Considerado por muitos como o veículo elétrico que está revolucionando o mercado de eletrificados, o BYD Dolphin é o pacote quase completo para usuários que desejam fazer essa transição. Seu valor inicial é de R$ 149.800 na opção de entrada, chamada apenas de EV , atualmente sem os impostos do governo, que irão aumentá-lo.
Chegado ao mercado em junho do ano passado , o Dolphin tem conquistado muitos adeptos, e isso não é por acaso. O elétrico importado da China já fez diversos veículos reduzirem os preços por conta dele, e coloca concorrentes no chinelo. Porém, o GWM ORA 03, já testado aqui, é seu principal rival por praticamente o mesmo preço, fazendo diversos consumidores coçarem a cabeça na hora de pensar nesses dois veículos.
ESPAÇO DO COROLLA E VISUAL MARINHO
O BYD Dolphin possui o mesmo comprimento que um Renault Kardian , que é considerado um SUV , e o mesmo entre-eixos do Toyota Corolla . Ou seja, espaço e ergonomia não serão um problema aqui. São 4,12 m de comprimento, 1,77 m de largura, 1,57 m de altura e ótimos 2,70 m de entre-eixos, que me deixaram no assento traseiro com dois dedos de sobra entre os meus joelhos com o banco dianteiro regulado para mim (tenho 1,88 m), além de ótimo espaço para os pés e cabeça - espaço atrás não é um problema.
Já o porta-malas tem capacidade para 250 litros (1.310 com os bancos rebatidos), maior que o rival ORA 03, que possui 228 litros. Não é grande, mas para um hatch é aceitável levar bagagens de dois adultos. Ainda há um estepe temporário (pneus 125/90 R16) e nada de reparador de pneus, como é feito em outros países - nessa situação ele tem 345 litros de capacidade.
O BYD traz visual da linha Ocean ("visual Marinho"), a mesma do Seal e do irmão Dolphin Mini, e busca trazer elementos do mar para construir suas principais características. Na minha modesta opinião, e de alguns entusiastas, lembra o Honda Fit da terceira geração. A grade dianteira é fechada e minúscula, e os faróis full LED também são pequenos, mas iluminam muito bem à noite. A grade tridimensional completa o design da frente.
As rodas aro 16 (pneus 195/60) diamantadas com aplique em preto de cinco raios não me agradaram tanto. Mas a traseira é diferente, achei elegante, com as lanternas em LED que se interligam, assim como as linhas em laranja nessa frota que pegamos, que se ligam desde à frente até a traseira, assim como o para-choque também tridimensional.
MOTORIZAÇÃO E COMO ANDA
Quem observa as estatísticas de 95 cv e 18,3 kgfm de torque (instantâneo) do Dolphin pode pensar que ele é manco para carregar os 1.405 kg. No entanto, na prática, é bem diferente disso. Primeiramente, o torque é mais do que suficiente e, na realidade, parece ser mais do que o declarado, tornando o Dolphin extremamente ágil de guiar na cidade quando é necessário pisar no acelerador pela agilidade, além de ser confortável.
Na estrada, ele também se sai bem, e até os 65 km/h, o Dolphin é bastante veloz; depois disso, ele acaba perdendo um pouco de fôlego, mas nada tão significativo, pois ganha facilmente velocidade - o 0 a 100 km/h é feito em 10,9 segundos, semelhante aos carros 1.0 turbo ou 1.6 aspirado. A velocidade máxima é limitada em 150 km/h.
As retomadas também são fáceis devido ao torque instantâneo, e o propulsor leva bem o carrinho, que também apresenta ótimo isolamento acústico, reduzindo consideravelmente o barulho do fluxo de ar e da rolagem dos pneus no solo.
São dois tipos de modos de condução: o ECO e o SPORT. A diferença está na resposta do acelerador, que fica mais ágil no modo esportivo, além da intensidade da força no volante. Também há o modo de regeneração de energia (botão no centro do console), que no modo LARGER (mais forte), freia o carro sem tanta brutalidade, como outros elétricos, para recuperar energia. Além disso, há também um botão no centro para pisos mais escorregadios.
Ele também se sai muito bem na estrada, sendo estável em retas, mesmo em velocidades mais altas. Fazer curvas não é um problema para ele, já que a plataforma (chamada de e-platform 3) está bem alinhada com a resposta do volante, tornando o Dolphin um carro seguro para contorná-las. Na cidade, também oferece conforto devido à suspensão bem ajustada ao nosso solo esburacado, sem pancadas secas dentro da cabine e absorvendo bem os impactos.
