A BYD anunciou nesta quarta-feira (10) seu mais novo SUV, o Song Pro , que entra no mercado por R$ 189.800 na versão GL e R$ 199.800 na versão GS, mirando no Toyota Corolla Cross híbrido (a partir de R$ 202.690). Esses preços são válidos para as primeiras 3.000 unidades vendidas. No entanto, quando questionada, a marca não informou o valor cheio do veículo.
Nós do iG Carros testamos a versão GS, topo de linha, em uma volta rápida de cerca de 12 minutos, do Allianz Parque ao Estádio do Pacaembu. A rota não passou de 5 quilômetros, mas conseguimos ter uma ideia do que o SUV médio oferece.
Ao entrar no veículo, é possível dizer que os assentos são largos e confortáveis, uma sensação que aumenta pelo console central elevado. As semelhanças com o Song Plus (R$ 239.800) são evidentes no interior, mas notei que o Song Plus oferece um pouco mais de espaço. O que contribui para isso é o volante que tem uma extensão limitada, mas para mim, de 1,88 metros, achei o espaço suficiente, assim como o campo de visão.
Ao dirigir, a versão combina um motor 1.5 aspirado de 98 cv de potência com um motor a combustão de 197 cv, que juntos fornecem 235 cv e 43 kgfm de torque. Não acelerei muito, mas com o pouco que pressionei o acelerador, o carro respondeu de forma forte e imediata, sem falta de força. Fiquei surpreso com o silêncio dentro da cabine, graças ao excelente isolamento acústico, que bloqueia quase todos os barulhos externos.
A marca divulga o 0 a 100 km/h em 7,9 segundos, ótimos números comparado aos rivais, conseguindo ser mais rápido, por exemplo, do que o Fiat Fastback Abarth . A velocidade máxima limitada é de 185 km/h.
Algo comum em carros chineses, e que sinto falta, é a adaptação para o solo brasileiro. Não é novidade que a BYD traz uma suspensão bem macia e um volante excessivamente leve. O Song Pro segue essa tendência. É agradável de guiar, e os poucos buracos que passamos não causaram um desconforto tremendo, mas a maciez da suspensão é notável.
Talvez, com a produção nacional do SUV , já confirmada como o primeiro do segmento da BYD a ser fabricada no Brasil, essa adaptação seja mais pensada. Não considero um defeito, mas a maciez excessiva pode não ser do gosto dos brasileiros. Porém, diferente das suspensões do King , que é a simples eixo de torção na traseira, o Song Pro traz multilink na traseira, ou seja, independente nas quatro rodas.
No computador de bordo, o SUV híbrido plug-in apresenta dois mostradores de autonomia. Do lado esquerdo, a autonomia do motor elétrico, que, segundo a BYD, pode rodar até 110 km apenas no modo elétrico na versão topo de linha (70 km no GL). Do lado direito, a autonomia do motor a combustão. No total, a marca divulga que é possível rodar 1.100 km com o tanque e as baterias cheias, um pouco menos que o BYD Song Plus , que atinge 1.200 km, devido ao tanque de combustível de cinco litros a menos.
É possível escolher entre o modo somente elétrico (se houver carga na bateria) ou o modo híbrido. Neste último, o carro prioriza o motor elétrico, mas se o motorista pisar fundo no acelerador, o motor a combustão entra em ação automaticamente, entregando a potência máxima desejada. Para isso, é necessário que a bateria tenha carga mínima.
O porta-malas é o melhor entre seus concorrentes diretos e indiretos, com 520 litros de capacidade. Em comparação, o Corolla Cross possui 440 litros e o Jeep Compass , 410 litros. Portanto, o espaço é suficiente.
O acabamento é bem feito. No painel, há material soft-touch por toda parte, sem plástico rígido, assim como nas portas, com acolchoamento nas laterais e no apoio de braço. Os materiais aparentam ser de boa qualidade.
O volante tem uma boa empunhadura e é fácil de guiar. As telas do painel de instrumentos, de 8,8 polegadas, e a central giratória, de 12,8 polegadas, são de extrema qualidade, algo comum nos carros da BYD. Ele conta com emparelhamento de Apple CarPlay e Android Auto sem fio . No entanto, tivemos uma pequena dificuldade de conectar o Android Auto, enquanto o Apple CarPlay funcionou perfeitamente, sem travamentos. Acredito que seja apenas um bug temporário do equipamento.
Assim como o BYD King, o Song Pro não apresenta o sistema autônomo de condução encontrado no Corolla Cross . O SUV chinês possui apenas controle de cruzeiro comum, sem adaptações, e carece de frenagem de emergência, correção de faixa, assistente de ponto cego, entre outros recursos. Isso acaba sendo uma desvantagem, tanto pelo preço de quase R$ 200 mil quanto pela concorrência que já incorporou essas funções há tempo.
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