Depois de um dia inteiro caminhando pelo Salão Duas Rodas, participando de coletivas de imprensa e apresentações de novos modelos de todas as marcas de motocicletas, passei a fazer ao colegas jornalistas a minha famosa pergunta de salão: “De todas as motocicletas aqui expostas, qual é a tua preferida?”
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Eu chamo esse modelo preferido, que, logicamente, varia com o gosto de cada pessoa, de “A Moto do Salão”. Ouvi várias respostas, desde a mais cara delas naquele dia, a BMW HP4 Race de R$ 499 mil, até a mais singela das motonetas, como a curiosa Honda MSX 125 Grom. A minha “Moto do Salão”, aquela que me fez parar quando a vi pela primeira vez no estande e, por um momento, pensando que era a “original”, foi a Kawasaki Z900RS.
Na euforia dos lançamentos de modelos retrô, movimento que pegou praticamente todas as marcas de motocicletas, a Kawasaki acertou em cheio com a sua homenagem àquela que iniciou saga “Z”, em 1972. A Kawasaki Z1 estava quase pronta para ser lançada com um motor de quatro cilindros de 750 cm 3 em 1968, quando, de surpresa, a rival Honda apresentou a sua motocicleta mais importante, a CB 750 Four. A Kawa, então, voltou às pranchetas para reprojetar a sua motocicleta, desta vez com motor de quatro cilindros porém com duplo comando de válvulas e cilindrada de 900 cm 3 .
Arrasou a concorrência. A Kawa era melhor em tudo. Também conhecida como Z900, a primeira Kawasaki de quatro cilindros fez sua história marcando para sempre a família Z como uma naked de respeito, chegando até os dias de hoje com uma linha super atual. A Kawasaki Z900RS é derivada da nova Z900, só que com uma roupagem retrô e repleta de modernidades. As letras no seu nome significam Retro Style.
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Quadro e motor são os mesmos da Z900, só que com alterações para que a motocicleta tenha uma linha mais reta do que a da streetfighter, que segue o conceito Sugomi. O tanque arredondado tem o mesmo formato do tanque daZ1 original e a pintura marrom e laranja o faz parecer que é exatamente o mesmo. Há ainda outras duas composições de cores, verde com preto foscos e totalmente preto brilhante. Há também uma versão especial da Z900RS, a Café, obviamente inspirada nas café racers dos anos 60 e 70, com uma pequena carenagem de farol e na cor verde Kawasaki (Vintage Lime Green).
O banco segue bem ao estilo das motocicletas dos ano 70 e a rabeta na cor do tanque é idêntica à da Z1. Em poucas palavras: a RS é mesmo uma retrô fiel, não havia como não se arrepiar ao vê-la de perto. O motor da Z900 teve o comando de válvulas amansado e a taxa de compressão reduzida, para que os 125 cv originais baixassem para 111 cv.
Torcendo o acelerador
Como resultado, a RS é menos estúpida em acelerações do que a Z900, o que permite um passeio mais tranquilo. Visualmente, o motor da RS é diferente do motor da Z900, pois, apesar de refrigerado a água, ganhoualetas de refrigeração para lembrar os motores refrigerados a ar, como o da Z1. E há ainda o cuidado com o ronco, uma vez que a Kawasaki projetou um escapamento especial para acentuar o som grave que os motores tinham nos anos 70.
No câmbio, a primeira marcha foi levemente encurtada e a sexta marcha alongada, para que a motocicleta tenha uma arrancada mais imediata e maior conforto em velocidade de cruzeiro. As rodas de liga têm os raios finos para ficarem parecidas com rodas raiadas e as suspensões são as mesmas da Z900, de forma que a motocicleta terá praticamente a mesma dirigibilidade. A RS pesa apenas 5 kg a mais que a Z900.
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O estilo retrô segue no farol redondo, apesar de ser de leds, e no painel de instrumentos exatamente igual ao da moto original, velocímetro e conta-giros analógicos e circulares. Claro, há um moderno display de LCD entre os relógios. Apenas os piscas de leds acho que poderiam ser também redondos.
Em um ponto a Kawasaki Z900RS é superior à Z900 da qual deriva: tem controle de tração desligável com dois modos eletrônicos de intervenção. Gostou da nova Kawasaki Z900RS? Eu também. Para quem está babando de vontade de experimentá-la e logo comprar uma, a triste notícia é que a RS chega ao Brasil apenas daqui a um ano, no fim de 2018 e já como modelo 2019. Assim como a data de lançamento, logicamente o seu preço ainda não está definido.