A indústria automotiva sofre bastante com a falta de semicondutores em 2021 e vai continuar mais ou menos assim ao longo de 2022, de acordo com o que prevê a Anfavea. Apenas neste ano deixaram de ser produzidos em torno de 300 mil veículos no Brasil por causa por causa desse problema.
Mas o que tem sido feito para que os semicondutores passem a ser fabricados em grande escala no Brasil para suprir a demanda que tende apenas a aumentar à medida em que não apenas os carros, mas outros itens, vão ficando cada vez mais sofisticados?
A resposta para essa pergunta foi explicada pelo presidente da Anfavea , Luiz Carlos Moraes, em uma conversa com jornalistas e da qual a reportagem de iG Carros participou. Segundo o executivo, ainda vai levar cerca de 10 anos para que semicondutores sejam fabricados em grande quatidade no Brasil.
"Entre uma série de outros fatores, é preciso um alto volume de investimentos em pesquisa e desenvolvimento, além de um ambiente regulatório e ter uma indústria estratégica", comentou Moraes. Estamos falando de uma nova era, que vai mudar bastante a maneira como a indústria automotiva funciona hoje em dia.
Nova era na indústria
Para se ter uma ideia, as projeções da Anfavea dão conta de que até 2035, 2,5 milhões de veículos deverão ter algum tipo de eletrificação no Brasil. Apenas para ter um volume adequado de carregadores para as baterias dos eletrificados no país será necessário investir aproximadamente R$ 14 bilhões.
Para ter uma produção de semicondutores capaz de atenter toda a demanda, não apenas do setor automotivo , mas do que se refere aos equipamentos eletrônicos em geral, que funcionam com internet 5G, vai ser preciso um aporte de mais R$ 50 bilhões.
E se formos considerar o que será preciso investir em biocombustíveis para chegarmos às metas de redução de emissões de poluentes na atmosfera, estamos falando em outros R$ 18 bilhões. Sem dúvida, trata-se de um enorme desafio , ainda mais no Brasil, que vive uma das piores crises econômicas e conjunturais da história.