O primeiro Uno foi um dos carros fabricados pela Fiat que mais tempo permaneceu no mercado sem ter tido mudanças significativas. Produzido no Brasil de 1984 a 2013, o projeto, de autoria de Giorgetto Giugiaro , se resumia a linhas retas e angulosas, o que dava ao hatch um excelente aproveitamento de espaço interno.
O exemplar desta reportagem é simplesmente “zero-quilômetro”, literalmente falando. Trata-se de uma unidade 1994 na versão S, pintada na cor cinza Torino metálico e com apenas 645 km, portanto, pode ser considerado um modelo sem uso. O carro está à venda através do site Reginaldo de Campinas
.
Adquirido em 1994 na concessionária Fenix, localizada na cidade de Itápolis, interior de São Paulo, o carro acumulou essa baixa quilometragem nos percursos que o dono fazia do bairro afastado em que o automóvel se encontrava até o centro da cidade paulista.
“Ele só saia com o carro para fazer as manutenções básicas
na loja autorizada, como troca de óleo, fluidos, freios
entre outros itens básicos e depois voltava a guardá-lo”, explica Reginaldo.
De segundo dono, o nível de originalidade é tão absurdo que os proprietários tiveram o cuidado de manter até os plásticos originais nos tapetes de borracha da marca Borcol , bem como os dos bancos e carpete. Como o próprio Reginaldo faz questão de mencionar em seus vídeos, nenhum detalhe foi reproduzido. Nem mesmo uma etiqueta de papel, tudo é como saiu da fábrica de Betim, Minas Gerais.
O comerciante que tem mais de 400 mil inscritos e quase 300 vídeos em seu canal “Reginaldo de Campinas” no Youtube, sempre faz questão de mencionar que, para mantê-los 100% originais, a dica é simples e direta: compre e não use.
Além do mais, eram outros tempos em que a inflação era alta. A saída, então, era adquirir linhas de telefone ou até mesmo veículos zero-quilômetro
, só para não diminuir o poder de compra.
“Geralmente, quem comprava esses carros, guardavam em um galpão ou em uma garagem protegida do sol e da chuva e sustentado por cavaletes, para que os pneus originais não se deformem. Só que para quem for usá-los, logicamente, precisam trocá-los”, explica o empresário.
De acordo com Reginaldo, o Fiat Uno 1.5 i.e. 1994
só está sendo vendido porque o segundo dono, que era apaixonado por carros da marca Fiat, infelizmente, faleceu e a família decidiu que era hora de vender o carro.
Se você se interessou pela raridade, saiba que ela está sendo vendida pelo preço de R$ 85 mil (pouco mais que um Chevrolet Onix 1.0 LT ), o que para muitos pode ser um absurdo, mesmo em se tratando de um carro sem uso. O que conta aqui é o valor histórico, pois é um automóvel mais do que nostálgico, trata-se de uma cápsula do tempo.