BYD Dolphin terá aumento de 18% em seu preço atual de R$ 149.800
Divulgação/BYD
BYD Dolphin terá aumento de 18% em seu preço atual de R$ 149.800

Nesta segunda-feira, inicia-se o primeiro dia do mês de julho, o que significa uma grande transformação para o mercado automotivo brasileiro no segmento de carro s híbridos, híbridos plug-in e elétricos importados. Com o Programa Nacional de Mobilidade Verde e Inovação (Mover) , esses modelos novamente sofrerão uma alta nos preços de 25%, 20% e 18%, respectivamente.

Segundo o governo federal , esses impostos visam incentivar a indústria automobilística nacional, promovendo a criação de fábricas no Brasil para que essas marcas produzam seus carros localmente, evitando assim os impostos.

A medida também prevê oferecer incentivos fiscais de R$ 19,3 bilhões até 2028 para as montadoras, que poderão usar este valor para abatimento de impostos federais, investindo em pesquisas, novos projetos e desenvolvimento, entre outros.

Para termos uma base quanto esses modelos irão aumentar, iremos tomar como base os carros híbridos e elétricos mais vendidos de maio de 2024 para entender o impacto dos novos impostos. 

Em maio, o carro híbrido mais vendido foi o BYD Song Plus , com 1.560 unidades. Por se tratar de um carro híbrido plug-in, a alíquota que será aumentada é menor que a de um híbrido comum. Se hoje ele custa R$ 229.800, com o imposto acrescido de 20%, o valor final poderá ser de R$ 275.760.

Já o segundo carro híbrido mais vendido é o GWM Haval H6 com 1.438 emplacamentos. Como ele possui quatro versões, tomamos a versão híbrida (HEV) de entrada como exemplo. Ele custa R$ 214.000. Com o imposto de 25%, esse valor poderá subir para R$ 267.500

Por fim, o carro elétrico mais vendido de maio foi o BYD Dolphin Mini , com 2.104 exemplares comercializados. Até o momento, o hatch elétrico custa R$ 115.800, e por se tratar de um carro elétrico, ele terá a menor alíquota, de 18%. Neste caso, o valor final com o imposto poderá ser de R$ 136.644.

Lembrando que esses valores não correspondem ao valor real que será cobrado dos consumidores. Aqui, estamos fazendo um cálculo de acordo com os impostos estabelecidos pelo governo federal, mas o valor final pode variar, pois cada montadora tem a liberdade de ajustar seus preços conforme suas estratégias de mercado.

GWM Haval H6 PHEV19
Divulgação/GWM
GWM Haval H6 PHEV19

ENTENDA A CONTA

A multiplicação do preço original por 1,18, 1,20 e 1,25 reflete o acréscimo percentual devido aos novos impostos. Multiplicar por 1,18 quer dizer adicionar 18% ao preço original (R$ 115.800 X 1,18 = R$ 136.644), já que 1 representa o preço original e 0,18 representa o aumento de 18%. Assim como, 1,20 é um aumento de 20% (R$ 229.800 X 1,20 = R$ 275.760) e 1,25 é o aumento de 25% (R$ 214.000 X 1,25 = R$ 267.500). Assim, conseguimos ter uma base de quanto as montadoras podem cobrar com esses impostos.

Como já antecipado aqui no iG Carros, o recém-chegado BYD King não terá aumento em seu preço por enquanto, pois o preço anunciado de R$ 175.800 na versão GL e R$ 187.800 para a configuração GS já inclui os impostos de 20%, por se tratar de carros híbridos plug-in.

A Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) pediu ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na última sexta-feira (26), que antecipe a obrigatoriedade desses impostos para 35% a fim de frear a importação desses veículos. 

Essa alíquota de 35% será aplicada a todos os veículos (HEV, PHEV e elétricos) somente em julho de 2026, quando a cobrança seria finalizada. Porém, a entidade entende que aumentar essa alíquota de uma vez já é necessário para conter o aumento da importação de veículos híbridos e elétricos no Brasil, principalmente da China, de onde vem a grande maioria desses veículos.

"Continuamos reféns das importações. Elas atacam nossa competitividade, agora e no futuro. Se o Brasil quiser ter um olhar à frente e ser um grande competidor, precisamos analisar as importações com viés de preocupação. Com este volume crescente, hoje é um risco para nossa indústria" , disse Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, em entrevista ao portal  AutoData.

Nos primeiros cinco meses deste ano, houve um aumento de 38% na importação de veículos, sendo que 82% desses veículos são importados da China. A maioria deles são das conhecidas GWM e BYD, que têm crescido no mercado de veículos híbridos e elétricos.

A BYD e a GWM já anunciaram suas fábricas no Brasil e os carros que irão produzir. A BYD terá sua  planta em Camaçari, na Bahia, antiga instalação da Ford, para produzir o Dolphin Mini, Dolphin, Yuan Plus e Song Plus . O  Dolphin Mini será o primeiro entre eles, com produção prevista para o final deste ano e comercialização em 2025. 

Já a GWM fará sua fábrica em Iracemápolis, interior de São Paulo, onde era a fábrica da Mercedes-Benz. Lá, eles começarão com o  SUV Haval H6 e, posteriormente, com a picape Poer . Para receber incentivos do governo, a montadora iniciará a produção somente no segundo semestre, em vez de maio, como era previsto inicialmente.

BYD King desembarcando no porto de Suape (PE)
Divulgação/BYD
BYD King desembarcando no porto de Suape (PE)

ALÍQUOTA DOS IMPOSTOS:

Julho de 2024:

- Carros híbridos: 25%

- Carros híbridos plug-in: 20%

- Carros elétricos: 18%

Julho de 2025:

- Carros híbridos: 30%

- Carros híbridos plug-in: 28%

- Carros elétricos: 25%

Julho de 2026:

- Carros híbridos: 35%

- Carros híbridos plug-in: 35%

- Carros elétricos: 35%


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