BATERIA
O BYD Dolphin utiliza uma bateria de Blade de lítio-ferro-fosfato (LFP) de 44,8 kWh de capacidade. São oito anos de garantia da bateria e sem limite de quilometragem. O que faz a autonomia do Dolphin em circuito misto (cidade e estrada) chegarem aos 330 km em nossos testes, superando e muito o Inmetro que avalia 290 km. Já o circuito apenas urbano, daria perto dos 370 km, e a estrada, daria os 290 km.
A verdade é que com ar-desligado, toques leves no acelerador, chegar perto dos 400 km não seria uma aposta errada. A bateria carrega de 15 a 100% em wallbox AC (corrente alternada - um wallbox), leva cerca de 7h. Em eletropostos DC, são 30 minutos para meia carga (30 a 80%). Ainda há um sistema inteligente que permite definir limite de carga e horários.
ERGONOMIA E CONFORTO
Aqui há um ponto muito importante no Dolphin , pois o conforto dele é muito bom. Isso se dá pelos bancos, em um estilo mais esportivo, que abraçam bem, e o console central bem elevado, que dá um requinte a mais. O espaço também para guiar é muito bom, assim como os botões que ficam bem perto do condutor.
O que acaba faltando é ajuste de profundidade para o volante, algo que um veículo desse preço merecia. Os porta-objetos também é bem amplo, com bastante espaço, menos os porta-copos, que são mais reduzidos.
TECNOLOGIA E INTERIOR
O primeiro ponto que claramente precisamos comentar é a ótima tela central giratória de 12,8 polegadas. A qualidade é muito boa, rápida e intuitiva, com GPS integrado mostra os postos de carregamento, Spotify integrado, além de ter câmera 360 muito boa e diversas configurações. O que falta é o Apple CarPlay e Android Auto sem fio, já que no Dolphin precisa colocar o conector no celular.
Um detalhe chato é o controle do ar-condicionado (automático de apenas uma zona) que fica escondido na tela, tendo que fazer você sair do emparelhamento para mexer. O que ajuda são os comandos de voz que funcionam bem e você pode pedir para ele mudar a temperatura, ventilação, entre outros.
O painel de instrumentos digital é de cinco polegadas, pequeno, mas mostra todas as informações. O seletor de marcha é escondido - um pequeno seletor no painel, que com o tempo vira costume. Ele também possui freio de estacionamento eletrônico (aciona sozinho ao colocar o câmbio no “Park’’) e o auto hold.
Em termos de acabamento, é mediano, Possui toque acolchoado no painel, mas no tablier é plástico, como na parte superior das portas. É de boa qualidade, mas o ORA 03 possui um acabamento mais refinado.
Os ajustes dos bancos (profundidade e altura) são manuais, e não automáticos como irmão menor que é bem mais barato. Os vidros são elétricos nas quatro portas, mas a função one touch é presente apenas na do motorista e apenas na descida, o que faz os vidros não fecharem quando tranca o carro. Também não há sensor de chuva, apenas no Dolphin Plus, que custa R$ 179.900
Porém como itens de série vem faróis com acendimento automático (sem comutação), chave presencial e partida por botão, sensor de ré (sem dianteiro), rodas de liga leve de 16’’, direção elétrica com assistência progressiva com dois modos (Confortável e esportivo, que enrijece mais a força), ABS, controle de tração e estabilidade, espelhos retrovisores com ajuste elétrico, trava elétrica, grade dianteira com iluminação em LED, sistema de monitoramento dos pneus (TPMS) e seis airbags.
FICA DEVENDO:
O BYD Dolphin fica devendo pelo preço o piloto automático adaptativo (ACC), frenagem autônoma de emergência (FCW), assistente e centralizador de faixa (LDK), entre outros. Tomando em conta que o concorrente ORA 03 em sua versão de entrada que custa praticamente o mesmo valor já traz isso.
RESUMO DA ÓPERA
O Dolphin se destaca como um carro excelente, especialmente pela posição de dirigir. Sem dúvida, ele oferece um conforto superior, tanto pela ergonomia da condução quanto pela suspensão, que é mais suave em comparação com o ORA 03.
Em termos de desempenho, como o 0 a 100 km/h ou velocidade máxima, o Dolphin é bastante semelhante ao ORA 03. No entanto, o hatch da GWM apresenta equipamentos mais refinados e um acabamento superior. Apesar disso, a posição de dirigir do Dolphin, com seu console central elevado, volante de boa pegada, suspensão confortável e espaço interno, é um diferencial interessante.
Para quem está começando no mundo dos veículos elétricos, o Dolphin é uma escolha sólida, principalmente devido à sua boa autonomia. Contudo, como sempre afirmo, se o motorista frequentemente percorre mais de 200 a 300 km em estradas, o Dolphin pode não ser a melhor opção. Nesses casos, um híbrido plug-in pode ser mais adequado. Entretanto, para uso urbano e algumas viagens curtas, o Dolphin atende muito bem, oferecendo um ótimo desempenho e conforto.
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