Não sou contra a evolução, mas entendo aqueles que às vezes a preferem longe de seus brinquedinhos. Sempre cito como exemplo o caso do Porsche 911, que nos anos 90 passou de refrigerado a ar para refrigerado a água, e a turma reclamou. A turma mais radical, bem entendido. E com as Harley-Davidson não é diferente.
LEIA MAIS: Harley-Davidson FXDR, a motocicleta anabolizada
No caso das motocicletas da Harley-Davidson , é notório o fato de que as famílias Softail e Touring vêm evoluindo a olhos vistos, em todos os campos. Nunca foi tão agradável pilotar uma H-D, graças às melhorias gerais em suspensões e ciclística, mas, principalmente, no motor Milwaukee-Eight.
Para tudo, no entanto, há remédio, como vovó já dizia. Isso significa que, para aqueles que ainda não abrem mão do sonoro “clac!” na hora de engatar uma marcha, ou então da vibração de baixa frequência que nos acompanha em todos os momentos, ou mesmo de um visual mais espartano, existe a família Sportster, que para a linha 2019 está ganhando um novo membro, a Iron 1200 .
Prefiro as Softail, mas não posso negar que é uma “viagem” rodar com a nova Iron, repleta de reminiscências das velhas Harley e com um estilo que nos leva lá para os anos 70. Não só porque as Sportster estavam em seu auge nesse período (a primeira surgiu em 1957).
Mas também porque nós, brasileiros, tivemos uma forte experiência com a marca quando a Harley se associou à italiana Aermacchi e trouxe para nós a Motovi SS 125, montada em Manaus e vendida na rede de lojas populares Mesbla. O grafismo do tanque dessa motocicleta, que tinha um improvável motor monocilíndrico dois tempos, foi a inspiração para a pintura desta nova Iron 1200.
Mudando os conceito das Sporster da Harley-Davidson
Você viu?
Quem me conhece um pouco sabe que nunca fui grande fã das Sportster , porém as mais recentes novidades nessa família me conquistaram um pouco. Aquelas primeiras que povoaram nossas ruas quando da reabertura das importações, nos anos 90, eram “inguiáveis”. Hoje, com grandes melhorias nas supensões, elas estão muito, mas muito melhores. Só que a nova Iron 1200 me conquistou, de maneira especial, ainda parada, justamente por causa do grafismo do tanque.
LEIA MAIS: Harley-Davidson Sport Glide: duas em uma
Da família Sportster, a Iron 883 é a mais simplificada. Já a Forty-Eight tem a mesma concepção, só que é mais encorpada e utiliza um motor maior, o Evolution de 1.202 cm 3 de cilindrada. E agora a Harley-Davidson Iron 1200 chega para aproveitar o melhor das duas, como a agilidade da menor e o desempenho da maior. O resultado? Uma motocicleta admirável.
Minhas primeiras impressões ao guidão da H-D Iron 1200 foram surpreendentemente positivas. Leve, ágil, com uma posição de pilotagem bastante natural e relaxada, graças ao guidão alto do tipo mini-ape, em momento algum tive que praguejar por bater as canelas ou as batatas das pernas nas pedaleiras (o que acontece muito com as outras Sportster).
Jamais devemos comparar esse motor aos novos Milwaukee-Eight, mesmo levando em conta o deslocamento dos pistões. Com bastante força, o bom e velho Evolution refrigerado a ar fornece a adrenalina básica dos harleyros, o som inconfundível (eu nunca trocaria o escapamento original) e a trepidação que nos ajuda a viajar no tempo.
Simplória, o painel de instrumentos tem apenas o necessário, um belo velocímetro de ponteiro, com um pequeno display de cristal líquido e algumas luzinhas na base. O banco é individual, só que maior e mais confortável do que o das outras Sportster. E a pequena carenagem de farol, pintada de preto, complementa o estilo.
LEIA MAIS: Harley-Davidson antecipa sua linha 2019
São três as cores disponíveis para a Harley-Davidson Iron 1200, a preta, a branca e a cereja, todas três muito charmosas. Na cor preta, a Iron 1200 custa R$ 46.900, com um acréscimo de R$ 400 para as outras duas cores.