Motor Show

VW Jetta GLi, o esportivo com porta-malas para a família
Divulgação
VW Jetta GLi, o esportivo com porta-malas para a família

O Volkswagen Jetta tem uma verdadeira legião de admiradores desde a época em que usava o motor cinco cilindros aspirado 2.5 – e, depois, o 2.0 turbo das gerações IV e V. Eram versões que surpreendiam no desempenho, apesar do visual discreto. Esse novo Jetta GLI, porém, mostra logo de cara que algo mudou.

LEIA MAIS: Mercedes-Benz Classe A Sedan: evolução da espécie

Na grade dianteira, preta com padrão colmeia e detalhes vermelhos, aparece o badge GLI (sigla para Gran Luxury Injection) que nasceu na década de 1980 nos Estados Unidos e identifica os sedãs esportivos da Volks (enquanto a GTI nomeia os hot hatches do fabricante).

E o sedã chegou mesmo com “os dois pés na porta”, trazendo o mesmo conjunto mecânico atualizado do Golf GTI . Sob o capô, o motor 2.0 turbo (EA888) está conectado ao câmbio automatizado de dupla embreagem de seis marchas para transmitir uma dirigibilidade cirúrgica e precisa. O Volks não nega fogo e conquista não só pelos 230 cv de potência, mas principalmente pelos 35,7 kgfm de torque disponíveis desde baixíssimos giros.

Mas não pense que o Jetta GLI é radical 100% do tempo, pois ele oferece uma usabilidade diária invejável. Usando o programa Eco, as marchas são passadas brevemente e a “banguela” automática é ativada até em baixíssimas velocidades para aproveitar a inércia e poupar combustível. Outra solução para maior eficiência energética é o start-stop 2.0, que desliga o propulsor antes mesmo da parada total do veículo. Esse arsenal possibilitou animadoras médias urbanas de 13 km/l.

Turbão

Também estão disponíveis os modos Normal, Sport e Individual, que alteram parâmetros como respostas do motor, da transmissão, da caixa de direção e do bloqueio eletrônico do diferencial XDS. Saindo do Eco, decidi experimentar logo o outro extremo, o Sport. E aí a coisa mudou de figura: as respostas passaram de “pacatas” a malcriadas, e o sedã revelou seu lado intempestivo. Ao afundar o pé direito no pedal do acelerador, os ponteiros do conta-giros e do velocímetro sobem rapidamente.

A transmissão de dupla embreagem (DSG) agora é banhada a óleo – portanto, sem ruídos em terrenos ruins – e trabalha de maneira exemplar, além de permitir ao motorista trocas sequenciais pelas borboletas no volante ou pela alavanca. Para mexer com os ânimos, no Sport o ronco do quatro cilindros turbinado é emulado para dentro da cabine. Só senti falta dos “pipocos” emitidos pelo escapamento durante as mudanças, que garantiriam uma pitada a mais de emoção.

Com relação peso/potência de 6,23 kg/cv (ante 5,73 kg/cv no Golf GTI), o Jetta GLI ainda entrega uma dinâmica apurada, bem ao estilo da engenharia alemã. As suspensões possuem molas e amortecedores específicos, com calibração firme na medida certa, e a direção é bem ágil e direta ao esterço. Um bom compromisso entre conforto no dia a dia e esportividade.

Você viu?

LEIA MAIS: Kia Cerato SX 2.0: no rastro do Stinger contra Corolla e Civic

Diferentemente das versões 1.4 TSI, que usam o mais robusto, porém menos eficiente, eixo de torção, o Jetta GLI tem suspensão traseira multibraço para mais equilíbrio e controle nas curvas. As rodas aro 18 usam pneus 225/45 para grudar o carro no chão. Pudemos comprovar o bom acerto também nas frenagens bruscas, quando a dianteira não demonstra tendência alguma de mergulhar. Na hora de domar os 230 cavalos, os discos de freios frontais têm 312 mm, e os de trás, 300 mm. Para comparar, as configurações “normais” do Jetta usam discos de 288 mm e de 272 mm, respectivamente.

