Ford Territory 2025
Luiz Forelli Santana/iG
Ford Territory 2025

Quando a  Ford colocou o Territory no mercado brasileiro em 2020, o produto prometia ser forte e marcante por conta do seu visual atraente, que lembrava até o Fusion em alguns aspectos, e à sua tecnologia avançada em comparação com os concorrentes. No entanto, o SUV médio deixou muito a desejar. O câmbio e o motor não respondiam bem, as tecnologias eram problemáticas, consumo muito alto, além de outros fatores.

Desde que a Ford saiu do mercado brasileiro e se tornou importadora de veículos, começou a trazer produtos mais refinados ao nosso mercado. Três anos após o lançamento, o Territory ganhou uma nova geração no Brasil, que revolucionou o modelo, tornando o SUV tão superior em comparação com a versão anterior que poderia até receber um nome diferente.

Ainda assim, o modelo atual mantém várias semelhanças com carros chineses, o que não é coincidência. O Territory foi desenvolvido em parceria com a JMC (Jiangling Motors) , uma montadora chinesa com a qual a Ford colabora há mais de 30 anos, e é importado da China para mais de 60 países.

Disponível em uma única versão chamada Titanium , o Territory custa R$ 209.990, menos que o  Jeep Compass na versão Limited (R$ 216.990), o Volkswagen Taos Highline (R$ 210.990) e o  Honda ZR-V (R$ 214.500), porém mais caro que o  Toyota Corolla Cross XRX (R$ 191.790). Mas será que ele consegue se destacar entre seus concorrentes? É o que vamos entender hoje. 

DIMENSÕES E VISUAL

Ford Territory 2025 Luiz Forelli Santana/iG
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O Ford Territory cresceu e ficou mais robusto, adotando um visual mais imponente e característico dos carros da Ford . A marca respondeu às críticas sobre a geração anterior do seu pequeno porta-malas. Na dianteira entrou uma grade em preto brilhante com elementos cromados e faróis 100% em LED afilados.

A traseira agora conta com lanternas menores em LED que se estendem pela tampa do porta-malas. As laterais e a traseira apresentam curvas e vincos que conferem um charme moderno e bonito ao veículo, sem aquela carroceria mais arredondada. O modelo é totalmente diferente do anterior e não lembra nada da versão passada.

Nas dimensões, o Territory mede 4,63 metros de comprimento (5 cm a mais que o antecessor), 1,93 m de largura (1 mm menor), 1,70 m de altura (3 cm a mais) e tem uma distância entre eixos de 2,72 m (1 cm a mais). O porta-malas agora tem capacidade de 448 litros, exatamente 100 litros a mais que a geração anterior. Apesar das pequenas mudanças nas dimensões, o SUV médio se mostrou bem aproveitado na prática.

Ford Territory 2025 Luiz Forelli Santana/iG
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Sentado na parte de trás, com meus 1,88 metros, havia quase um palmo de distância entre meu joelho e o banco dianteiro do motorista, que estava todo recuado para trás, posição em que dirigi. Além disso, há um bom espaço para a cabeça e o túnel central é quase imperceptível. Ou seja, o espaço traseiro é muito bom, que ainda conta com saídas de ar e uma porta USB-C.

MOTORIZAÇÃO E SENSAÇÃO AO VOLANTE

Ford Territory 2025
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Ford Territory 2025

O novo powertrain do Territory passou por uma grande evolução. Começando pelo ciclo do motor, que antes era Atkinson e agora é Otto. O ciclo Atkinson prioriza a eficiência de combustível, sacrificando um pouco a potência, enquanto o ciclo Otto foca mais na potência, resultando em um desempenho mais robusto, embora com um consumo de combustível ligeiramente maior, mas não neste caso. 

O motor possui grandes atualizações, mantendo o mesmo 1.5 turbo a gasolina, mas com maior cavalaria. Agora são 169 cv a 5.500 rpm (antes eram 150 cv) e 25,5 kgfm de torque a 1.500 rpm (antes eram 22,9 kgfm). A principal melhoria no desempenho vem do câmbio, que passou de um CVT para um automatizado de sete velocidades, dando mais fôlego ao SUV. Porém, não há trocas de marcha atrás do volante ou na manopla. 

Não, o câmbio não é o problemático PowerShift, mas sim um robotizado banhado a óleo. Não é possível afirmar se essa é a melhor escolha ou se é totalmente confiável, apenas o tempo poderá dizer. Com todo esse conjunto, a marca divulga que o 0 a 100 km/h é alcançado em 10,3 segundos, o que foi confirmado em nossos testes. A velocidade máxima divulgada é de 201 km/h, bons números considerando seu peso de 1.705 kg.

