A cultura coreana tomou a cena. Se não fosse por isso, 42 mil adolescentes não teriam se reunido no Allianz Parque, em São Paulo, para assistir o show do fenômeno teen BTS, em maio. Estima-se que a indústria do k-pop movimenta US$ 5 bilhões por ano em todo o mundo, mostrando que os coreanos não estão de brincadeira quando o assunto é ganhar dinheiro. A Hyundai quer continuar na crista da onda com o polêmico HB20S no Brasil, mas será que assim como as boybands , ele terá desenvoltura para manter o status de popstar?
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Bom, antes de tudo, acho que a questão do estilo já está resolvida; e quem gostou, gostou. O chefe de design global da Hyundai , Simon Loasby, nos contou que a carroceria do novo HB20 foi concebida para causar espanto e dividir as opiniões do público. As inspirações na nova geração do Sonata são bem claras, ainda mais na versão sedã.
Durante o fim de semana em que estive com o HB20S Diamond 1.0 turbo (R$ 81.290), amigos e parentes apontaram que ele é mais bonito e harmonioso que o hatch. Particularmente, coloco isso na conta da queda do teto - que compõe o visual de um cupê esportivo - e das linhas e vincos na carroceria que também contribuem para o equilíbrio.
O habitáculo, por sua vez, propõe uma linguagem visual que ainda não havíamos visto nos carros da Hyundai. A central multimídia que sempre esteve muito bem integrada ao painel se transforma em uma tela flutuante (tal como Onix Plus e Cronos), e o ar-condicionado digital ganhou uma pequena tela redonda ao centro. Na comparação com a geração anterior, foi uma mudança bem radical.
Assim como o rival da GM, a central multimídia de 8’’ traz as conectividades de espelhamento para celulares Android e iOS. Os sistemas permitem que o motorista acesse aplicativos de streaming como o Spotify e replique os dados de navegação do Google Maps na tela. Vale lembrar que o HB20S não tem GPS nativo, algo que pode ser um empecilho em localizações de baixo sinal de internet.
Há espaço suficiente para quatro adultos e uma criança viajarem com muito conforto. Na comparação com o modelo anterior, o novo cresceu 3 cm no entre-eixos (de 2,50 metros para 2,53 m) para desafogar os joelhos de quem vai no banco traseiro. No porta-malas, há espaço para 475 litros.
Segurança de carro premium
A versão conta com quatro airbags (vale lembrar, no Onix são seis, de série), enquanto controles de estabilidade e tração surgem no pacote intermediário Evolution. No pacote topo de linha avaliado por nossa reportagem, o HB20S traz sistema de frenagem de emergência semi-autônomo, alerta de mudança de faixa e monitoramento da pressão dos pneus. Afinal, quem vê cara não vê coração.
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A suspensão do compacto mantém o arranjo independente na dianteira e eixo de torção na traseira. No asfalto castigado de São Paulo, o HB20S desempenha bom trabalho ao aliviar os impactos dos buracos, mas acaba fazendo a leitura do solo e passando suas irregularidades para a cabine. Mesmo nas saídas de lombada (que eram um fardo na geração anterior), o modelo parou de “quicar” o eixo traseiro.
Em curvas mais rápidas, o sedã revela seu comportamento instável. A carroceria pende bastante para o lado oposto à tangência, mostrando rolagem acima do ideal. A impressão que fica é que o HB20S é um carro mais “vertical”, feito para as retas e não tanto para as curvas. Ainda bem que o controle de estabilidade ajuda a corrigir a trajetória.
O novo motor 1.0 turbo se destaca por ter injeção direta de combustível (algo que a GM não oferece no Onix). São 120 cv de potência e 17,5 kgfm a 1.500 rpm, e apesar de não ser tão potente quanto o 1.6 aspirado que foi recalibrado para entregar 130 cv, mostra mais elasticidade e eficiência.
Isso por que o motorista terá que acelerar o HB20S 1.6 até 4.500 rotações para receber o torque cheio de 16,5 kgfm. No sedã turbinado, a entrega acontece em apenas 1.500 rpm, assegurando muita agilidade e desenvoltura para o meio urbano, com disposição de sobra para ultrapassagens seguras nas estradas.
O propulsor funciona em sintonia com o câmbio automático, de seis marchas, proporcionando trocas de marcha em momentos oportunos. Além disso, é possível fazer as trocas pelas aletas atrás do volante, algo que fez muita falta no rival da GM.
De acordo com o Inmetro, o HB20S turbinado pode aferir 8,8 km/l na cidade e 12,7 km/l na estrada com etanol. Na gasolina, os números sobem para 11 km/l e 15,3 km/l, respectivamente. Nada mal.
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Conclusão
Por baixo da carroceria polêmica, esconde-se um sedã compacto dos mais competentes. Recomendamos que você vá à uma concessionária da Hyundai para conhecê-lo de perto, pois o HB20S é um daqueles carros que ficam mais bonitos pessoalmente. Ele tem cacife para continuar se destacando como o BTS, mas resta saber se o público brasileiro vai comprar a ideia, levando em conta o bom Chevrolet Onix Plus como rival.
Hyundai HB20 1.0 Diamond Plus
Preço: R$ 81.290
Motor: 1.0, três cilindros, turbo
Potência: 120 cv (E) / 120 cv (G) a 6.000 rpm
Torque: 17,5 kgfm (E) / 17,5 kgfm (G) a 1.500 rpm
Transmissão: Automático, seis marchas , tração dianteira
Suspensão: Independente, McPherson (dianteira) / Eixo de torção (traseira)
Freios: Discos ventilados (dianteiros) / tambores (traseiros)
Pneus: 185/60 R15
Tanque: 50 litros
Porta-malas: 475 litros
Consumo etanol: 8,8 km/l (cidade) / 12,7 km/l (estrada)
Consumo gasolina: 11 km/l (cidade) / 15,3 km/l (estrada)
Velocidade máxima: 191 km/h