Qual carro zero-quilômetro você compra hoje com pouco mais de R$ 68 mil? Custando exatos R$ 68.190, o Renault Kwid é considerado o mais barato do Brasil, mas todos sabemos que, além do fato de ter que desembolsar o valor da compra, há também a desvalorização, impostos de licenciamento, IPVA, seguro e tudo mais.
Para mostrar o outro lado da moeda, você pode encontrar automóveis usados bem interessantes com preços semelhantes, ou até menores. Resolvemos focar nos usados que têm desempenho afiado.
Claro que esse texto foi feito para pessoas que são como nós: que adoram navegar na internet em busca de modelos curiosos. Não são opções nada racionais e coisas como apólice de seguro e peças de reposição poderão dar um trabalho e tanto, sem falar do custo de manutenção.
Sem mais delongas, veja cinco modelos rápidos que você pode ter na garagem pelo preço de um popular novo.
Volkswagen Golf GTI 1998 – Preço médio: R$ 55 mil
A terceira geração do VW Golf GTI desembarcou no Brasil no início de 1994, e não demorou para os boyzinhos daquela época salivarem, afinal, nós nunca tínhamos tido a chance de ver um Golf por aqui.
Tratava-se de um hatch muito mais moderno do que a maioria dos carros da marca alemã fabricados por aqui, com exceção, talvez, do Gol GTI 16V , mas este só viria pouco depois.
Olhando para trás, o motor 2.0 8V de 114 cv pode parecer fraco para o carro. Isso mudou com a chegada da quarta geração, que desembarcou antes como importada, mas passou a ser produzida em São José dos Pinhais, Paraná, em seguida.
O grande destaque era o motor 1.8 20V turbo de 150 cv do GTI , um quatro cilindros compartilhado com o hatch da Audi, o A3. Assim foi criado um esportivo familiar, pois, diferentemente do seu antecessor, tinha carroceria quatro portas. Em 2002, a cavalaria do motor saltou para 180 cv, que foi acompanhada da oferta do câmbio automático Tiptronic, uma transmissão que se destacava pela opção de trocas sequenciais, algo corriqueiro hoje, porém, que era digno de ficção científica. Até airbags laterais dianteiros ele tinha. Quanto ao porta-malas, os 330 litros são condizente com a proposta de carro. São 40 litros a mais que o Kwid.
Você estará muito bem servido se optar por essas unidades de 1998 para frente, uma vez que estamos falando de um c arro de 150 cv a 5.700 rpm e torque de 21,4 kgfm a apenas 1.750 giros, uma entrega linear de força que era incomum nos motores turbinados de então . São necessários apenas 8,5 segundos de zero a 100 km/h e a velocidade máxima chega a 216 km/h.
Quanto ao consumo, o hatch esportivo mais acessível que você pode ter por menos de R$ 60 mil faz 6,8 km/l de gasolina no perímetro urbano e 9 km/l no rodoviário. Se quiser, há os modelos fabricados a partir de 2002, que se destacam pelo reajuste do motor, que passou a entregar 180 cv a 5.500 rpm e 24 kgfm a apenas 1.950 rpm.
O incremento fez com que o tempo da arrancada até os 100 km/h fosse reduzido a apenas 7,8 segundos, enquanto a velocidade máxima chegava a 227 km/h. É um desempenho que impressiona até hoje.
Hyundai Azera GLS 3.3 V6 2007 – Preço médio: R$ 48 mil
Apesar de ter sido importado para o Brasil no final de 2007, o visual ainda agrada. O belo conjunto é harmonizado com um luxo visto só em marcas premium como BMW e Mercedes . Conta com ar-condicionado digital duas zonas, apliques em madeira legítima, duplo airbag frontal, lateral e de cortina, sistema de som Infinity com dez alto-falantes, lanternas traseiras de leds e até vidros fotocrômicos, que variam a transparência em função da luz do dia. Já cortina traseira e teto solar elétricos, faróis de xenônio, visor LCD, disqueteira de seis discos no painel e duas memórias para os ajustes elétricos dos bancos, retrovisores e volante eram opcionais. Graças ao ótimo custo-benefício, a Hyundai conseguiu emplacar 4.887 unidades do sedã em 2008, ano em que começaram as vendas.
O desempenho foi um dos grandes diferenciais. O motor 3.3 V6 gera 245 cv despejados a 6.000 rpm e um torque bruto de 31 kgfm a 3.500 giros , sempre gerenciados por um câmbio automático de cinco marchas. Isso faz com que o sedã leve seus 1.640 kg a 100 km/h em apenas 8,7 segundos e atinja uma velocidade máxima de 225 km/h. O consumo não é lá algo que assuste em se tratando de um propulsor seis cilindros de alta litragem: são 7,1 km/l na cidade e 10,8 km/l na estrada, de acordo com a ficha técnica de época do portal Carros na Web.
Mini Cooper 2009 – Preço médio: R$ 60 mil
O hatch atemporal é um clássico inglês que caiu no gosto do brasileiro graças à sua proposta de design retrô e diversão ao volante. Chegou em terras tupiniquins em meados de 2009, em duas versões: a básica 1.6 de 120 cv e torque de 16,3 kgfm a 4.000 rpm e a Cooper S 1.6 turbo de 175 cv e torque de 24,5 kgfm logo a 1.600 rpm . A variante de entrada vinha apenas com câmbio manual de seis marchas, enquanto a mais esportiva apostava apenas na caixa automática com o mesmo número de relações.