No trajeto urbano, o conforto do SUV é evidente, graças à suspensão McPherson na frente e multilink na traseira. O Territory oferece um equilíbrio perfeito, pendendo levemente para a maciez, tornando o carro muito agradável de dirigir. A suspensão é bem calibrada e absorve bem as irregularidades do solo, sem transmitir desconforto para dentro da cabine. As rodas aro 19 polegadas com pneus 235/50 também contribuem para a sensação de conforto.

Um grande inconveniente no uso urbano são dois equipamentos (podem ser desligados): o Auto Hold e o Start-Stop. O primeiro, que deveria segurar o carro ao frear totalmente, às vezes deixa que o veículo se mova um pouco  para trás, o que causou insegurança e desconforto. Já o Start-Stop demora alguns segundos para ligar o carro novamente, além de ser um pouco brusco ao ligar, o que também é desconfortável.

Ford Territory 2025
Divulgação
Ford Territory 2025

Na estrada, o Territory cumpre seu papel de forma adequada. Não há muita emoção ou surpresas, mas o motor realiza um trabalho honesto e preciso para as ultrapassagens. Porém, o câmbio às vezes demora para responder, e apresentou certa lentidão e falta de vivacidade em alguns momentos. Isso porque ele tenta sempre manter as rotações baixas, o que acaba não sendo o ideal quando se pisa fundo no acelerador. 

Em velocidades mais altas, o Territory é estável e transmite ótima segurança. Apesar de ser um SUV, é  normal que ele seja um pouco suscetível ao fluxo de ar que passa por cima e por baixo, já que não é um "grudado no chão", são 179 mm em relação ao solo, porém isso está longe ser ruim ou desconfortável. No geral, ele é bem estável e confortável de guiar. O isolamento acústico é excelente, bloqueando até demais o som do vento e o ruído de rodagem.

Nas curvas, o Territory supera as expectativas. O controle de estabilidade mantém o carro firmemente no caminho, passando segurança. O volante é responsivo e preciso, levando o carro exatamente para onde é direcionado, mesmo sendo tração dianteira. Já os freios, presentes nas quatro rodas, são muito sensíveis e respondem rapidamente às pisadas, merecendo também palmas pela eficiência. Realmente, fiquei surpreso. 

CONSUMO

O consumo medido pelo Inmetro foi de 9,5 km/l na cidade e 11,8 km/l na estrada. Em nossos testes, conseguimos 9,2 km/l na cidade e 13,5 km/l na estrada. São bons números, considerando o tamanho do veículo, e a grande ajuda é possível graças à rotação baixa que o carro sempre prioriza. Mesmo com os três modos de condução disponíveis (Eco, Esportivo e Serra/Colina), não senti nenhuma diferença grandiosa no desempenho.

O curioso de toda essa história é que mesmo com um ciclo de motor que prioriza mais o desempenho e menos o consumo como dito mais acima, o Ford Territory consegue entregar mais e gastar menos que a geração passada, curioso, né? 

ACABAMENTO E POSIÇÃO DE GUIAR  

Ford Territory 2025 Luiz Forelli Santana/iG
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O acabamento do Territory é bem premium, até mesmo em comparação com os concorrentes. Todo o painel é feito de material macio, assim como a parte superior das portas dianteiras e traseiras. As portas também possuem um ótimo acolchoamento. Até as laterais do console central, onde apoia as pernas, tem um acabamento macio, mostrando a atenção da Ford aos detalhes, além de não ter  nenhuma saliência. 

Já a posição de guiar também é favorável, é bem elevada e muito ampla. Mesmo com o banco ajustado para a posição mais baixa, é possível ter uma boa visão, o que é vantajoso para pessoas mais baixas. O banco do motorista possui ajustes elétricos, e o volante tem ajustes de altura e profundidade. 

Porém, os grandes elogios de ergonomia se limitam por aí. Porque o que acaba prejudicando muito o conforto do Territory é a ergonomia do painel. No meu caso, com o banco totalmente recuado para trás, mexer nos comandos fica bastante difícil. Precisei me esticar muito para alcançar os controles. 

O maior problema é que a grande maioria dos comandos está no sistema multimídia, como a temperatura do ar, modos de condução do veículo e vários outros sistemas. É bem comum ver isso em carros chineses, como é o caso da construção deste carro, mas a Ford exagerou na quantidade de cliques necessários para realizar qualquer ajuste. 

