O museu da Audi em Ingolstadt (Alemanha) tem em seu acervo um curioso sedã que não leva a marca da empresa, mas que tem uma curiosa história que serve de ponte entre o passado e o presente da marca, hoje conhecida por seus modelos esportivos e de luxo. Conheça a história do luxuoso Horch 830 BL, que foi construído na mesma fábrica dos DKW e seus motores de dois tempos.
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Hoje parte do Grupo VW, a Audi era até a Segunda Guerra Mundial parte da Auto Union, grupo que reunia também as marcas DKW (carros populares), Wanderer (médios) e Horch (alto luxo). Cada uma era representada no famoso logotipo das quatro argolas entrelaçadas. Mas a derrota alemã e a perda das fábricas (que ficaram no lado que se tornaria a Alemanha comunista) representaram um duro golpe para a empresa, que voltou a produzir apenas em 1949.
Reinstalada na cidade de Ingolstadt, a Auto Union se tornou o grupo de uma marca só: a DKW. Não havia espaço no país destruído pela guerra para o relançamento dos Audi, Wanderer e Horch. E com isso surgiu um problema: a empresa não tinha um modelo luxuoso para o uso do seu presidente.
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Em 1953, o departamento de protótipos da DKW aceitou o desafio construir algo que relembrasse a glória passada da empresa. Os técnicos construíram artesanalmente uma carroceria com linhas que lembravam as do contemporâneo Mercedes-Benz 300 “Adenauer” e a colocaram sobre o chassi de um Horch 830 BL de 1938, do qual foi aproveitado também o motor 3.8 V8 de 92 cv. Já no interior luxuoso, uma divisória de vidro separava motorista e passageiros do banco traseiro.
Oferecido como um presente de aniversário para Richard Bruhn, o presidente da Auto Union, o Horch 830 BL de 1953 foi o seu carro de uso até 1956. A partir daí, o automóvel foi vendido para um soldado americano em serviço na Alemanha e os alemães perderam o rastro do modelo único. Só voltaram a encontrá-lo mais de 50 anos depois, em 2008, abandonado há quase quatro décadas em uma fazenda nos Estados Unidos. Até hoje, o Horch é preservado no estado em que foi localizado.
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Esta foi a única aventura da DKW no mundo dos carros de luxo. Em 1958, a empresa foi comprada pela Daimler-Benz, que manteve o foco nos populares e nos motores de dois tempos. Em 1964, a dona da Mercedes-Benz vendeu a Auto Union para a Volkswagen, que então abandonou a DKW e retomou o uso do nome Audi. Que até hoje é a única viva das quatro marcas representadas no logotipo das argolas.