Mesmo que os SUVs tenham o status de sensação do momento, eles estão por aí há um bom tempo. Quem não se lembra da antiga Chevrolet Veraneio, a bisavó da atual Trailblazer na década de 60? Ou o elegante Rural Willys, que não abdicava o design de “carro do interior”. Foram vários os modelos que contribuíram para a consagração deste novo movimento no Brasil, mas vale apontar que nem todos foram bem sucedidos em suas empreitadas. Eis que aparecem os SUVs que fracassaram.
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Entre os novos queridinhos dos brasileiros, pudemos ver alguns modelos que não caíram no gosto do público em geral, seja por estilo, posição de dirigir ou simplesmente a preferência por carros que estivessem mais na moda. A reportagem do iG Carros entra na máquina do tempo para enumerar cinco SUVs que fracassaram no Brasil nas últimas décadas.
1 - Suzuki Ignis
Vamos retomar o começo dos anos 2000, quando a Suzuki decidiu vender o pequeno Ignis no Brasil. A maior parte dos SUVs ainda apostava no design de “jipinho”, mas o modelo já trazia um conjunto mais urbano. No caso, era um dos poucos SUVs de sua época sem estepe na traseira, que apenas complica a vida do proprietário. O tamanho também chamava atenção, uma vez que sua carroceria de apenas 3,61 metros de comprimento era menor que a do Fiat Uno.
Muitos ainda poderiam questionar a sua classificação como SUV. O mesmo acontece nos dias de hoje com o JAC T40, uma vez que o modelo tem proporções de hatchback compacto, porém, com suspensão elevada e pneus graúdos. O pequeno crossover da Suzuki era fabricado em Shizuoka, no Japão, com motor 1.3, de 82 cv aliado ao câmbio manual de cinco marchas. Havia opção de tração nas quatro rodas, assegurando mais ainda as suas características de SUV.
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Assim como outros modelos de nossa lista, o Ignis continua vivo na Ásia e Europa. Atualmente, ele assumiu de vez as características de SUV, com um econômico motor 1.2, de 90 cv, que pode fazer até 20 km/l com gasolina. O porta-malas é de apenas 260 litros, podendo se estender para 514 litros com os bancos traseiros rebatidos. É uma pena que não seja vendido no Brasil.
2 - Nissan Murano
A Nissan é especialista em SUVs no mercado brasileiro. Muito antes do bem sucedido Kicks - que chegou a ser líder de vendas em março de 2018 - a marca já investia no Pathfinder na segunda metade dos anos 90. No começo dos anos 2000, foi a vez do XTerra com seu visual aventureiro. O X-Trail também foi vendido por aqui entre 2005 e 2009, com motor 2.5 e câmbio automático. Mas no meio dessa história de sucesso, temos o Nissan Murano .
Esbanjando muita personalidade, o Nissan Murano vinha equipado com motor 3.5 V6, de 231 cv de potência e câmbio CVT, que simulava seis marchas. O porta-malas de 480 litros, contudo, era um de seus pênaltis. Apesar de sua importação ter sido interrompida, o modelo continua fazendo sucesso na Argentina com uma nova geração. Para o Brasil, apenas o X-Trail está confirmado para 2019.
Sua versão híbrida foi um dos destaques do Salão do Automóvel de São Paulo, onde a marca avaliou a recepção por parte do público. Com o devido aval de possíveis clientes, o X-Trail poderá se juntar ao Kicks na linha de SUVs da Nissan ainda em 2019, importado do Japão. Na Argentina, o X-Trail é vendido com motor 2.5, de 171 cv e câmbio automático do tipo CVT. Seu preço está na casa dos 960 mil pesos, equivalentes a R$ 167 mil. Por este valor, o carro poderia concorrer diretamente com VW Tiguan Allspace e Peugeot 5008. Vamos esperar que a Nissan se inspire nas vendas do X-Trail para voltar a apostar no estiloso Murano.
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3 - Ford Explorer
Antes do sucesso estrondoso do EcoSport, a Ford apostou no SUV Explorer em meados dos anos 90. O objetivo era rivalizar com o Jeep Cherokee, que era o queridinho dos fãs de utilitários esportivos na mesma época. Com duas gerações no Brasil, o Explorer não foi um exemplo de sucesso por aqui.
O modelo de 1995 vinha equipado com um grande V6 4.0, com tração 4x2 capaz de desenvolver 160 cv e 31 kgfm de torque. O câmbio automático de apenas quatro velocidades transformava o Explorer em um verdadeiro bebedor de gasolina, podendo aferir até 5,9 km/l na cidade. É possível encontrar algumas unidades do Ford Explorer 2013 nos classificados online, com importação independente. Não há qualquer plano de trazer o modelo oficialmente ao Brasil.
Mas isso não significa que a Ford ficará sem novos SUVs para 2019. O Ford Edge ST, a versão esportiva do utilitário, já pode ser encomendado no site da marca. Em meados da segunda metade de 2019, será a vez do Territory, que foi apresentado pela primeira vez no mundo em setembro do ano passado, na China. Ele virá para concorrer com os aclamados Jeep Compass, VW Tiguan, Peugeot 3008 e Nissan X-Trail.
4 - Daihatsu Terios
A Daihatsu embarcou na mesma balsa que levou Geely, Mahindra, Daewoo, Seat e outras fabricantes que abandonaram o Brasil. A marca japonesa trouxe vários tipos de carro, como os subcompactos Charade e Cuore, o sedã Applause e o jipe Terios. A alta do dólar e a crise asiática no fim da década de 90 atrapalharam os planos da marca, forçando uma retirada discreta do mercado brasileiro, coincidentemente, no mesmo ano em que foi comprada pela Toyota.
Com motor 1.3 de 82 cv de potência e 10,8 kgfm de torque, o Terios foi discreto nas concessionárias. O câmbio era sempre manual de cinco velocidades. Faltava força, uma vez que o utilitário levava longos 15,4 segundos para atingir 100 km/h. O espaço do porta-malas também era um tópico contra o utilitário, com apenas 270 litros de capacidade.
O Terios foi atualizado, e voltará a ser vendido pela Daihatsu na Ásia em 2019 (mais especificamente Japão, Indonésia e Malásia). A Daihatsu, por sua vez, já declarou seu desejo de retornar ao mercado brasileiro. “Há um mercado para carros compactos em mercados como Brasil”, disse Soichiro Okudaira, presidente da marca. “A Toyota vende modelos similares pela Ásia e América do Sul, e o Brasil tem sido um mercado importante para modelos como Corolla, embora eles estejam em uma classe um pouco maior.”
5 - Peugeot 3008
A Peugeot começou a vender o 3008 no Brasil em 2011. Era a primeira investida da marca na categoria dos SUVs, que já aflorava com o sucesso de Hyundai Santa Fe, Mitsubishi ASX e Chevrolet Captiva. O modelo, por outro lado, não caiu nas graças do povo por seu design desengonçado. Estava mais para um crossover de perua que SUV.
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Era também uma das poucas opções de SUVs com motorização turbo. O mesmo 1.6 THP de 156 cv que aparece em outros carros da PSA Peugeot Citroën, com câmbio automático de seis velocidades, um dos mais modernos de sua época.. Havia um generoso porta-malas de 432 litros, com bom pacote de equipamentos.
Todos os erros foram corrigidos com a geração atual, eleita o Carro do Ano de 2017 na Europa por diversas publicações. O modelo, entretanto, continua entre os SUVs que fracassaram nas vendas, ficando atrás de rivais como Jeep Compass e VW Tiguan.