A Renault e a Fiat estão dispostas a infernizar a vida da Hyundai e da Ford no mercado de automóveis de passeio. Por isso, fizeram duas grandes reduções de preço este ano. A marca mais agressiva é a Renault. Atualmente, ela ocupa o terceiro lugar no ranking, posição que assumiu em março, de forma inédita em sua história no Brasil. Em março mesmo, a Renault baixou fortemente os preços dos SUVs Captur e Duster e da picape Oroch. A Fiat respondeu em abril, com uma queda significativa nos preços de carros.
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Em março, os preços de carros da Renault chegou a R$ 13,3 mil de redução. A linha Oroch teve quatro reduções: uma de R$ 8.010, outra de R$ 9.420, mais uma de R$ 10.320 e a incrível baixa de R$ 13.345 mil na Oroch Dynamique 2.0 MT. O Duster também teve quatro versões reduzidas, sendo a menor de R$ 9.315 e a maior de R$ 12.860.
O Captur veio na mesma balada, com quedas de preço entre R$ 3.210 e 7.300. O Logan teve uma redução menor, de R$ 950, e três fortes, entre R$ 3.820 e R$ 4.070. Até os dois Renault Kwid de entrada tiveram redução: R$ 160 no Kwid Life e R$ 180 no Kwid Zen. Não por acaso, o Kwid é o terceiro carro mais vendido no varejo em 2019.
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Em abril, foi a vez de a Fiat baixar os preços. Toda a linha Argo foi reduzida: R$ 1.800 no Drive GSR, R$ 2.800 no Drive, R$ 6.400 no Precision e R$ 5.000 no Argo HGT. A Fiat aproveitou o lançamento da linha 2020 para fazer sua redução de preços. É possível que o Cronos também seja reajustado em breve, se a lógica do Argo for mantida.
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A Renault e a Fiat baixaram seus preços porque foram as primeiras a perceber que o valor estava muito alto. Para além disso, pretendem ocupar um importante espaço no mercado, neste momento em que a economia se recupera em ritmo de patinete. Por isso, se no ano passado, no início de maio, o ranking mostrava a Chevrolet disparada na frente, a Volkswagen isolada no segundo lugar e apenas a Ford e a Hyundai disputando o terceiro lugar do pódio, este ano tudo mudou.
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Em fevereiro, a Renault ultrapassou a Ford e a Hyundai, mas a Fiat foi ainda melhor e se posicionou em terceiro lugar. Em março, a Renault baixou os preços e ultrapassou a Fiat. Em abril, a Fiat baixou os preços, mas ficou apenas em quarto lugar. No momento, a disputa segue a seguinte ordem: Chevrolet (132,1 mil carros vendidos), Volkswagen (96,9 mil), Renault (63,9 mil), Hyundai (63,2 mil), Fiat (62,0 mil) e Ford (61,5 mil).
O recado dos consumidores foi dado: os carros precisam ser mais acessíveis para que a maior parte das pessoas volte a consumir. Nem todas as marcas entenderam a mensagem. Por isso, aparentemente, algumas vão preferir investir na fórmula do lucro maior com produção menor. Porém, devido à crise econômica na Argentina, a produção automobilística teve uma levíssima queda no comparativo de janeiro a abril deste ano com o mesmo período do ano passado. Os números foram divulgados hoje pela Anfavea.
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Se a crise na Argentina continuar, é provável que a produção de carros caia ainda mais, pois estamos falando do país que é o maior comprador de automóveis do Brasil. Entre ficar com a fábrica ociosa, começar a rever o nível de empregos e reduzir os preços para aumentar as vendas no mercado interno, parece que a Renault e a Fiat já fizeram sua opção. Para o consumidor, o momento é bom. Quando as marcas precisam vender, ele volta a ser tratado como rei, com preços de carros mais acessíveis.