TECNOLOGIA LENTA E COMPLICADA 

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Além de vários controles do veículo ficarem integrados ao multimídia de 12,3 polegadas, os comandos são lentos e pequenos de enxergar, o que dificulta o uso. É uma pena, considerando que a Ford possui o excelente sistema SYNC 4, presente na Ranger , Mustang Mach E , entre outros. Porém, devido à construção chinesa deste carro, ele não conta com esse sistema. Então, é preciso se contentar com o processamento lento e as funções confusa dos menus, que é bastante desagradável.

Um exemplo de algo difícil de entender é o uso da câmera 360°. O Territory possui quatro câmeras ao redor do veículo, e para ativá-las, é necessário colocar o carro em ré ou clicar em um ícone muito pequeno no canto inferior esquerdo da tela. Quando acionado, o sistema só permanece ligado por sete segundos. A tela apaga repentinamente e volta para o menu Aí, é preciso ativá-la novamente e fica nesse ciclo.

Ford Territory 2025
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Ford Territory 2025

Mas para amenizar a frustração, o sistema oferece conectividade com Apple CarPlay e Android Auto sem fio, e a tela possui uma resolução de alta qualidade. Já o sistema de som com oito alto falantes é satisfatório.

O painel de instrumentos também possui uma tela de 12,3 polegadas com excelente resolução, acessível através do botão localizado no lado direito do volante. É possível visualizar informações como viagens, estado do cinto de segurança, pressão dos pneus, entre outros, além de alternar entre diferentes modos de visualização, temas e mais.

No console central, há botões de fácil acesso para funções como park assist (estaciona sozinho), desativação de sensores, controle da tela do telefone, uma manopla rotativa de volume, entre outros controles. Um grande destaque vai os generosos espaços do porta-copos e objetos, um baú espaçoso e um carregador por indução. Além disso, há uma prateleira no painel do lado do passageiro. 

Ford Territory 2025
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Em termos de segurança, o Territory possui seis airbags (frontais, laterais e de cortina), controle de cruzeiro adaptativo Stop & Go (que ajusta a velocidade sem frenagens bruscas, ideal para uso na cidade), assistente de permanência em faixa que não centraliza, assistente de descida e partida em rampa, monitoramento de ponto cego, alerta de tráfego cruzado, farol alto automático, acendimento automático dos faróis, sensor de chuva, alerta de colisão com frenagem automática de emergência, entre outros recursos.

Há também chave presencial que abre e fecha o veículo ao se aproximar, porta-malas elétrico e teto solar panorâmico como equipamentos que achei bem interessante. 

Quanto às cores, o Territory está disponível em seis opções: Azul Metálico, Cinza Catar, Branco Bariloche, Vermelho Vermont, Marrom Roma e Preto Toronto.

RESUMO DA ÓPERA

O Ford Territory apresenta diversas qualidades que o colocam em uma categoria muito acima em relação a geração anterior. É como fazer a transição de um iPhone 8 para um iPhone 14 - é um carro completamente diferente, agora com personalidade própria para competir de frente com seus rivais. Considerando seu preço de R$ 209.990, categoria, tecnologia embarcada, espaço e dirigibilidade, dá para dizer tranquilamente que ele oferece um ótimo custo-benefício.

Quando comparado aos concorrentes, o Territory encara bem. Tudo depende do que o consumidor prioriza. O multimídia, de fato, está longe de ser excelente, mas para quem apenas emparelha a tela do celular e esquece o sistema nativo do carro, isso pode ser ignorado. O SUV apresenta menos influência chinesa do que à geração anterior, mas ainda tem seus deslizes. No entanto, é confortável, espaçoso, prazeroso de guiar e tecnologicamente avançado, ou seja, ele não pode ser mais ignorado.

FICHA TÉCNICA 

Motor: 1.498 cm3, dianteiro, transversal, quatro cilindros, 16 válvulas, turbo, injeção direta, somente gasolina

Desempenho: 169 cv de potência a 5.500 e 25,5 kgfm de torque a 1.500 rpm; 0 a 100 km/h em 10,3 segundos; velocidade máxima de 180 km/h

Conusmo na gasolina (Inmetro): 9,5 km/l na cidade e 11,8 km/l na estrada

Câmbio: automatizado de embreagem dupla banhada a óleo com sete marchas (não há trocas sequenciais), tração dianteira

Direção: elétrica progressiva

Suspensão: McPherson na dianteira e multilink na traseira

Freios: discos ventilados na dianteira e disco sólido na traseira

Pneus: 235/50 R19

Dimensões: 4,63 metros de comprimento; 1,93 m de largura; 1,70 m de altura; 2,72 m de distância entre-eixos; porta-malas de 448 litros; tanque de 60 litros; altura mínima do solo: 179 mm; peso: 1.705 kg


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