Testamos o Suzuki Jimny Sierra como carro do dia a dia na cidade

Nova geração do Jimny ganha câmbio automático de quatro marchas e novo motor 1.5 de 108 cv de potência; confira as impressões ao volante

Foto: Cauê Lira/iG Carros
Suzuki Jimny Sierra chega ao Brasil sem invadir o espaço do modelo nacional, fabricado em Catalão (GO)

Ao longo dos últimos meses, vem ocorrendo a proliferação de um jipinho para lá de carismático nas ruas de São Paulo. As pessoas voltaram os olhos ao Suzuki Jimny, não apenas para as aventuras do fim de semana, mas também para o uso diário. Ir ao supermercado, ao trabalho e buscar os filhos na escola pode ser muito mais divertido a bordo do jipinho japonês.

LEIA MAIS: Mini Countryman híbrido: aventureiro eletrificado

Em sua nova geração, o Suzuki Jimny Sierra fica ainda mais amigável para as grandes cidades - mas sem perder o tom aventureiro que o consagrou. Nos últimos cinco dias, pudemos comprovar sua eficácia no meio urbano. Afinal, será que o jipinho da Suzuki dá um bom daily car, ou você teria que comprar um segundo veículo para usar na cidade?

Lembremos que a chegada do Sierra às concessionárias não acaba com a produção do modelo nacional. O jipe goiano continua nas lojas por valores entre R$ 74.490 e R$ 92.990, enquanto o novo - importado do Japão - alterna entre R$ 103.990 e R$ 122.990.

Popstar

As pessoas simplesmente amam o Jimny. Tive que abaixar o vidro para conversar com o motorista parado ao meu lado no semáforo, onde expliquei que ele agora é automático e está totalmente modernizado. No estacionamento da redação, um rapaz pediu para sentar no banco do motorista; além da minha namorada,  que chegou a dizer que este foi um dos carros mais legais que já levei para a casa. Coloque isso na conta deste verde vibrante.

De fato, o Sierra é muito bonito, com ângulos retos que colaboram para este design “caixotinho” robusto - até a versão convencional de 1998 é mais arredondada que ele. O teto preto, as grandes proteções nos para-lamas e o estepe acoplado à tampa do porta-malas adicionam um tempero mais aventureiro.

Por baixo deste visual amigável (e por que não, fofinho), a Suzuki escondeu muita tecnologia. Como um legítimo utilitário, o chassi do Sierra é separado da carroceria, além do arranjo de suspensão que traz eixo rígido e molas helicoidais. Combine isso aos pneus pneus “all-terrain” 195/80 R15, e você terá um jipe de 1,72 metro de altura.

Ao volante do Sierra

Foto: Divulgação
A silhueta do Sierra abusa de ângulos retos, ainda que não seja um design aerodinâmico para andar na rodovia

O motorista vê o trânsito “do alto”, porém, a posição de dirigir não chega a ser tão cansativa para a cidade. Como sou alto, senti falta de ajustes de profundidade no volante multifuncional, mas bastou reclinar um pouco mais o encosto para encontrar uma posição mais acolhedora. O painel do Sierra continua próximo ao para-brisa, mas a sensação é menos claustrofóbica na comparação com o antigo Jimny.

A Suzuki instalou central multimídia da JBL, de sete polegadas, com conexões Apple CarPlay e Android Auto. A entrada USB (que na antiga geração sai de um cabo no porta-luvas) foi parar no console. Com apenas duas caixas de som, a ambiência das músicas é debilitada - estourando em volumes mais elevados. O ar-condicionado conta com um mostrador digital ao centro.

LEIA MAIS: Suzuki Jimny Desert: o pequeno grande aventureiro

Quando o Sierra foi anunciado com câmbio automático Aisin de apenas quatro marchas, muitas pessoas torceram o nariz - inclusive eu. Mas após rodar meus primeiros quilômetros, tive a ótima surpresa de que a transmissão é mais que suficiente para a cidade, zelando sempre por marchas mais elevadas para reduzir consumo e barulho interno. Por este motivo, o Jimny é capaz de aferir a boa marca de 10,3 km/l na cidade.

O motor 1.5 a gasolina também é novo, entregando 108 cv de potência e 14,1 kgfm de torque. Ele faz um bom trabalho ao empurrar do jipe de apenas 1.095 kg, proporcionando a aceleração de 0 a 100 km/h em 14 segundos. Velocidades elevadas, entretanto, continuam não sendo a praia do Suzukinho.

A alavanca para o acoplamento do 4x4 fica entre o câmbio e o freio de mão, permitindo o engate da tração integral em velocidades de até 100 km/h. Para engatar a marcha reduzida, o motorista precisa parar o carro.

Arrancou suspiros!

Foto: Divulgação
O interior do Sierra é interessante, com plásticos texturizados de boa qualidade e design inovador

Ele também está mais firme na comparação com o modelo nacional. Enquanto o Jimny feito em Catalão (GO) exige cautela para rodar na cidade, com o costume de “passarinhar” em vias urbanas, o Sierra importado se mantém nos trilhos. Solavancos e impactos do solo também são muito mais contidos, mostrando que a nova geração tem proposta branda de ser um carro para todas as condições.

Integrando câmera de ré e um ótimo raio de giro, o Jimny Sierra é facilmente manobrável, ainda que exija certo esforço pelo tamanho dos pneus “all-terrain”. Com 85 litros de capacidade, o porta-malas é bem restrito.

LEIA MAIS: Jeep Renegade Trailhawk 2020: entrando na lama com estilo

O Suzuki Jimny Sierra pode ser um bom carro para o dia a dia, mas isso dependerá muito do perfil da família. Mesmo com crianças pequenas, ainda é difícil abdicar o espaço do porta-malas para viajar. Mas um casal sem filhos poderia se virar muito bem com ele, colocando as compras ou malas no banco traseiro. Por R$ 122.990, o Sierra 4Style é brinquedo de gente grande.

Suzuki Jimny Sierra 4Style AT
Preço: R$ 122.990
Motor: 1.5, gasolina
Potência: 108 cv a 6.000 rpm
Torque: 14,1 kgfm a 4.000 rpm
Transmissão: automática, quatro velocidades
Suspensão: eixo rígido (dianteira e traseira)
Freios: disco sólido (dianteira), tambor (traseira)
Dimensões: 3,64 m (comprimento), 1,64 m (largura), 1,72 m (altura), 2,25 m (entre-eixos)
Consumo: 10,3 km/l (cidade), 10,2 km/l (estrada).
0 a 100 km/h: 14 segundos
Vel. Máx: 150 km/h