Mesmo o Fiat Palio, que já foi o mais vendido em 2014, não ajuda a segurar as vendas de automóveis da marca italiana
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Mesmo o Fiat Palio, que já foi o mais vendido em 2014, não ajuda a segurar as vendas de automóveis da marca italiana

A Fiat está se movimentando, trabalhando em uma renovação para sua linha, com a chegada de um novo hatchback e um sedã. Enquanto isso não acontece, está apanhando nas vendas de carros e sua participação entre os automóveis caiu para a 6ª posição, emplacando 13.710 unidades, o equivalente a 8,67% de todas as vendas. Sua folga vem pelo bom desempenho entre os comerciais leves, onde tem 38,9% de participação.

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Reflexo do novo panorama do mercado automotivo brasileiro, a Fiat , junto com a Ford, foram marcas que perderam seu apelo com o cliente. Em 2016, a Ford fechou o ano fora do grupo das “quatro grandes”, que durante muito tempo foi formado por Fiat, Ford, General Motors e Volkswagen. Até o ano passado, a fabricante italiana era a 3ª entre as vendas de carros. Começou 2017 em 5ª, conseguiu se recuperar e voltar para a 4ª posição em fevereiro e, um mês depois,  caiu para 6ª colocação.

Foram vendidos 13.710 automóveis da Fiat em março, 8,67% de tudo o que foi emplacado no mês. A Toyota foi quem conquistou a 5ª colocação, com 13.799 veículos comercializados no mesmo período, o equivalente a 8,73%. É uma diferença de apenas 89 veículos, só que há um agravante: O carro mais em conta da Toyota é o Etios, por R$ 46.090, enquanto a Fiat tem Mobi (R$ 33.030), Uno (R$ 42.680) e Palio (R$ 43.910), os três mais em conta do que o compacto japonês – e ainda há o Palio Fire, vendido para frotistas, por R$ 34.710.

Fica pior ainda se considerarmos que quem está no lugar da Fiat nas “quatro grandes” é a Hyundai. Se considerarmos só o que a Hyundai Motor Brasil (HMB) produz temos 16.817 unidades, mais do que a Fiat vendeu no mês. O número sobe um pouco mais com os modelos vendidos pela Hyundai-CAOA, como Tucson e ix35, alcançando 18.201, 11,51% do mercado.

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O ganha-pão da Fiat eram os hatches pequenos. Foram esquecidos. O melhor colocado é o subcompacto Mobi, 13º no ranking geral, com 3.902 unidades. O Uno está mais abaixo, na 18ª posição, com 3.367. O Palio, que foi o carro mais vendido do Brasil em 2014, agora sofre na 21ª colocação, com 2.836 unidades. Isso é menos do que até alguns sedãs médios, bem mais caros, como Toyota Corolla e Honda Civic, que partem de 69 mil.

Outras rendas

Fiat Strada, junto a Toro, são as picapes que  vão bem nas vendas, ao contrário dos demais modelos da marca italiana
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Fiat Strada, junto a Toro, são as picapes que vão bem nas vendas, ao contrário dos demais modelos da marca italiana

Quem compensa a baixa venda de carros da Fiat são os comerciais leves. Emplacaram 10.024 veículos em março, correspondentes a absurdos 38,9% de todo o segmento. Seria necessário somar o desempenho de Volkswagen, General Motors e Toyota para superarem os italianos, com 40% do mercado. E, se olharmos com cuidado, são 3.686 unidades a menos do que o que venderam de automóveis, uma diferença consideravelmente pequena, se considerarmos que o volume total de carros é bem maior – 112.379 automóveis, contra 20.019 comerciais leves.

Outro “problema” que atrapalha a Fiat é a Jeep. Sim, fazem parte do mesmo grupo, só que, por ser outra marca, é separada na hora de contabilizar os emplacamentos.  Ou seja, “perderam” 7.621 unidades, que seriam o suficiente para colocar a Fiat na 2ª colocação na participação de vendas de automóveis, com 21.331. No acumulado, teriam 31.355, ultrapassando a GM por pouco, pois os americanos emplacaram 31.010 veículos em março.

O bom desempenho da Jeep é um alento para a Fiat-Chrysler Automóveis como grupo. Trabalham apenas com utilitários e, ainda assim, tem 7.621 unidades vendidas, o que dá 4,82% de participação. É o suficiente para ficar na 10ª posição, mais do que marcas como Peugeot, Citroën e Mitsubishi, até mesmo no acumulado do ano, onde a participação fica em 4,15%. Está 1.055 unidades atrás da Nissan, a 9ª mais vendida desde o início de 2017.

Recuperação

O mês de março é uma ótima notícia para todas as fabricantes. As vendas subiram 38,86% em comparação com fevereiro e 6,11% ante o ano passado. Em quantidade, parece pouco, já que é uma diferença de quase 10,6 mil unidades, mas é o suficiente para que as empresas sejam mais otimistas com o resto do ano e comecem a acreditar que 2017 terá um resultado pouco acima do que 2016, encerrando a queda nas vendas.

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Com exceção de alguns casos pontuais, todos os veículos apresentaram um aumento nos emplacamentos. Quem se deu mal foi o Fiat Palio, que recuou 246 unidades, a maior queda do mês. Outros mais que dobraram em vendas, como é o caso do sedã Nissan Sentra, que foi de 224 unidades para 746 veículos. O Renault Captur foi outro que se deu bem, passando de 258 para 686 carros emplacados.

A General Motos segue no topo, com 17,39% de participação, vindos dos 27.483 carros vendidos em março. Na soma com comerciais leves, passa para 16,87%, com 31.010 veículos emplacados. O Chevrolet Onix aumenta sua diferença sobre o Hyundai HB20, vendendo 14.745 unidades no mês, mais de 4 mil acima do rival coreano. No acumulado, tem 40.624 carros, quase o dobro que o HB20.

Se considerarmos apenas carros, a Volkswagen segue na 2ª posição, com 19.215 unidades. É uma boa recuperação, depois de um 2016 conturbado pela greve dos cegonheiros e o impasse com a fornecedora Prevent, que obrigou a marca a interromper sua produção diversas vezes ao longo do ano. Fica atrás da Fiat na soma com comerciais leves, somando 23.449 unidades. A Ford foi outra que recuperou o ritmo, subindo para a 4ª colocação nas vendas de automóveis, com 15.830 veículos. Fica em 5ª quando adicionamos os comerciais, fechando com 16.824.

Quem pode comemorar é a Toyota, que finalmente conseguiu superar a Fiat e agora é a 5ª fabricante que mais vendeu automóveis em março. Emplacaram 13.799 unidades, 89 a mais do que a Fiat. Considerando também as picapes e comerciais, ficam na 6ª posição, somando 16.629 veículos. Chegou perto de passar a Ford no acumulado, com uma diferença de 195 veículos, mas ficou longe nas vendas de carros, por ter emplacado 2.031 a menos do que a rival norte-americana.

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