A Toyota traçou uma estratégia de comercializar apenas veículos híbridos até 2028, de acordo com o portal Autoesporte. O plano prevê um investimento de R$ 11 bilhões e a concentração da produção em Sorocaba (SP) e Porto Feliz.
O primeiro passo será o lançamento do SUV compacto Yaris Cross no primeiro trimestre de 2025, equipado com motor 1.5 híbrido flex. Em 2026, será a vez da picape intermediária 150D, com motorização 2.0 híbrida flex plug-in, com possibilidade de recarga externa.
Entre 2026 e 2027, a Toyota renovará completamente a Hilux e o SW4, com opções de motores híbridos leves (MHEV) e plenos (HEV) a diesel. A nova família Yaris deve chegar em 2028, fechando o ciclo de eletrificação.
Portfólio híbrido
O plano inclui versões híbridas para diversos modelos:
RAV4: SUV médio com opções a gasolina de 222 cv e 306 cv
Corolla: sedã médio com versões flex de 175 cv e híbrida de 122 cv
Corolla Cross: SUV compacto-médio com motorizações similares ao Corolla
Yaris Cross: SUV compacto com motor 1.5 híbrido flex de 110 cv
Picape 150D: modelo intermediário com motor 2.0 híbrido flex plug-in de 223 cv
Nova Hilux: picape média com motor híbrido leve a diesel de 204 cv
Novo SW4: SUV de sete lugares com motorização similar à Hilux
A estratégia original estava prevista para 2025, mas foi adiada três anos devido à pandemia de covid-19, que retardou investimentos e desenvolvimento de produtos. Parte dos modelos continuará oferecendo opções a combustão no portfólio, garantindo flexibilidade para diferentes perfis de consumidores.
A Toyota, pioneira em híbridos flex, lançou a primeira motorização híbrida flex do mundo com a 12ª geração do Corolla em 2019, expandindo desde então suas tecnologias de eletrificação.
Descarbonização do setor
Segundo estudo da Anfavea, realizado pela Boston Consulting Group (BCG), o setor de transportes no Brasil emitiu 242 milhões de toneladas de CO2 em 2023, representando 13% das emissões totais do país. A previsão é que essas emissões alcancem 247 milhões de toneladas em 2030 e 256 milhões de toneladas em 2040.
O estudo, desenvolvido ao longo de 13 meses, envolveu mais de 3 mil pessoas, incluindo CEOs, executivos, ministérios, técnicos, consumidores e acadêmicos de diversos países. A pesquisa indica que o uso de biocombustíveis e novas tecnologias de propulsão pode resultar em emissões de 224 milhões de toneladas em 2040.
Perspectivas do setor
A Anfavea prevê que a partir de 2030, mais da metade dos veículos vendidos terão tecnologias de eletrificação. Para 2040, a expectativa é de que 90% das vendas de veículos leves sejam híbridos ou elétricos. No segmento de veículos pesados, esse índice deve chegar a 60%.
Essa transição demandará investimentos importantes em infraestrutura, como:
- Aumento de 50 mil GWh de energia elétrica anualmente
- Produção de 15 bilhões de litros de etanol por ano
- 9 bilhões de litros adicionais de biodiesel
- Até 370 mil toneladas anuais de hidrogênio