As fabricantes japonesas são conhecidas por seu conservadorismo e robustez dos veículos. Apesar da Honda ter anunciado o investimento de R$ 4,2 bilhões nos próximos anos e as rivais focando em eletrificação da frota, a montadora japonesa não terá carros híbridos feitos aqui nem tão cedo, de acordo com Roberto Akiyama , vice-presidente comercial da Honda .
Em declaração ao CBN Autoesporte , Akiyama detalhou os planos da fabricante para o mercado brasileiro e explicou a demora na oferta de modelos eletrificados. Atualmente, a gama híbrida da Honda é composta por Civic , Accord e CR-V , todos oferecidos somente acima dos R$ 250 mil .
Segundo o executivo, os primeiros híbridos flex , ou seja, nacionais , da Honda só chegarão ao mercado no início de 2028 . É bem provável que, até lá, o segmento de eletrificados já conte com modelos de diversos segmentos da Stellantis , Volkswagen , Chevrolet , além das chinesas e da Toyota .
A expectativa é que os primeiros híbridos nacionais da Stellantis sejam lançados no fim deste ano ou no começo de 2025 , data em que a Toyota também deverá lançar o Yaris Cross com tecnologia eletrificada, podendo até ser o híbrido mais acessível do país .
O que faz a Honda adiar a eletrificação no Brasil?
De acordo com Akiyama, a explicação é o índice de nacionalização das peças do sistema híbrido. A Honda está em negociação com possíveis fornecedores para ter a cadeia necessária para a produção de todo o sistema localmente.
“A tecnologia híbrida estará maturada mais adiante, pensando em uma aplicação em uma gama maior. Estamos trabalhando com uma data referência de início de 2028 para ter a condição de híbrido flex na fábrica de Itirapina”, afirmou o executivo
A necessidade de uma rede de fornecedores tão bem construída deixa subentendido que boa parte da gama da Honda contará com tecnologia eletrificada. Na Índia , por exemplo, o City já é oferecido com motorização híbrida.
Como funciona o sistema híbrido da Honda?
Batizado de e:HEV , o City indiano conta com motor 1.5 16v de quatro cilindros , o mesmo utilizado no Brasil em City e HR-V , mas atua no ciclo Atkinson , que permite um tempo de expansão dos gases superior ao tempo de compressão.
O motor a combustão atua em conjunto com dois elétricos , um responsável por tracionar o carro, enquanto outro fica encarregado de gerar energia para as baterias.
Na Índia, são 131 cv de potência combinada e 25,8 kgfm de torque máximo .
O conjunto entrega a força às rodas através das engrenagens do sistema e-CVT , que é responsável por tracionar as rodas em velocidades mais elevadas.
O sistema do City permite que o condutor escolha se quer dirigir somente no modo elétrico , no modo híbrido , onde o motor a gasolina aciona o gerador, que abastece a bateria, que alimenta o motor elétrico. Além disso, há ainda a opção de movimentar o carro somente pelo motor a gasolina.