O Fusca , idealizado no início da década de 30 pelo astuto Ferdinand Porsche , o mesmo cara dos famosos carros-esporte que levam seu nome, sem dúvida é um dos modelos mais populares da indústria automobilística mundial.
Tamanha febre por um veículo de pretensões singelas é explicada pela simplicidade, carisma, confiabilidade mecânica e, acima de tudo, amor, algo que se espalha rapidamente tal como o “ vírus da ferrugem ” em todos os quatro cantos do mundo.
Por aqui não foi diferente. O “nascimento” de sua narrativa surgia a partir de 1950, quando vieram as primeiras versões importadas, sendo que o primeiro exemplar, um “ Split Window ” ou “ Janela Bipartida ” foi vendido ao colecionador André Matarazzo. Aliás, este é um dos mais valorizados, podendo chegar a mais de meio milhão de reais facilmente.
À época, as 30 unidades que desembarcaram no porto de Santos foram vendidas por 60 mil cruzeiros, um "ágio" de 40 mil cruzeiros ante os 20 mil cruzeiros de cada exemplar , tudo em nome da exclusividade de ter um veículo em uma época que a malha rodoviária estava dando os primeiros passos.
Logo nos primeiros três anos, o carrinho simpático já reservou o seu espaço em nossos corações, graças ao seu sucesso imediato. Em 1953, a Volkswagen alugou um pequeno galpão no bairro do Ipiranga, em São Paulo, para começar a produzir as primeiras unidades do Fusca.
Quatro anos depois era inaugurada a fábrica Anchieta, localizada nas margens da rodovia de mesmo nome na cidade de São Bernardo do Campo , na grande São Paulo, e logo depois, em 1959, o primeiro Fusca nacional chegava para ser comercializado.
Curiosamente, o nome Fusca só passou a ser oficializado pela VW a partir de 1983, mas antes deste período, os documentos traziam apenas “VW Sedan” durando até o ano de 1986 sem praticamente nenhuma reestilização marcante ao longo deste período.
Mas o que parecia ser o fim para o clássico antigo e colecionável de maior prestígio, o líder de vendas e de sucesso no mundo inteiro voltaria a ser fabricado no Brasil no ano de 1993, com uma estratégia de tentar reaver o conceito dos carros populares de mais cilindrada do que a limitada aos 1.0. O então presidente da república Itamar Franco fez uma sugestão à fábrica da Volkswagen para que voltasse um dos carros mais queridos do brasileiro.
Produzido entre os anos de 1993 a meados de 1996, o “Itamar” ganhou algumas diferenças, como, por exemplo, novas cores, ignição eletrônica, catalisador, retrovisor do lado direito, pneus radiais, para-brisa laminados, cano de escape com única saída em vez de duas na antiga série, bancos com novos desenhos, painel das portas na cor cinza, volante acolchoado em espuma entre outros detalhes. O motor era sempre o 1.6 boxer.
Infelizmente, a série acabou não vingando devido à concorrência desleal com carros populares mais modernos e avançados . Com um investimento de 30 milhões pela volta do Fusca , o projeto rendeu apenas 47.700 veículos comercializados.
Desde a sua estreia no mercado brasileiro até o final de sua produção em 1996, o Fusca praticamente manteve as mesmas linhas clássicas que fez dele um sucesso mundial, somando a incrível marca de 3.372.000 unidades vendidas no Brasil.
Com tantos motivos para nos orgulhar de um dos modelos que direta ou indiretamente fizeram parte de nossas vidas e da própria economia do Brasil, que não poderia deixar de ter uma data especial de comemoração: 20 de janeiro.
E para celebrar este momento tão especial resolvemos homenageá-lo com as séries especiais de um dos clássicos mais queridos pelo brasileiro.
1) VW Fuscão 1600 S
Batizado de Super Fuscão 1600 S, foi lançado em 1974 . Por fora, as novidades eram a tomada de ar preta sobre o capô traseiro e as largas rodas com aro de 14 polegadas, similares às da Brasília. Por dentro, adicionava forração interna com carpete, bancos reclináveis, volante de três raios e alavanca de câmbio mais curta. Entretanto, o maior destaque estava no motor, que adicionava dupla carburação e 5 cv a mais em cima dos 65 cv do 1600 convencional.
2) Fusca Série Prata – 1980
Os Fuscas da edição especial Prata, além da cor da carroceria prateada, trazem também dois diferenciais interessantes: volante da linha Passat e os bancos mais confortáveis e macios. Vale destacar também o adesivo na tampa traseira e a padronagem do estofamento.
3) Fusca Série Especial “Love” – 1984
Lançada em 1984 como linha 1985 para comemorar os 25 anos da produção do Fusca , a cor é o grande diferencial da Série Especial Love. Todos os exclusivos 2.800 Fuscas foram pintados na cor metálica azul copa, além das rodas aro 14 emprestadas do VW Brasilia .
4) Fusca Última Série – 1986
O Fusca "Última Série" é um dos modelos mais valorizados, dada a explicação de que se trata da última “safra” quando a Volkswagen do Brasil decidiu encerrar a produção do sedan, em 1986 . Foram produzidas apenas 850 unidades, todas vinham com pintura metálica, manual e chave banhada a ouro.
5) Fusca Série Ouro — 1996
Após voltar em 1993 e ter a produção interrompida em 1996, o Fusca Série Ouro foi a edição de despedida. A série vinha com diferenciais interessantes, tais como faróis de neblina , adesivo comemorativo da edição e nova grafia 'Fusca' em alto relevo colada na tampa traseira e era vendidos em quatro cores: Vermelho Dakar, Verde Nice, as únicas cores perolizadas do Fusca produzido no Brasil, Prata Lunar (Metálica) e Branco Star (sólida).