros)
Pneus: 185/60 R15
Dimensões: 4,14 m (comprimento) / 1,73 m (largura) / 1,49 m (altura), 2,55 m (entre-eixos)
Tanque: 45 litros
Porta-malas: 310 litros
Consumo gasolina: 12,6 km/l (cidade) / 13,8 km/l (estrada)
0 a 100 km/h: 11,8 segundos
Velocidade máxima: 173 km/h