Quando um carro de sucesso chega ao fim de seu ciclo de vida, o público espera que sua próxima geração seja tão impactante quanto a anterior, certo? As matrizes também. Por isso, muitos estudos são feitos para entender o que precisa mudar, qual deverá ser a nova linguagem de design e se ela está adequada ao mercado local. Este é o motivo da Toyota sempre fazer versões diferentes do Corolla, para cada localidade do mundo.
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Mas nem sempre o planejamento sai como esperado, e as fabricantes precisam enfrentar as duras críticas. Afinal, o público não perdoa. Partindo disso, a reportagem do iG elege cinco modelos que foram reestilizados , mas não atenderam as expectativas.
1 - VW Gol (quarta geração)
Pergunte quais foram as melhores gerações do Gol para os fãs da Volkswagen. Com certeza, dirão que o primeiro facelift de 1986 (com frente chinesa e sem motor a ar) foi revolucionário. A geração “bolinha” de 1994 também fez muito barulho, ainda mais quando ganhou a versão com quatro portas. O saudoso “G3” de 1999 inaugurou um conceito muito moderno e luxuoso, com alguns toques de design do Passat importado.
Quando a Volkswagen lançou o modelo “G4” em 2005, já contava com Fox e Polo em seu line-up de veículos mais refinados. Logo, o Gol foi “rebaixado”, passando por um processo de empobrecimento que desapontou os fãs. Isso foi corrigido em 2008, com o lançamento da geração atual, mas o “G4” continuou em linha até 2014 como uma opção de entrada.
2 - Mercedes-Benz Classe C (quarta geração)
Lançada em 2007, a terceira geração do Classe C explodiu a cabeça de quem sempre quis ter um sedã premium. O modelo que nas duas gerações anteriores apostava em um visual mais elegante e recatado ficou descolado e agressivo, cativando um novo público para a Mercedes-Benz. Hoje, o modelo ainda tem forte procura no mercado de seminovos, tamanha a confiabilidade.
A quarta geração do Classe C foi apresentada em 2014 e segue em linha até os dias de hoje. Apesar dos saltos tecnológicos, conforto ao rodar e espaço interno adequado, o modelo retomou o caráter comedido, abandonando a agressividade proposta pelos vincos bem demarcados da geração anterior.
3 - Fiat Palio (terceira fase)
O ciclo de vida natural de um automóvel no Brasil alterna entre 7 e 12 anos. Lançado em 1996 e descontinuado em 2017, o Fiat Palio excedeu essa conta, sendo constantemente “reciclado” para manter o apelo entre os veículos de entrada da marca (junto do antigo Mille).
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Durante sua história, o Palio da primeira geração teve quatro linguagens de design diferentes. A que trouxe a melhor solução foi a chamada “fase II” (a primeira reestilização), onde Giorgetto Giugiaro apostou em faróis com arestas bem demarcadas que caíram muito bem em seu visual. No segundo facelift , em 2004, Giugiaro assumiu outro direcionamento, integrando lustres maiores e bem abaulados. Não agradou a todos, ainda que tenha vendido bastante pelo ótimo custo-benefício.
4 - BMW Série 3 (geração E90)
O BMW Série 3 da geração E46 foi um dos mais bonitos em sua história. Os vincos que cortam a carroceria, os para-lamas levemente pronunciados e a traseira com um trecho da lanterna invadindo o porta-malas compõem um visual não apenas esportivo, mas também elegante.
Não temos ressalvas sobre a dianteira da E90, mas a traseira sempre dividiu opiniões. As lanternas diminuíram e o parachoque ganhou novo formato que “esconde” o visual de carrão. Essas características passaram a impressão de que o Série 3 atuava em segmento inferior, ainda mais diante de rivais tão competitivos como a terceira geração do Classe C, mencionada acima.
5 - Hyundai HB20 (segunda geração)
O HB20 revolucionou o mercado de carros compactos em 2012. Os brasileiros - acostumados com Gol, Celta e Palio - enfim, ganhavam um veículo rebuscado, com refinamento digno de modelos de patamares superiores.
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A segunda geração apostou na nova linguagem global da marca, inspirada nos novos Sonata e Elantra. Por conta das limitações técnicas (a plataforma é a mesma da primeira geração), a Hyundai fez o que pôde para alinhar o HB20 aos novos padrões. Nas redes sociais, o compacto foi motivo de polêmica.