Quer saber quais serão as principais novidades do Salão do Automóvel brasileiro, em novembro? SUVs, SUVs e mais SUVs. Sim, haverá as novas picapes da Renault e da Mercedes, alguns carros de passeio novos, alguns esportivos, mas as novidades mais aguardadas, novamente, serão utilitários-esportivos como o T-Cross, da Volkswagen, rival de HR-V, Renegade, Creta, Kicks e grande companhia, inclusive modelos de luxo, como o Novo BMW X5.
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Contudo, dedicarei este post aos SUVs de luxo que estarão no São Paulo Expo Center. Mais especificamente, ao Novo BMW X5 . Esse modelo será uma das estrelas da exposição, e terá ao seu lado uma legião de SUVs e crossovers que devem muito a ele. Sim, o primeiro X5 revolucionou o mercado há quase 20 anos, e o setor automotivo nunca mais foi o mesmo.
O BMW X5 pode não ser o primeiro SUV de luxo, mas foi a primeira aposta de sucesso de uma marca premium nesse tipo de carroceria. Obviamente a primazia foi de marcas especializadas no assunto, como Jeep e Land Rover. Depois, nos anos 80, as japonesas entraram na onda, especialmente a Mitsubishi e a Nissan. Em 1997, a Mercedes lançou o Classe M, que sofreu com problemas de qualidade e acabamento, muito aquém dos carros que produzia. Não pegou, e ainda colocou em xeque a incursão de marcas de luxo no segmento 4x4. Até que,em 1999, a BMW chocou o mundo com o primeiro X5, produzido na Carolina do Sul (EUA).
Na época, a BMW era dona da Land Rover, e teve a esperteza de aproveitar o know-how da marca britânica para desenvolver a primeira geração do X5. Havia muito de Range Rover naquele modelo, sobretudo a tecnologia de tração integral. Muitos críticos e fãs da BMW torceram o nariz, mas o X5 em pouco tempo já tinha produção anual acima de 100 mil unidades.
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O sucesso espantoso levou o Grupo VW a entrar na corrida, com a dupla VW Touareg e Porsche Cayenne em 2002, e pouco depois com o Audi Q7 (todos irmãos de plataforma). Já a Mercedes precisou atualizar rapidamente seu Classe M. O que se viu depois foi uma infindável sopa de letrinhas dessas marcas alemãs, que hoje devem sua saúde financeira (e sobrevivência) a essa incursão no universo dos SUVs.
A BMW já tem no portfólio X1, X2, X3, X4, X6 e vai ganhar o X7 no Salão de Los Angeles, no fim deste ano. O X5 chega à sua quarta geração em outubro, maior, mais conectado e com novo motor 4.4 V8 de 462 cv. Quase 20 anos depois da sua estreia, o modelo já superou a marca de 2,2 milhões de unidades vendidas.
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Onda de SUVs
O exemplo da BMW se espalhou por outras marcas. A Mercedes, embora pioneira, se atrapalhou bastante em sua confusa gama, que agora se chama Classe GL. A Audi foi a última a chegar, mas a família cresceu e hoje conta com os modelos Q1, Q2, Q3, Q5 e Q6. Em breve ganhará os modelos Q4 e Q8, mistos de cupê e SUV.
O grandalhão Audi Q8, por sinal, também será uma das estrelas do nosso Salão do Automóvel. Enquanto a pioneira revisitará o revolucionário BMW X5, a Audi exibirá essa variação ainda mais esportiva do seu Q7. A presença de SUVs na exposição só não será maior pela ausência de marcas como Jaguar, Land Rover, Volvo, Citroën, Peugeot e até a chinesa JAC. Será uma pena não ver o i-Pace, SUV elétrico da Jaguar que coloca a categoria num novo patamar de modernidade.
Com ou sem o time completo, o fato é que as marcas esportivas, em especial as alemãs, há muito perderam o pudor de produzir SUVs de todos os tipos e tamanhos, entre os quais o Novo BMW X5 . E levaram fabricantes ainda mais exclusivas a aderir à tendência, como Maserati, Lamborghini, Jaguar, Bentley e, em 2019, até a Ferrari. Heresia? Não, apenas instinto de sobrevivência…