Não se trata de criticar ou aplaudir, mas ter uma visão racional sobre o assunto. Novas tecnologias precisam mesmo ser incentivadas na forma de redução de impostos. Afinal, veículos elétricos apesar de suas indiscutíveis vantagens no controle da poluição local, têm preço elevado e outras limitações como alcance em estradas, tempo de recarga, além de exigência de uma rede capilar de pontos de carregamento da bateria .
Porém, isenção ou diminuição de impostos dever ser algo racional. Hoje, nove Estados e o Distrito Federal oferecem algum tipo de incentivo com prazos diferentes de validade. São Paulo tem a maior frota de veículos convencionais e, claro, também de elétricos. Mas houve desentendimento quando o governador Tarcísio de Freitas vetou a lei aprovada pela Assembleia Legislativa (AL) que isentava todos os elétricos do IPVA .
Em seguida, o governador enviou um projeto de lei à AL com uma proposta de zerar o IPVA já em 2024 apenas para híbridos com motor flex etanol/gasolina . Em Minas Gerais a isenção só vale para veículos elétricos produzidos no Estado.
Por sua vez, o Governo Federal deve anunciar um aumento gradativo do imposto de importação (I.I.) de elétricos ao longo de quatro anos, começando por 9% em 2024 até atingir 35% de I.I. em 2027.
Já comentei que “virar a chave” de combustão para eletricidade é um processo muito caro e lento, que não pode se conduzir apenas por voluntarismo. Precisa haver cautela. A Alemanha acabou de dar este exemplo. Desde 1º de setembro último, zerou o subsídio para as importantes vendas corporativas de automóveis elétricos e a demanda caiu drasticamente.
Como resultado, as vendas da Tesla recuaram 69% frente a agosto e a VW, líder de mercado, também sofreu bastante. Em janeiro de 2024, o governo alemão rebaixará os carros elétricos elegíveis a incentivos do preço sugerido de 65.000 euros (R$ 348.000) para 45.000 euros (R$ 240.000). E o desconto subsidiado encolherá de 4.500 euros (R$ 24.000) para 3.000 euros (R$ 16.000). Espera-se nova queda nas vendas.
Salão do automóvel de Genebra volta a... Genebra!
A tradição vem desde 1905, mas a exposição sofreu seguidos cancelamentos durante o período de epidemia da covid-19. Houve também desinteresse dos fabricantes e a empresa suíça organizadora do evento transferiu a edição deste ano, no começo de outubro, para o Catar, no Oriente Médio.
Agora o Salão Internacional do Automóvel de Genebra acaba de ver confirmada sua volta às origens, de 26 de fevereiro a 3 de março de 2024. O executivo-chefe da exposição, Sandro Mesquita, garantiu: “Não será um show de mobilidade, e sim focará no carro como atração central”. Exibirá de tudo desde veículos tunados com motor a combustão aos elétricos, além dos lançamentos de modelos, acessórios e peças.
Haverá áreas temáticas, além dos estandes tradicionais: “Pavilhão da Inovação”, “Distrito do Design”, “Zona de Adrenalina” e “Zona de Emissões Zero”.
Renault foi uma das primeiras a confirmar presença. E ressaltou em nota: “O Grupo participará dos Salões de Genebra e de Paris de 2024, bem como de todos principais salões do automóvel nas regiões onde o Grupo está presente. São verdadeiros espaços de compartilhamento de inovações e discussões em torno da paixão pelos carros.”
Por outro lado, marcas alemãs anunciaram desinteresse pela exposição de Genebra. Só a Porsche ainda não se manifestou. Stellantis também optou pela ausência. Cerca de 20 fabricantes chineses , no entanto, negociam com a organização.
Inteligência artificial já é aplicável no reparo de veículos
Um recurso para agilizar a avaliação de pequenos danos à carroceria e em até sete segundos fornecer um orçamento para o conserto está disponível em um novo e exclusivo aplicativo. Trata-se do Webmotors Serviços que faz uso da rapidez e precisão da IA ( Inteligência Artificial ) para tornar muito mais ágil uma operação que antes exigia tempo de deslocamento até uma oficina e assim orçar os serviços de funilaria, pintura e polimento.
A operação é simples e parte de uma foto obtida por meio de telefone celular da área afetada pela colisão classificada como dano leve ou médio, que não comprometa a estrutura do veículo, uma situação comum no pesado tráfego urbano. O aplicativo consegue consultar até 1.500 estabelecimentos conveniados, inicialmente só na cidade de São Paulo, e pode fornecer também o endereço da oficina mais próxima.
Mesmo para quem tem o carro segurado, é muito útil saber o preço do reparo porque sempre há uma franquia associada à apólice. Além disso, ao acionar a seguradora o motorista perde uma classe de bônus na renovação anual. Pode ser mais conveniente executar o conserto por conta própria, especialmente no caso de arranhões ou amassados que não envolvam um terceiro.