
FAW Toyota e GAC Toyota protocolaram, na China, novos registros no Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação da China (MIIT) que antecipam a última atualização da 12ª geração.
As fichas revelam eixo alongado, opções 1.5 a gasolina e híbrido 1.8, além da adoção do 2.0, sinalizando mudança de portfólio.
No material, a distância entre-eixos salta para 2,75 m e o sedã passa a integrar soluções antes restritas a versões de eixo longo. A virada ocorre às vésperas dos 60 anos do modelo, em 2026.
Como contraponto, no Brasil o recém-lançado GLi Hybrid promete consumo até 30% menor que nas versões a combustão, segundo a Toyota e o INMETRO.
O que os arquivos do MIIT antecipam
Os pedidos de homologação indicam que a especificação de 2,70 m de entre-eixos sai de cena. O conjunto agora espelha o padrão usado pelo antigo Allion/Levin GT, unificando a oferta para a reta final da 12ª geração.
Os documentos também listam duas famílias de propulsão: 1.5 a gasolina (três cilindros) e 1.8 híbrida (HEV).
Essa reorganização reduz sobreposição entre Corolla e Levin e simplifica a gama para o mercado chinês, um dos mais competitivos do mundo.
Ainda nesses registros, aparecem mudanças visuais pontuais e a consolidação de pacotes já conhecidos, com foco em eficiência aerodinâmica e custo total de propriedade — prioridades do comprador local.
Dimensões e design: alongamento e visual “Hammerhead”
Com a incorporação do antigo eixo longo, o sedã passa a medir 4.710 mm de comprimento, 1.780 mm de largura e 1.435 mm de altura, com 2.750 mm de entre-eixos.

O Levin permanece nas medidas atuais devido ao fim dos Levin GT e Lingshang.
Na frente, o estilo “Hammerhead Shark” adota faróis integrados sob entradas de ar redesenhadas.
A traseira mantém o desenho conhecido, com lanternas escurecidas e faixa contínua, reforçando a impressão de largura.
O pacote estético mira um ganho sutil de sofisticação sem romper com o público tradicional do carro — suficiente para diferenciar a série de despedida da 12ª geração, mas sem antecipar a revolução esperada para o próximo ciclo.
Motores e câmbio: 2.0 Dynamic Force assume o topo
Além do 1.5 a gasolina e do híbrido 1.8 HEV, o sedã passa a oferecer o 2.0 naturalmente aspirado M20A-FKS (Dynamic Force) em mercados locais, com até 178 cv e 210 Nm.
A transmissão é a CVT Direct-Shift, conhecida pela primeira marcha por engrenagem.
A suspensão mantém o arranjo consagrado: dianteira McPherson e traseira multibraço. A decisão preserva conforto e previsibilidade, atributos pelos quais o modelo é lembrado em uso urbano e rodoviário.
Essa combinação deve posicionar a versão 2.0 como a mais “completa” do ciclo final, enquanto o 1.8 HEV sustenta o pilar de eficiência — especialmente em grandes centros, onde restrições ambientais apertam.
Corolla no Brasil: onde a reforma se encaixa
Enquanto a China caminha para a unificação de eixos e motores, o mercado brasileiro segue com sua própria agenda. Nesta semana, a Toyota lançou o GLi Hybrid para clientes Small Business, ampliando o acesso ao híbrido flex.

Segundo a marca e o INMETRO, o GLi Hybrid entrega até 17,5 km/l na cidade e 15,2 km/l na estrada, com redução de consumo de até 30% ante versões não eletrificadas.
O preço sugerido é de R$ 189.000,00, com programa de garantia estendida de até 10 anos.
Na prática, o Brasil reforça a estratégia de eficiência e custo total de posse, enquanto a China acelera a consolidação técnica da 12ª geração.
Eventuais convergências de conteúdo só devem ocorrer no próximo ciclo global.
O sedã que moldou o segmento médio
Líder mundial há décadas, o modelo atravessa 12 gerações desde 1966, somando mais de 50 milhões de unidades.
No Brasil, a trajetória ganhou força com produção em Indaiatuba (SP) e, mais recentemente, com a estreia do híbrido flex.
O apelo histórico combina confiabilidade, manutenção previsível e ergonomia.
A atual plataforma TNGA elevou segurança e comportamento dinâmico, enquanto a eletrificação ampliou o alcance entre frotistas e famílias.
Essa relevância ajuda a explicar por que qualquer mudança de medida, motor ou estratégia repercute além da China: trata-se do parâmetro pelo qual o público mede o sedã médio — aqui e lá fora.