
As algas estão ganhando destaque como alternativa para a produção de biocombustíveis, apresentando grandes vantagens em relação às fontes convencionais. Estes microorganismos oferecem alto rendimento energético e menor impacto ambiental, características essenciais em um cenário de crescente preocupação com sustentabilidade e busca por alternativas aos combustíveis fósseis.
Diferentemente da soja e do milho, matérias-primas tradicionais para biocombustíveis, as algas não disputam espaço com a produção alimentar nem requerem áreas agrícolas produtivas para seu desenvolvimento. Esta característica permite o aproveitamento de espaços ociosos e a utilização de recursos hídricos de baixa qualidade.
Microalgas como Chlorella e Nannochloropsis demonstram potencial produtivo impressionante, gerando até 30 vezes mais óleo por hectare em comparação com culturas terrestres utilizadas para fins energéticos. Durante seu crescimento, estes organismos absorvem dióxido de carbono, contribuindo simultaneamente para a redução de gases poluentes na atmosfera.
Do cultivo ao combustível
O processo produtivo inicia-se com o cultivo das algas, realizado em tanques abertos ou fotobioreatores. A primeira opção representa solução mais simples e econômica, enquanto a segunda permite controle preciso de fatores como luminosidade, temperatura e nutrientes, otimizando a produção.
Após o período de crescimento, as algas passam por um processo de separação do óleo, executado por prensagem mecânica ou mediante solventes químicos. O método mecânico apresenta maior sustentabilidade e acessibilidade, enquanto o químico, apesar de exigir controle técnico mais rigoroso, proporciona rendimento superior.
O óleo extraído necessita purificação antes da etapa final, denominada transesterificação. Esta fase envolve reação química com metanol ou etanol na presença de catalisador, transformando o óleo em biodiesel e glicerina, resultando em combustível compatível com motores diesel convencionais.
Interesse comercial crescente
Empresas como a BRK Technology estão investindo no desenvolvimento de biocombustíveis derivados de algas. Segundo Jin Wong, CEO da companhia, estes produtos representam solução promissora para organizações que buscam reduzir sua pegada de carbono mantendo eficiência operacional.
O setor empresarial enfrenta pressão crescente para diminuir emissões, e os biocombustíveis de algas oferecem alternativa sustentável e escalável. Uma vantagem adicional é a possibilidade de integração à infraestrutura existente, permitindo a adoção de energia mais limpa sem grandes investimentos em novas tecnologias.
À medida que as metas globais de sustentabilidade tornam-se mais ambiciosas, os combustíveis derivados de algas podem desempenhar papel crucial no atendimento dessas demandas. O desenvolvimento contínuo desta tecnologia promete transformar o setor energético e contribuir para os esforços de proteção ambiental em escala global.