Como foi com o Ford Mustang este ano, a apresentação de um novo carro é sempre cercada de expectativa e muito planejamento. Historicamente, as publicações buscam antecipar novidades do setor. Isso ainda é uma realidade, inclusive, aqui no iG. O foco maior é numa informação exclusiva ou numa foto de teste que revele detalhes de uma nova versão. Esse é o desafio, já que as apresentações oficiais se tornaram menos grandiosas e mais democráticas, uma vez que os carros hoje surgem para o mundo nas redes sociais das montadoras.
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Mas sempre achei incrível as iniciativas para surpreender o público. Elas ainda existem, mas é duro exercitar essa criatividade e usar uma palavra da moda: “engajamento”. Alguns modelos históricos e que atraem o desejo do consumidor costumam ainda envolver essas estratégias. Duas delas acho interessante relembrar. O palco das ações foi Nova York, e elas foram marcantes para anunciar a chegada da nova geração do Ford Mustang .
Em novembro de 2013, o novo Mustang surgiu em plena Times Square, no coração turístico de Manhattan, com transmissão ao vivo pelo Good Morning America, da rede ABC. O famoso telejornal escalou a pop-star âncora Robin Roberts para essa cobertura. Detalhe: o carro estava estacionado na porta da emissora que fica na 44th Street. Moradores e turistas se aglomeraram para ver de perto o Mustang ou tirar fotos. Por mais que alguém não admire um carro, esse é o tipo de ação que atrai curiosidade e, certamente, ganha destaque na mídia e redes sociais.
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Alguns meses depois, em 2014, o lançamento do novo Mustang continuou. A Ford colocou um carro original no topo do Empire State Bulding, um arranha-céu de 102 andares, mais visitado da cidade de Nova York. Essa exibição no terraço do prédio envolveu uma trabalhosa operação de montagem e desmontagem peça por peça para subir por elevador o veículo em partes. Mais uma vez deu enorme resultado e repercussão.
O Mustang teve uma das maiores audiências em todo o mundo. Sinal de que estratégias bem feitas ainda geram bons resultados. Vale lembrar que estamos falando de um clássico que não é barato. Todo esse investimento não foi feito simplesmente para atrair potenciais compradores, mas para ajudar a construir ou deixar mais forte a imagem da marca.
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Vendas do Ford Mustang no Brasil
Agora em 2018, o Mustang começou a ser vendido no Brasil e desperta a paixão de um grupo de privilegiados que podem pagar R$ 300 mil. É vendido em versão única, a GT 5.0 V8, teto rígido, com 466 cv, transmissão automática de 10 velocidades, tela digital e embalado em muita tecnologia, sem deixar de lado a diversão e a adrenalina de dirigir um esportivo. Em relação ao carro mostrado em Nova York, ele teve uma leve reestilização em 2016 e ficou ainda mais agradável.
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No mercado brasileiro, o “ muscle car ” da Ford assumiu a dianteira logo em seu primeiro mês de vendas. Desde abril, o Mustang já soma 628 unidades vendidas, número 6,6 vezes maior que o segundo esportivo mais vendido, o Porsche 911, que teve 95 exemplares comercializados de janeiro a junho. Enquanto isso, o Camaro, seu principal rival, vendeu apenas 17 unidades em 2018.
Em 2017, ainda sem o Mustang, o ranking dos dez carros esportivos mais vendidos no País foi o Subaru WRX: 164 unidades; Porsche 911: 158,; Camaro: 135; Mercedes-Benz SLC 300: 128; Porsche Boxter: 118; BMW M3: 110; Audi TT: 99; BMW M2: 54; Porsche Cayman: 47; Audi RS5: 33.
De fato, este é um nicho de mercado, mas mostra que o Mustang era um carro esperado neste segmento de esportivos. O fator novidade e a repercussão na mídia e redes sociais podem ter ajudado este desempenho do carro da Ford.
No mundo, o cupê esportivo da Ford ainda conseguiu a façanha de ser o mais vendido por 3 anos seguidos num mercado concorrido. No ano passado, suas vendas mundiais foram de cerca de 126 mil unidades, um resultado 30% maior do que em 2016.
O Ford Mustang é o carro mais icônico da montadora. Inclusive, ela já anunciou seu plano de modificar toda a oferta de sua linha de veículos, priorizando os utilitários esportivos e picapes, deixou claro que o esportivo continuará na próxima década, incluindo opções híbridas e elétricas. Um novo universo para um carro que faz sucesso há mais de 50 anos.