A frota de veículos híbridos e elétricos nas locadoras superou a marca de 3.519 unidades entre caminhões, automóveis, comerciais leves, entre outros segmentos. A Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (ABLA) informa que apenas 1,5% dessa frota está disponível no Estado do Rio de Janeiro.
Daniel Bittencourt, diretor da ABLA no Rio de Janeiro, aponta que projetos que incentivem o aluguel de veículos elétricos nas frotas públicas e privadas é essencial para incentivar o a adoção do veículo elétrico não só no estado, mas em todo o país: “Seria um passo inicial importante para o objetivo de popularizar a eletrificação”, afirmou.
Para o executivo, é natural a adoção de veículos elétricos em formato de aluguel: “Não será possível uma expansão em massa sem envolver locadoras e grandes frotistas”, acrescentou o executivo.
De acordo com a associação, a população procura um consumo mais ecologicamente correto e isso cresce o interesse no carro elétrico: “É visível o desejo por mais sustentabilidade
e isso se aplica também ao transporte, mas as locadoras precisam de volume para que possam investir com ênfase e mais rapidamente em modelos do gênero”, completou o diretor.
No Brasil, o Programa Rota 2030 tenta fomentar a pesquisa e desenvolvimento no setor automotivo nacional, além de equivaler a indústria automotiva e cadeia de suprimentos ao cenário mundial.
O setor de carros elétrico s colhe lentamente os frutos do programa, e o executivo afirma que mais ações podem ser tomada para incentivar a industria e consumo.
Conforme Bittencourt, “ainda há muitos entraves. É necessário ter uma política de mobilidade específica a se seguir. Assim como incentivos para estimular a adesão. Nem tudo é questão de dinheiro, mas boa vontade em encontrar soluções”, diz Bittencourt.
Padrões de conectores
A padronização dos conectores outro fator que, segundo o diretor da ABLA, é crucial para a massificação do carro elétrico no Brasil. “Há uma tendência natural ao padrão europeu T2 , mas o mais próximo que temos hoje em dia de algo oficial é que os órgãos federais têm uma normativa que, na compra de carro elétrico, ele tem que ser nesse padrão”, explica Bittencourt.
Segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) o padrão mais utilizado será definido pelo próprio mercado de eletromobilidade nacional. Atualmente o padrão mais comum é o Tipo 2 europeu, mas existem padrões específicos no caso da Tesla ou das marcas asiáticas.
“Carros chineses, principalmente os mais simples, que não são comercializados na Europa, utilizam um padrão chamado GB/T. E há ainda o padrão japonês , que faz necessário o uso de um adaptador”, Explicou o diretor.
Outro ponto essencial é a necessidade de eletropostos em ambientes externos e em grande quantidade, já que o abastecimento deste tipo tende levar mais tempo que os combustíveis. “Precisa fazer parte da rotina do usuário de carro elétrico, para não atrapalhar o dia-a-dia”, finaliza o diretor da ABLA.
No último relatório fornecido pela ABVE, em fevereiro existiam 1.250 pontos de recargas públicos ou semi-públicos no país, mas apenas 5% estão localizados no Rio de Janeiro, em comparação, Santa Catarina e Rio Grande do Sul possuem 8% cada.