Câmbio automático
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Câmbio automático

O conforto prometido pelos  câmbios automáticos pode se transformar em frustração quando a  tecnologia falha. No mercado brasileiro, diversas transmissões automáticas e automatizadas ganharam notoriedade negativa por problemas recorrentes, trancos nas trocas e falhas mecânicas que comprometem a experiência ao volante.

Listamos alguns câmbios que têm um histórico de problemas mecânicos e já causaram dores de cabeça aos proprietários. Apesar de fora de linha, muitos deles podem ser encontrados no mercado de usados. Confira a seguir os câmbios a serem evitados:

Volkswagen i-Motion: o câmbio dos trancos

Volkswagen i-Motion
Divulgação
Volkswagen i-Motion

A Volkswagen trouxe ao Brasil o i-Motion, transmissão automatizada que equipou modelos como Fox, SpaceFox, Polo e Up! nos anos 2000 e 2010. A caixa ficou conhecida pelos trancos e falta de suavidade, recebendo o apelido irônico de "ic-Motion" em referência aos soluços durante as trocas de marcha.

Vazamentos de fluido no atuador da embreagem e no robô são problemas frequentes no i-Motion. Outro defeito comum relatado pelos proprietários é a embreagem patinando, situação que compromete o desempenho do veículo e gera custos elevados de manutenção.

Chevrolet Easytronic: pioneira nos problemas

Chevrolet Easytronic
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Chevrolet Easytronic

A General Motors apostou na Easytronic para modelos como Agile e Meriva, sendo uma das pioneiras nas transmissões automatizadas de embreagem simples. Apelidada de "Easytranco", esta caixa apresenta trepidações frequentes e travamento das marchas, com reparos que podem ultrapassar R$ 5 mil.

Peugeot e Citroën: a problemática AL4

Câmbio AL4
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Câmbio AL4

A caixa AL4 da PSA Peugeot Citroën equipou desde compactos como 206 e C3 até veículos maiores como 407 e Xsara Picasso. Com apenas quatro marchas, esta transmissão apresenta imprecisões em médios giros e um problema crônico onde patina, parecendo reter o desempenho do veículo.

A solução para os problemas da AL4 geralmente envolve a reinicialização do gerenciamento do câmbio e a troca do módulo. Este procedimento não sai por menos de R$ 1.500, representando um custo significativo para os proprietários desses veículos franceses.

Fiat Dualogic: persistência no erro

Fiat Dualogic
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Fiat Dualogic

A Fiat seguiu a tendência do mercado com o Dualogic, que rapidamente ganhou o apelido de "Burralogic". A marca italiana foi a que mais insistiu neste tipo de câmbio, aplicando-o em diversos modelos, incluindo Linea, Bravo e 500.

Na segunda geração, rebatizada como GSR, a Fiat substituiu a tradicional alavanca por teclas. Um defeito no sensor de detecção de marcha pode jogar o seletor para neutro sem comando do motorista, problema que motivou um recall por parte da montadora.

Toyota Etios: a exceção que confirma a regra

Câmbio Aisin U442E
Reprodução/Youtube
Câmbio Aisin U442E

Mesmo a Toyota, conhecida pela confiabilidade, tem seu representante problemático com a transmissão U442E da Aisin utilizada no Etios. Apesar de robusta, esta caixa de apenas quatro marchas prejudica o desempenho do veículo, criando "buracos" perceptíveis entre a segunda e terceira marchas.

A manutenção da transmissão do Etios exige troca de fluido a cada 40 mil quilômetros. Proprietários que negligenciam este cuidado podem enfrentar problemas após o término da garantia, comprometendo a durabilidade do conjunto mecânico.

Renault Easy'R: chegou tarde e saiu cedo

Easy R
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Easy R

A Renault chegou tarde ao segmento com o Easy'R para Sandero e Logan na primeira metade dos anos 2010. O câmbio não resistiu às críticas por sua imprecisão e mudanças bruscas, sendo descontinuado em 2019 após menos de seis anos no mercado.

Ford PowerShift: a decepção da dupla embreagem

Ford Powershift
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Ford Powershift

A Ford apostou em tecnologia mais sofisticada com o PowerShift, um câmbio automatizado de dupla embreagem que equipou Fiesta, EcoSport e Focus. Inicialmente superior às outras opções automatizadas, logo surgiram problemas de superaquecimento que provocavam travamentos parciais e totais.

O PowerShift rapidamente ganhou o apelido de "PowerShit" entre os consumidores insatisfeitos. A Ford precisou realizar um recall dos modelos equipados com esta transmissão e estender sua garantia, mas a reputação do câmbio já estava comprometida no mercado brasileiro.

Considerações para quem busca um automático usado

Se você está considerando a compra de um carro automático usado, é fundamental pesquisar o histórico de manutenção do veículo e verificar se todas as revisões e recalls foram realizados. Em alguns casos, pode ser mais prudente optar por um modelo com transmissão manual ou buscar versões mais recentes com tecnologias de câmbio automático mais confiáveis.

Lembre-se que o custo de reparo dessas transmissões problemáticas pode facilmente ultrapassar os milhares de reais, transformando o sonho do conforto em um verdadeiro pesadelo financeiro.

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