Por menos de R$ 60 mil é possível encontrar as duas opções. A aspirada pode não ser a mais forte, mas já vai de zero a 100 km/h em 9,1 segundos e chega aos 200 km/h de velocidade máxima, algo creditado também ao seu peso de apenas 1.065 kg. O consumo declarado é de 9,9 km/l na cidade e 11,3 km/l na estrada.
Se você quiser adicionar ainda mais emoção, o Cooper S faz a mesma prova de aceleração em 7,3 segundos e alcança 220 km/h. Embora seja óbvio, temos que ressaltar que ele é o tipo de carro voltado para solteiros, pois somente crianças e pessoas baixas conseguem ir no banco de trás (e há cintos para apenas dois passageiros). A suspensão também não tem relação de amizade com o piso brasileiro. O mais curioso é que ele consegue ter um porta-malas ainda menor do que o do Kwid: são apenas 160 litros, contra os 290 l do Kwid.
Honda Civic Si 2007 – Preço médio: R$ 57 mil
Habituados ao Civic VTi hatch , os brasileiros ficaram mais íntimos de outra sigla da Honda que se tornou quase que atemporal: a Si, uma denominação que era usada nas duas gerações anteriores por uma configuração de desempenho intermediário. O Si anterior vinha apenas na carroceria hatchback e deixou de ser oferecido em 1995.
Logo depois, o carro foi nacionalizado e passou a ser produzido em Sumaré, São Paulo. Porém, o modelo nacional só ganhou uma configuração esportiva em 2007. O Civic Si brasuca vinha sempre com quatro portas e na carroceria sedã. Por dentro, o painel de duplo andar e com luzes vermelhas denota muita esportividade indicando que o modelo não estava para brincadeira. Apesar de contar com porta-malas de apenas 340 litros, pelo menos atende bem mais que os 290 litros do hatch da Renault de R$ 68 mil. Por menos de R$ 60 mil, é possível encontrar o Honda.
A opção da cor "vermelha Rally" era uma das características do Si, assim como o aerofólio fixado à tampa traseira e as rodas de aro 17 calçadas com pneus 215/45. Bem recheado, o sedã esportivo trazia entre os principais equipamentos de série os bancos esportivos com a nomenclatura “Si” estilizada, ar-condicionado digital, direção elétrica, controle de cruzeiro, CD player para seis discos com entrada para arquivos MP3 e WMA, sistema de freios com ABS nas quatro rodas, controle de estabilidade, entre outros. A novidade para 2009 ficava por conta da leve reestilização no conjunto frontal, novas rodas de alumínio e a adição de airbags laterais dianteiros, mas três anos depois, a Honda parava a produção do Si, deixando muitos fãs indignados.
O Civic Si se tornou febre entre os entusiastas graças ao exclusivo motor i-VTEC 2.0 com duplo comando de válvulas (DOHC) de 192 cv e câmbio manual de seis marchas. Esta receita tornava o sedã um foguete. O zero a 100 km/h era cumprido em 7,9 segundos, enquanto que a velocidade máxima era de 215 km/h. O consumo também é honesto em se tratando de um esportivo com motor de alto desempenho. São 8 km/l de gasolina na cidade e 13,1 km/ na estrada. A brincadeira poderia ficar ainda mais divertida com o controle de tração desativado, algo que deixava as rodas dianteiras trabalharem à vontade.
Audi A3 – Preço médio: R$ 50 mil
O A3 fez muito sucesso por aqui a partir de 1996 entre aqueles que queriam entrar no segmento dos hatches premium de temperamento esportivo. O A3 foi feito na mesma plataforma que compartilhou em 1998 com a quarta geração do Golf GTI, mas o peso da marca Audi era algo ainda mais sedutor, assim como a capacidade de seu porta-malas, 350 litros (60 litros a mais que o do Kwid), algo raro em hatches com pegada esportiva.
De tão bem sucedido, o hatch de primeira geração ficou praticamente igual até 2005, quando saiu de linha. Era bem mais bonito que o BMW Série 3 Compact, pois não era uma adaptação encurtada de um carro maior.
Inicialmente, veio nas opções com propulsores 1.8 20V aspirado de 125 cv e 1.8 20V turbo de 150 cv (o mesmo do GTI). Usar cinco válvulas por cilindro era algo exótico, uma tecnologia que era usada em larga escala nos motores da Fórmula1.
Ambas as versões traziam o câmbio manual de série e opção de câmbio automático. Havia ainda a opção 1.8 turbo de 180 cv com opção de câmbio Tiptronic. Bem completas, todas as versões traziam ar-condicionado digital, bancos e volante revestidos de couro, teto solar elétrico e muito mais.
A configuração de 150 cv dispara de zero a 100 km/h em 8,1 segundos e alcança os 217 km/h, algo digno para um hatch de mais de 1.200 kg. O consumo está dentro do aceitável para um esportivo turbinado: 9,1 km/l de gasolina na cidade e 12 km/l na estrada.