Quem aí se lembra da Autolatina, joint venture formada entre Ford e Volkswagen no Brasil e na Argentina nos anos 90? Na época, a ideia do acordo, com data para início e fim, deu certo, num período de economia difícil e dificuldades para o setor automotivo. Há um novo esforço nesse sentido - que não tem características de joint venture, que fique claro. Ambas as empresas anunciaram no Salão de Detroit (EUA), que terminou no último dia 27, que se unirão para desenvolver vans comerciais e picapes para os mercados globais já a partir de 2022, já com todas as inovações automotivas que estão por vir.
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“A Volkswagen e Ford vão combinar seus recursos, capacidade de inovação e posições de mercado complementares para melhor atender milhões de consumidores ao redor do mundo”, disse o CEO da Volkswagen, Herbert Diess. Alianças como essa aproveitam a especialização e as vantagens competitivas de diferentes marcas para melhor competir, criar veículos com a mesma plataforma, inovações automotivas , e avançar nas vendas.
Exemplo disso são os grupos que encabeçam a lista global de veículos mais vendidos. Segundo a Focus, consultoria especializada em informações automotivas, em 2018 quem levou a melhor foi o grupo Volkswagen, composto por Volks, Audi, Bentley, Bugatti, Ducati, Lamborghini, MAN, Porsche, Scania, Seat, Skoda, com 10.830.625 veículos vendidos.
O grupo Toyota ficou em segundo, com 10.520.655 veículos vendidos com as marcas Toyota, Daihatsu, Hino, Lexus e participações na Subaru, Isuzu, Yamaha, Tesla Motors e joint-ventures na China. A Renault-Nissan, aliança formada em 1999, completou o pódio com 10.360.992 veículos comercializados mundialmente. O grupo controla ainda as marcas Mitsubishi, Alpine, Dacia, Datsun, Infiniti, Lada, Renault Samsung e Venucia.
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Investimento em inovações automotivas
As parcerias estão provando ser uma rota cada vez mais popular também para os investimentos para a mobilidade, autonomia e eletrificação dos automóveis na próxima década. A Volkswagen está negociando investir potencialmente mais de US$ 1 bilhão na Argo AI, empresa de robótica e tecnologia de propriedade majoritária da Ford, como parte das discussões de parceria entre as duas montadoras. As empresas poderiam co-desenvolver hardware e software para veículos autônomos, ampliar a penetração no mercado global e economizar investimento em software e licenciamentos.
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Entre as parceria high-tech , o foco é criar soluções de mobilidade - e aí os carros autônomos, que não precisam de motorista, saem na frente. A Fiat Chrysler firmou parceria com a Waymo , empresa de desenvolvimento de tecnologia para carros autônomos inicialmente criada como um projeto do Google , para lançar minivans.
A Toyota, por sua vez, tem negócio com a Uber Technologies, enquanto a GM Cruise LLC assinou no mês passado um contrato com a Honda para desenvolver e construir um veículo autônomo. O investimento será de US$ 2,75 bilhões em 12 anos neste projeto.
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Este novo mapa de estratégia das indústrias de autos destaca o papel empresarial no aumento da produtividade e das inovações automotivas ... Mas que certamente vão trazer também muitas vantagens para os consumidores em termos de novos produtos e de mobilidade, ou seja maior conforto, trânsito mais controlado e menos acidentes.