Em coletiva virtual realizada no final de 2020, a Volkswagen anunciou que terá 5 veículos eletrificados no Brasil até meados de 2023, como parte de um investimento global de R$ 302 bilhões. Atualmente, a marca não conta com nenhum modelo eletrificado em seu showroom, uma vez que todas as unidades do Golf GTE da sétima geração foram vendidas para uma locadora.
A marca não especificou quais modelos serão lançados no Brasil, nem quantos serão híbridos ou 100% elétricos. Mas alguns veículos têm mais chances que outros. É o caso da oitava geração do Golf GTE híbrido , que deverá servir de “matriz de tecnologia” em um segmento que está fraco. Entre os elétricos, a marca já sinalizou interesse de importar o SUV ID.4 .
Mas o veículo eletrificado mais vendido da Volkswagen pelos próximos anos deverá ser o Tiguan eHybrid , versão híbrida do SUV médio que foi apresentado na Europa no final do ano passado. Segundo a Fenabrave (Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores), a Volkswagen emplacou 8.298 unidades do Tiguan ao longo de 2020, ocupando a terceira colocação entre os mais vendidos de sua categoria. À frente dele, apenas Jeep Compass (52.622) e Chery Tiggo 5X (8.768) foram mais emplacados.
Veículos híbridos podem ser enquadrados em duas categorias: convencional e plug-in. Modelos híbridos convencionais contam com um sistema de regeneração, que aproveita o calor gerado pelo motor a combustão e frenagens para recarregar a bateria que abastece o motor elétrico. No caso dos veículos híbridos plug-in, o proprietário também poderá carregá-lo na tomada, além de abastecer com combustível fóssil.
A vantagem dos modelos híbridos plug-in, como o VW Tiguan eHybrid , é a autonomia estendida. Segundo a fabricante, o SUV pode percorrer 50 km apenas no modo elétrico. O conjunto motriz do Tiguan eHybrid é composto por um propulsor 1.4 TSI a gasolina e um motor elétrico, que desenvolvem a potência combinada de 245 cv. Já o câmbio automatizado DSG tem seis marchas e dupla embreagem e transmite a tração para as rodas dianteiras.
Equipamentos e versões
Feito na Alemanha, o Tiguan híbrido é baseado na carroceria do modelo europeu, que além do visual atualizado lançado no fim de 2020, é 22 cm mais curto do que a do Tiguan vendido atualmente no Brasil, que por sua vez é importado do México.
Você viu?
O Tiguan eHybrid está disponível em três níveis de acabamento: Life , Elegance e R-Line , todos com o mesmo conjunto motriz. Desde a versão básica, a lista de equipamentos inclui painel digital configurável, ar-condicionado automático de três zonas, controlador automático de velocidade adaptativo, frenagem autônoma, faróis de LED, assistente de manutenção em faixa e sensor de chuva.
Quando chega?
A Volkswagen ainda não sinalizou uma data para lançar a versão eletrificada de um de seus grandes sucessos no Brasil. Em meados do segundo semestre de 2021, a marca alemã deverá iniciar a importação da reestilização do Tiguan Allspace, que conforme apurado pela reportagem do iG Carros, pode perder suas versões de cinco lugares por conta do lançamento do Taos.
Mas há um problema nisso. Enquanto o nosso Tiguan Allspace é importado do México, a versão híbrida é produzida na Alemanha. Outro empecilho vem do fato de que o Tiguan eHybrid não conta com versão Allspace de sete lugares, sendo feito sobre uma carroceria 22 cm mais curta que é restrita a cinco ocupantes.
Além dos detalhes sobre sua nacionalidade, tamanho da carroceria e número de ocupantes, o Tiguan eHybrid pode ser afetado pela alta do euro – hoje avaliado em R$ 6,47. O SUV parte de 42 mil euros na Alemanha, valor que corresponde a R$ 266 mil em conversão direta. Se for lançado nessa faixa de preço, ficará muito mais caro que o Toyota RAV4, seu principal rival no mercado brasileiro, que parte de R$ 176.990.
Alternativas
A Volkswagen tem duas alternativas para viabilizar a importação do Tiguan eHybrid para a América Latina. A primeira delas é instalar o conjunto híbrido na carroceria Allspace na Alemanha, com foco na exportação para o nosso continente. Dessa forma, o modelo teria seu preço baseado no euro.
Outra alternativa é iniciar a produção do Tiguan Allspace eHybrid no México. Este seria o melhor cenário para o mercado brasileiro, já que os países contam com um acordo de livre comércio que zera impostos de importação.
Independentemente da abordagem da Volkswagen, a marca precisa urgentemente de um SUV médio híbrido em seu catálogo se quiser continuar competitiva. Além da presença do Toyota RAV4 , a Jeep anunciou que tem interesse em vender uma versão híbrida do Compass por aqui. A Nissan é outra fabricante que aguarda melhores condições monetárias para importar o X-Trail , que também é eletrificado.