
O anúncio do cardeal norte-americano Robert Francis Prevost como papa Leão XIV marca um novo capítulo para a igreja católica e a frota a serviço do Vaticano. O pontífice, escolhido em conclave nesta quinta-feira, terá à disposição um novo Papamóvel fornecido pela Mercedes-Benz.
O modelo preparado para Leão XIV é um Mercedes-Benz G580 com motorização totalmente elétrica e potência de 587 cavalos. Equipado com quatro motores, um em cada roda, o veículo oferece tração precisa, facilitando deslocamentos lentos durante eventos nos quais o contato com o público é fundamental.
Entre os principais destaques do interior, está o assento central giratório, ladeado por dois bancos auxiliares. Esse sistema permite ao papa cumprimentar fiéis em todas as direções, ampliando a interação em celebrações e deslocamentos públicos. O teto removível segue a tradição, favorecendo a visibilidade do pontífice nas aparições externas.

A autonomia declarada é de 470 quilômetros, resultado dos avanços na tecnologia elétrica aplicada pela montadora alemã. Essas especificações mantém a essência dos papamóveis históricos, agora associada a uma proposta de emissão zero. O novo carro mantém a icônica pintura branca, característica comum aos veículos utilizados nos compromissos oficiais do chefe da Igreja Católica.
Tradição e evolução nos veículos do Vaticano
A parceria entre o Vaticano e a Mercedes-Benz começou em 1980, quando João Paulo II usou um Mercedes 230 G adaptado durante visita à Alemanha. A escolha desse veículo foi o ponto de partida para o apelido “Papamóvel”, criado na época por conta do novo perfil que a frota papal passou a adotar.

O pioneiro tinha 4,39 metros de comprimento e motor de 102 cavalos, além de inovações como cúpula de vidro removível, piso elevado e iluminação especial, recursos que destacavam a figura do papa durante aparições públicas. Inicialmente, a unidade foi emprestada ao Vaticano, estabelecendo uma relação que se repetiria no futuro.
A segurança ganhou protagonismo após o atentado sofrido por João Paulo II, em 1981, motivando a adoção de vidros à prova de balas e estruturas reforçadas nos Papamóveis subsequentes. O histórico registra ainda uma homenagem à Steyr-Daimler-Puch, coautora no desenvolvimento do modelo, com substituição temporária do tradicional emblema da Mercedes durante passagem da comitiva na Áustria, em 1983.
Antes do surgimento dos SUVs adaptados, papas utilizaram limusines exclusivas como o Mercedes 300 Landaulet, conhecido nos anos 1960. O lançamento das versões elevadas a partir de 1980 privilegiou o contato visual com multidões, consolidando a imagem do Papamóvel como símbolo das aparições públicas do pontífice.

Em 2007, Bento XVI recebeu um G 500 com para-brisa dobrável, modelo também utilizado por Francisco na Jornada Mundial da Juventude no Brasil em 2013. Atualmente, Papamóveis históricos estão preservados no Museu Mercedes-Benz, na Alemanha, onde podem ser vistos exemplares originais, placas icônicas e acessórios que marcaram a trajetória desses veículos nas últimas décadas.