VW Jetta GLI tem transmissão do tipo DSG, a mesma do Golf GTI
Divulgação
VW Jetta GLI tem transmissão do tipo DSG, a mesma do Golf GTI

E a esportividade visual não se limita àquela já citada grade. Os diferenciais desse Jetta estão também nos para-choques exclusivos, no spoiler na tampa do porta-malas e na dupla saída de escape. Ainda de série, entre os itens de conforto e conveniência, o Jetta GLI tem bancos em couro ajustáveis eletricamente, controle de velocidade adaptativo, sistema de monitoramento frontal e faróis de LED – itens cobrados à parte no Golf GTI .

Outros mimos são sistema de áudio Beats com amplificador digital de oito canais e 300W, quadro de instrumentos totalmente digital, central multimídia com tela tátil de 8” e conectividade Android Auto e Apple CarPlay, além de iluminação interna configurável com dez cores.

LEIA MAIS: Volvo S60 Inscription poderia ser mais descolado; veja impressões

Na ponta do lápis, o Jetta GLI é boa compra. Custa R$ 144.990, ou R$ 149.980 com o teto solar (seu único opcional). Ou seja, é mais barato que o Golf GTI (R$ 151.530 a R$ 172.530) ou o ousado cupê Honda Civic Si, com uma proposta um tanto diferente (leia mais ao lado). Para quem gosta de esportivos, esse Volks é um prato cheio! Um sedã capaz de alegrar qualquer gearhead em busca de emoção ao volante. E ainda leva a família com conforto.


Pelo mesmo preço…

Honda Civic Si
R$ 164.900

Motor: 1.5 turbo, gasolina, 16V, 208 cv, 26,5 kgfm
0-100 km/h: 7,2 segundos
Consumo médio: 12,2 km/l
Dimensões (CxLxA): 4,522 m, 1,799 m, 1,421 m
Entre-eixos: 2,700 m
Porta-malas: 334 litros
Peso/relação peso x potência: 1.321 kg / 6,35 kg/cv

Já houve um Si Sedan no Brasil – e ainda há lá fora, mas não é mais importado. Na versão Coupé que é vendida agora, são só duas portas e uma receita mais raiz, com câmbio manual de seis marchas de engates justos. Tem motor 1.5 turbo que entrega menor potência e torque, mas ainda assim é divertidíssimo e anda quase junto com o GLI. Embora custe R$ 164.900, não traz alguns itens presentes no Volkswagen, como o controle de velocidade adaptativo. Por outro lado, nos itens de segurança, exclusividade do Si é a câmera com imagens do ponto cego.


Ficha técnica:

Volkswagen Jetta GLI 350 TSI

Preço básico: R$ 144.990
Carro avaliado: R$ 149.980
Motor: quatro cilindros em linha 2.0, 16V, turbo, injeção direta e indireta, duplo comando variávela
Cilindrada: 1984 cm³
Combustível: gasolina
Potência: 230 cv a 4.700 rpm
Torque: 35,7 kgfm a 1.500 rpm
Câmbio: automatizado de dupla embreagem, seis marchas
Direção: elétrica
Suspensões: independente (d) e multibraço (t)
Freios: discos ventilados (d) e discos sólidos (t)
Tração: dianteira
Dimensões: 4,709 m (c), 1,799 m (l), 1,478 m (a)
Entre-eixos: 2,680 m
Pneus: 225/45 R18
Porta-malas: 510 litros
Tanque: 50 litros
Peso: 1.432 kg
0-100 km/h: 6s8
Velocidade máxima: 250 km/h
Consumo cidade: 9,9 km/l
Consumo estrada: 12,5 km/l
Consumo médio: 10,9 km/l
Nota do Inmetro: C*
Classificação na categoria: B (Grande)

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!