Depois de ter saído do Mercedes CLA 180, no ano passado, fiquei curioso de por as mãos no A200 Sedan, vindo do México e bem mais moderno. Pois bem, passei quase uma semana com a novidade, que mostrou claros sinais de evolução, embora ainda tenham faltando alguns itens que um carro que custa quase R$ 170 mil deveria ter de série.
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Como pode não terem incluído no pacote de equipamentos retrovisor interno fotocrômico, abertura e fechamento das portas sem chave, ajustes elétricos do banco do passageiro e ar-condicionado bizone? Além disso, a entrada USB fica escondida debaixo do porta-objetos no console central.
De qualquer forma, afora a ausência desses equipamentos, o sedã da Mercedes causou melhor impressão que o hatch A250, com um conjunto mais equilibrado e eficiente. No lugar do 2.0, de 224 cv e 35,7 kgfm a 1.800 rpm o A200 vem com o 1.3, turbo, desenvolvido em parceria com a Renault-Nissan, que rende mais modestos 163 cv e 24,4 kgfm a 1.620 rpm.
Com isso, a tração dianteira funciona melhor em qualquer situação. E são números para respostas ágeis ao pisar no acelerador gastando pouco combustível (10,5 km/l na cidade e 14,5 km/l na estrada, diz o Inmetro). Com tanque de 43 litros, a autonomia teórica é de bons 452 km em trechos urbanos e 623 km nos rodoviários, nada mau.
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As questões da eficiência e da modernidade no Mercedes A200 Sedan foram levadas a sério. Acoplado ao engenhoso motor 1.3 turbo fica o câmbio de dupla embreagem, de 7 marchas bem escalonadas, com trocas rápidas e precisas. Não é preciso subir muito o giro do motor para fazer ultrapassagens com segurança, sempre em silêncio e precisão.
Sem nenhuma pretensão de ser um esportivo, o Mercedes A200 Sedan tem uma direção com assistência elétrica leve nas manobras e que vai ganhado o peso ideal conforme o aumento da velocidade. Mas com rodas de aro 18 montadas em pneus 225/45R 18 (Hankook), alguns solavancos tanto em piso irregular, quanto em lombadas e valetas são inevitáveis. Em contrapartida, com asfalto liso, o carro mostra boa estabilidade nas curvas.
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As linhas do Mercedes A200 Sedan também são mais atuais que as do CLA 180. No modelo novo, a parte aerodinâmica foi muito bem cuidada, com coeficiente de arrasto de meros 0,25. Isso contribui com a economia de combustível na estrada e com o baixo nível de ruído. Bom também é que o porta-malas leva bons 430 litros e que o acabamento interno é caprichado, com couro, alumínio e apliques pintados de preto brilhante.
Também há que se elogiar a ergonomia, como comandos ao alcance das mãos e fáceis de ser acionado na maioria dos casos. É preciso algum tempo para se acostumar com todos os controles no volante, mas é possível controlar até a tela do sistema multimídia. O botão do volume do som no console central também ajuda algumas vezes, mas o destaque fica por conta do comando de voz pelo sistema MBUX, que usa inteligência artificial.
O sistema funciona como a Siri da Apple, ou a Bixby dos celulares da Samsung. Basta pronunciar uma saudação, como “Olá, Mercedes”, ou “E aí, Mercedes”, para que a central pergunte o que você deseja fazer. Há uma verdadeira infinidade de comandos, que vão desde ajustes do ar-condicionado, informações sobre o veículo e dados da rota. A nova tecnologia atende até mesmo comandos muito específicos, como ligar a luz de leitura do lado esquerdo.
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Conclusão
O Mercedes Classe A200 Sedan é a versão mais interessante da nova linha da marca alemã. Além de conseguir aliar bom desempenho com baixo consumo, ainda se mostra um conjunto bem equilibrado, estilo arrojado e tem boa dose de sofisticação. Faltam apenas alguns itens essenciais para um carro que beira os R$ 170 mil na versão mais simples.
Ficha técnica
Mercedes-Benz A 200 Sedan
Preço: R$ 169.900
Motor: 1.3, gasolina, turbo, quatro cilindros
Potência: 163 cv a 5.500 rpm
Torque: 25,5 kgfm a 1.620 rpm
Transmissão: sete marchas, dupla embreagem
Suspensão: McPherson (dianteira), eixo de torção (traseira)
Pneus: 225 / 45 R18
Porta-malas: 430 litros
0 a 100 km/h: 8,1 s
Vel. Máx: 230 km/h